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domingo, 22 de março de 2009

Conhecâ-lo é tudo


A pergunta do jovem rico: “O que farei para ter a vida eterna?” é a pergunta que pulsa no coração do ser humano. O homem foi criado para viver. O que ele mais quer é viver. Pode a vida ser a mais miserável das vidas, mas quando chega a hora da morte o homem se agarra com desespero à vida. A morte é uma intrusa na experiência humana e por isso não é aceita. O maior desejo do homem é viver. Para ter vida ele é capaz de fazer qualquer coisa, pagar qualquer preço, realizar qualquer sacrifício. “O que farei para ter a vida eterna?” É o grito desesperado do coração humano.


E a resposta de Cristo é simples: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3). Você vê? O segredo da vida eterna não consiste apenas no conhecimento de um corpo de doutrinas ou na aceitação de uma determinada Igreja. O segredo é o conhecimento de uma pessoa: a pessoa maravilhosa de Jesus Cristo. O verdadeiro cristianismo é um relacionamento de duas pessoas: o ser humano e Cristo. O que mais importa em nossa experiência espiritual não é o QUE cremos, mas em QUEM cremos.

A razão para acreditar que o verdadeiro cristianismo é o relacionamento pessoal entre Cristo e o homem é que a justiça e o pecado só podem existir entre pessoas. Uma estrela, um gato, uma mesa ou uma pedra não podem pecar ou ser justos. Só as pessoas pecam. Por isto o pecado, mais do que a violação da lei, é a interrupção do relacionamento de amor entre Cristo e o ser humano. Esta é a verdadeira desgraça do pecado. Quando peco, estou ferindo meu Jesus, ferindo a mim mesmo e trazendo separação entre ambos.

A maldade do pecado do Éden está melhor revelada no fato de Adão se esconder de Deus do que simplesmente no comer do fruto proibido. Isto é o pior do pecado. O ser humano que antes corria e se jogava nos braços do Pai, depois de pecar, escondeu-se de medo e causou profundo sofrimento ao coração de Deus. Estava o Pai triste porque alguém quebrou a lei? Ou estava sofrendo por causa da separação?

Isto nos leva à conclusão de que a salvação, a vida eterna nada mais é do que uma reconciliação ou um novo relacionamento pessoal com Cristo. Somos salvos, quando cremos em Jesus, quando amamos a pessoa de Jesus, não apenas seu nome, nem suas doutrinas, nem apenas sua Igreja.

Não podemos, porém, amar uma pessoa sem conhecê-la, por isso o inimigo fará todo o possível para nos distanciar mais e mais de Deus, ou então para aproximar-nos de Deus com uma idéia errada do Pai. O inimigo não quer que conheçamos a Jesus ou, na pior das hipóteses, quer que o conheçamos com a imagem de um Deus tirano, ditador, preocupado mais com suas normas do que com seus filhos. Essa imagem de Deus não inspira amor, inspira medo; não inspira desejo de servi-lo, gera a obrigação de servi-lo. A conseqüência é uma religião triste, um cristianismo formal. É o medo do castigo que nos leva a obedecer. O inimigo fica feliz com isso. Conseguiu o que queria. Se não conseguiu levar-nos para longe do Pai, pelo menos nos trouxe para perto dele pelos motivos errados.

Conhecer Jesus é tudo, sabe por quê? Porque conhecê-lo como na realidade ele é, conhecer o que ele fez por nós na cruz do Calvário, saber quanto ele nos amou apesar de nossas atitudes ou de nossa rebeldia, não nos dá outra alternativa a não ser de apaixonarmos por ele, amá-lo com todas as forças do nosso ser. E porque o amamos, desejaremos ser como ele é, viver como ele quer, ver sempre um sorriso estampado em seu rosto. Conseqüentemente, deixaremos de fazer tudo aquilo que o deixa infeliz. Conhecer Jesus é tudo porque a salvação não provém do esforço humano, ela é um presente de Deus e esse presente é a pessoa de Jesus Cristo. Conhecer Jesus é ter a salvação e, portanto, a vida eterna.


Quando João fala de “conhecer Jesus” não está falando apenas de um conhecimento teórico. João vivia numa época em que predominava o pensamento helenístico. Os gregos endeusavam o conhecimento teórico. Para um grego dizer que conhecia uma flor ele ia à biblioteca, estudava tudo o que as enciclopédias e livros falavam sobre a flor, e dizia: “Conheço a flor”. João não. Para ele dizer que conhecia a flor, além de ler o que os livros diziam, ele ia ao campo, tocava a flor, contemplava a beleza da flor, cheirava a flor, sentia nas mãos a textura de suas pétalas e então dizia: “Conheço a flor”.

Conhecer, para os gregos que viviam no tempo de João, era acumular conhecimento teórico. Conhecer, para o discípulo amado, era uma experiência de vida. O conhecimento teórico pode ajudar enquanto as coisas andam bem. O conhecimento experimental é, por sua vez, a única solução para os momentos de crise.

A maioria dos discípulos limitavam-se apenas a ouvir as palavras de Jesus. João ia além. Ficava perto do Mestre e reclinava a cabeça no coração de Jesus. A diferença revelou-se na crise. Quando os judeus prenderam a Jesus e o levaram ao Calvário, todo mundo o abandonou. O único que ficou perto da cruz foi aquele que não se contentou em ouvir Jesus, nem apenas saber acerca dele, mas que procurou um conhecimento experimental.

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Simples como uma flor, como uma criança, como um sorriso, como todas as coisas de Deus. Somos nós que às vezes complicamos as coisas, as tornamos difíceis e roubamos a beleza natural.


Nunca poderei esquecer a emoção que me produziu a leitura de um incidente ocorrido nos Estados Unidos. Trinta e seis crianças estavam presas numa sala de aula no primeiro andar de uma escola em chamas. As escadas estavam tomadas pelas chamas e fumaça. As saídas de emergência emperradas. Não havia outra saída. Trinta e seis rostinhos de crianças assustadas estavam colados nos vidros das janelas. Os bombeiros ainda não haviam chegado. Não havia policiais por perto. O resgate parecia impossível.

Marcos vivia dois quarteirões abaixo. Quando viu o fogo, ele correu para a escola. Sua missão, naquela manhã, não era rotineira como a de um policial ou um bombeiro. Ele foi impulsionado por outro sentimento. Ao chegar ao lugar, ele gritou para os garotos quebrarem o vidro. Os pedaços de vidro caíram pelo chão.

Marcos era um homem alto, musculoso e forte. Todo mundo podia ver o brilho de confiança em seus olhos, a segurança de seus braços e o amor em sua voz quando gritou aos garotos: “Pulem para cá, que eu os segurarei”. Uma a uma, as crianças começaram a pular. Os poderosos braços de Marcos os seguravam e os depositavam no chão. Finalmente todos estavam salvos. Quero dizer, todos menos um. O pequeno Mike olhava para baixo e dava um passo para trás com medo. Marcos gritou, suplicou, pediu, ordenou: “Pule Mike, nada vai acontecer, eu vou segurar você”. A professora de Mike gritou: “Pule Mike, pule”. Seus coleguinhas gritavam: “Pule Mike, pule. Nós conseguimos você também vai conseguir”. O garoto ficou ali gelado de medo. No dia seguinte encontraram seu corpo carbonizado. O corpo de Mike, filho de Marcos que salvara 35 crianças no dia anterior.

O que foi que aconteceu? O que saiu errado? Não sabemos. Nunca ninguém saberá, muito menos Marcos. Ele era um pai amoroso. Tinha dado para o filho tudo o que o garoto precisava, tinha brincado com ele, tinha lhe dado carinho, dividido com ele parte de seu próprio coração. No momento em que a vida de Mike estava em perigo, entre a esperança e o desastre, entre a vitória e a tragédia, entre a vida e a morte, Marcos estava ali com os braços estendidos, pedindo, suplicando, implorando, chorando para que o filho pulasse não ao frio e duro concreto, mas para seus braços seguros, confortáveis e carinhosos, braços de um pai que ama. Mas alguma coisa não deu certo, Mike morreu.

Seremos diferentes? Correremos com alegria aos braços do Pai maravilhoso e andaremos com ele num relacionamento de amor mútuo, ou ficaremos gelados como o pequeno Mike, com medo, porque as chamas da desconfiança nos levam a ver a imagem distorcida de um Deus tirano, cruel e justiceiro? Encerro esta mensagem orando para que Deus toque em seu coração e alma. Que você consiga vencer seu próprio medo e se lançar nos braços seguros de Jesus. Ele continua com os braços estendidos falando com você: Pule em meus braços e eu te segurarei. Por muitos anos tive medo de lançar-me em seus braços, até o dia em que o conheci. Este Jesus, que eu não conhecia, deu-me a oportunidade de relacionar-me de maneira significativa e real com ele. E você? Que Deus o abençoe.

domingo, 8 de março de 2009

Deseja que eu ande com ele


Ao entender um pouco sobre a luta das naturezas que existe dentro de nós, podemos ser tentados a pensar que Deus é injusto, de certa maneira, quando pede que sejamos perfeitos, como disse a Abraão (Gn 17.1). Ele sabe que nascemos com a natureza pecaminosa e que isso nos leva constantemente a errar. E não precisa de muito tempo na caminhada da vida cristã para percebermos que jamais conseguiremos ser perfeitos, no sentido de deixar de cometer erros.


Para entender esse assunto de perfeição é preciso analisar a vida de alguns homens que Deus considerou perfeitos. De Enoque, por exemplo, a Bíblia diz: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si” (Gn 5.24). Se Deus decide levar alguém para o Céu, deve ser porque esse alguém é perfeito, não acha? Mas qual foi o motivo por que Deus levou Enoque consigo? A Bíblia responde: “Ele andou com Deus”.

Analisemos o caso de Noé. As Escrituras afirmam que “Noé era homem justo e íntegro entre seus contemporâneos” (Gn 6.9). Não seria maravilhoso se um dia Deus dissesse de você: “Aqui está alguém justo e íntegro”. Não é isto que você gostaria de ser? Mas por que Noé foi considerado um homem justo e íntegro? A Bíblia responde: “Noé andava com Deus”.

E o que dizer de Davi? A Bíblia afirma que Davi foi um “homem segundo o coração de Deus”. Ah! Se um dia ele pudesse dizer isso de nós! O que mais poderíamos esperar? Mas, por que foi que Davi tornou-se o “homem segundo o coração de Deus”? Ele mesmo nos responde: “Andarei na presença do Senhor, na terra dos viventes” (Sl 116.9).

Voltemos ao caso de Abraão. Ele é chamado “O pai da fé”. Um dia Deus se apresentou a ele e disse-lhe: “Eu sou o Deus Todo Poderoso: Anda na minha presença, e sê perfeito” (Gn 17.1) Percebeu? Tudo que Deus esperava de Abraão era que andasse com Ele. O resultado disso, seria uma vida de perfeição.

Você percebeu que existe uma frase que é o denominador comum na vida de todos os homens mencionados? “ANDOU COM DEUS”. Todos eles foram perfeitos porque andaram com Deus. Existia um relacionamento maravilhoso de amor entre Deus e eles. Em sua experiência, tinham chegado ao ponto de não poderem viver separados de Deus. Por isso Deus os considerou perfeitos, santos, justos, íntegros e retos.

O interessante é que há sempre alguma coisa curiosa na vida de todos eles. Noé um dia ficou embriagado a tal ponto que tirou a roupa e ficou nu, dando um vexame para toda a família. Você já fez isso alguma vez? Noé fez e Deus diz que ele “era justo e íntegro entre seus contemporâneos”.


E o que dizer de Davi? Caiu fundo no pecado. Cometeu um adultério seguido de assassinato. Você já fez isso? Nunca? Davi fez e sabe o que a Bíblia fala sobre ele? Fala que Davi era “um homem segundo o coração de Deus”.

Abraão um dia foi tão covarde que teve medo de dizer que Sara era sua mulher e, afirmando que era sua irmã, quase empurrou Faraó ao adultério. Os resultados teriam sido terríveis se Deus naquela noite não tivesse agido em favor de Sara. Atitude covarde a de Abraão. Mas, sabem o que Deus diz dele? “Abraão era perfeito”. Paulo até o chama de o “Pai da fé”.

Há alguma coisa maravilhosa que Deus está querendo nos dizer através da experiência de todos esses homens. Algo grandioso que revolucionará nossa vida e nos mostrará um horizonte infinito de esperança.


Para os seres humanos, uma pessoa é perfeita, santa, justa, íntegra, quando nunca comete um erro, quando faz tudo certinho, quando cumpre todas as normas, leis e regulamentos. Todavia, para Deus, uma pessoa é perfeita quando se dispõe a andar com Ele. Quando faz do relacionamento com Cristo o mais importante da vida. Quando compreende tudo o que Cristo fez na cruz por ele e clama por um novo coração capaz de amar; quando sente dor por todo o sofrimento que causou a Cristo com seus erros passados, e ao olhar para a cruz se apaixona por Cristo ao ponto de dizer: Ó Senhor Jesus, eu te amo. Eu te amo tanto que sem ti a vida não tem sentido. Ajuda-me a andar contigo!

Naquele instante o maravilhoso Deus de amor derrama lágrimas de alegria e segura a fraca mão do homem com sua mão poderosa. E no instante daquele toque, nosso passado fica apagado para sempre, não importa se fomos bêbados ou covardes, adúlteros ou assassinos, tudo fica enterrado. Porque naquele momento, pelos méritos de Cristo, nos tornamos vitoriosos, com um caráter perfeito porque ele tomou sobre si os nossos pecados e a punição que merecemos.

A partir daquele momento começa a mais extraordinária e bela das experiências: a experiência maravilhosa de andar com Cristo. Naturalmente o amor é básico nesta experiência, porque não se pode conviver e ser feliz com uma pessoa a quem não se ama. A nossa tragédia às vezes consiste em que nós avaliamos a perfeição de acordo com nossa capacidade de obedecer aos princípios de uma Igreja ou mesmo da Bíblia. Deus avalia a nossa perfeição em razão do tipo de relacionamento que temos com ele.

Ao iniciarmos a nossa caminhada com Cristo descobriremos imediatamente que existem muitas coisas de que Cristo gosta e nós não gostamos. Existem também coisas das quais Cristo não gosta e nós gostamos. O que fazer numa circunstância semelhante? Estamos frente a um impasse. O que fazer? Aqui novamente entra o amor como solução para o problema.

Quando garoto, eu não gostava de quiabo. Era algo que não apresentava nenhum atrativo para mim. Um dia até experimentei comer, mas não gostei. Acontece que um dia conheci uma garota extraordinária que hoje é a minha esposa. Comecei a gostar dela e depois de um tempo de namoro nos casamos. Nunca esquecerei o primeiro almoço que ela preparou em casa. Ao chegar a cozinha achei a mesa arrumada e as panelas bem postas, cada uma com sua tampa. Ocupamos nossos lugares à mesa e depois de orarmos ela abriu as panelas. Uma das panelas era exatamente uma mistura de frango com quiabo. Cida estava com um brilho de expectativa nos olhos, como se perguntasse: “Será que ele vai gostar?”. Tomou meu prato e fez questão de servir uma boa porção de frango com quiabo. Olhei para o prato. Olhei para ela. Outra vez olhei para o prato. Tive vontade de dizer: “Obrigado querida, não gosto de quiabo”, mas não consegui. Eu a amava. Não tive coragem de desapontá-la. Peguei o garfo e praticamente engoli. No dia seguinte, ao sair da sala, fiquei paralisado. Lá no centro da mesa havia novamente uma panela com quiabo frito. Olhei para ela e afirmei: “Parece que você gosta muito de quiabo”. E ela, com a maior naturalidade do mundo, respondeu: “Quiabo é um dos meus pratos favorito querido”. Em fração de segundos imaginei minha vida toda engolindo quiabo. Mas ao olhar para o rosto dela e ver aquele sorriso de satisfação, senti uma alegria íntima no coração. Eu amo demais minha esposa. O que podia significar o fato de comer quiabo, comparado com a alegria de vê-la feliz? Hoje, um dos meus pratos preferidos é o frango com quiabo da Cida. Descobri que eu posso aprender a gostar de coisas que hoje não me são agradável.

Entende o que estou querendo dizer? O dia que nos apaixonarmos por Cristo, o dia que chegarmos a amá-lo com todo o nosso coração, a coisa que mais desejaremos ver é o sorriso em seu rosto. Sem dúvida haverá coisas que o deixarão feliz e que, nós, com a nossa natureza pecaminosa não gostamos de fazer. Não acredito que perder o gosto por coisas que estávamos acostumados a fazer ou aprender a fazer coisas que não gostávamos de realizar seja fácil. Haverá um preço que teremos que pagar e planos que teremos de esquecer. Muitas vezes isso exigirá esforço, sacrifício e sofrimento, mas tudo isso terá sentido, se o fizermos por amor à pessoa de Jesus.

O profeta Miquéias explicou um dia a maneira certa de andar com Deus. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e Andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8). Você percebe que a questão não é simplesmente andar com Deus. O importante é andar “humildemente” com ele. É ele quem dirige e comanda a minha vida. Eu o amo e aceito seu conselho porque ele sabe o que é bom para mim. Não o conduzo a lugares que quero ir, ele é quem me dirige os passos. Ele é o meu Pai, meu amigo, meu Senhor. Eu apenas me abandono em seus braços de amor e vou.


Tudo isto tem sentido, unicamente quando existe amor. A vida toda é motivada pelo amor a Cristo. Se não existir um relacionamento de amor entre Cristo e nós a vida torna-se vazia, oca. O cristianismo vira um fardo, uma pesada carga de proibições e deveres. Podemos carregá-lo um ou 100 anos, mas, um dia chegamos ao limite e o largamos ou então nos tornamos zumbis, homens sem vida, máquinas que carregam o fardo, que cumprem tarefas, que obedecem, porém apenas máquinas, sem alegria, sem entusiasmo, incapaz de saber o que é felicidade.

Por aí, um dia, numa roda de amigos, alguém pergunta: “Por que você não bebe?” E quase com vergonha respondemos: “Porque minha religião não permite, é norma em minha Igreja”. A vida toda, às vezes, é levada desse jeito. É a religião, é a Igreja o que importa. E Cristo? Onde fica Cristo nisso tudo? O que será que ele está sentindo? Importa-nos se ele está sorrindo ou chorando? Você já pensou nele como uma pessoa que ama, que sorri, que tem sentimentos e até chora?

Vamos analisar a nossa compra de roupa, por exemplo. Você percorre as lojas, olha as vitrines, até que acha uma loja que lhe agrada. Como você faz para comprar essa roupa? Escolhe algumas peças e entra no provador. Experimenta uma a uma, olha no espelho, observa se fica bem em você e então ainda dentro do provador, olha para cima e pergunta: “Meu amado Jesus, qual destas peças te agrada? Quero que escolhas para mim porque eu o amo e me sentirei feliz usando as roupas que escolheres para mim”. E então, ao sentir que determinada roupa vá trazer uma expressão de tristeza no rosto de Cristo, você a dispensa. Sai dali apenas disposto a comparar aquelas peças que certamente irão agradar e honrar seu amado Senhor. Isso é andar com Deus.

Andar com Deus é tê-lo presente em nosso dia a dia. Consultá-lo antes de tomar uma decisão, antes de iniciar um namoro, antes de colocar uma tatuagem no corpo, antes de entrar em algum lugar, antes de sair para algum programa. Você vê? Nossa vida não se limita a atividades na Igreja. Não é uma religião que determina os nossos atos. Fazemos ou deixamos de fazer, comemos ou deixamos de comer, vestimos ou deixamos de vestir por amor a Cristo. Se vemos um sorriso em seu rosto, vamos em frente. Se, pelo contrário, percebemos um ar de tristeza em seu olhar é hora de parar, não porque a Igreja nos proíbe, mas porque o amamos e não temos coragem de vê-lo triste.


O Jesus que eu não conhecia não espera que eu nunca erre. Na verdade ele nunca escondeu que é impossível a nós nunca errarmos. Mas apesar disso, ele deseja caminhar conosco no dia a dia. Quando ele pede para que sejamos perfeitos, como pediu a Abraão, precisamos entender muito bem isso. Se você acha que ser perfeito significa nunca cometer um erro, não será isso possível. Mas graças a Deus que o conceito bíblico de perfeição é diferente. Para Deus, ser perfeito é “andar com ele”, como fez Enoque, Noé, Abraão e Davi.

Você já viu um pai levando o seu filho de quatro anos pela mão? Mesmo que o menino tropece, ele não cai ao chão porque as mãos seguras do Pai o sustenta. Foi por isso que estes homens foram perfeitos. Enoque segurou o braço do Pai e não temos notícias de que tenha caído alguma vez. Já os demais andaram com Deus, escorregaram, tropeçaram, mas seguraram o braço do Pai e não ficaram caídos; continuaram a caminhada. E Deus os considerou tão perfeitos quanto Enoque. A Bíblia diz que “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz. Se cair, não ficará prostrado porque o Senhor o segura pela mão” (Sl 66.25).

Você errou alguma vez em sua vida? Não precisa viver atormentado por isso. Olhe para a cruz de Cristo. Ele já pagou pelo seu erro. Ele lhe perdoa e o aceita. Você está ferido? A queda foi tão grande que não lhe resta mais forças? Não se preocupe. Apenas olhe. Olhe lá na montanha um Deus de amor morrendo lentamente. Por que você acha que ele sofreu tanto? Foi por amor a você. Foi porque você vale muito para ele. Um dia experimentei a revolta, o vazio e o desespero da alma e ele me amou e me perdoou e me aceitou. Por isso posso dizer que esse Jesus, eu não conhecia.

domingo, 1 de março de 2009

Defende seus amigos


Vimos na última pregação sobre este tema que dentro de nós existem duas naturezas lutando para obter o controle de nossa vida. O inimigo fará de tudo o que puder para que a natureza pecaminosa vença e nos empurre ao pecado. O alvo é a nossa mente porque ela significa a nossa vontade. O território de nossa mente é o campo de batalha. Se ele conquistar nossa mente, conquistou nossa vida. Por isso ele fará de tudo para capturá-la. Usará drogas, álcool, cigarro, sexo, teorias, filosofias. Não importa o método, não importa a hora, não importa o preço. O seu lema é vencer, derrotar e arruinar. Você descobrirá que a luta não é fácil, que há momentos em sua vida que você se sente como uma plantinha em meio do deserto tentando resistir a um furacão que o levará para a destruição.

O que fazer? Tem Deus alguma solução? Claro que tem. A Bíblia diz: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (1 Coríntios 10.13)

Você vê. Deus nos dá forças para vencer as tentações. Mas a luta não cessará porque nosso inimigo é um inimigo invisível, astuto, covarde e persistente. Ele também é traiçoeiro. Nunca mostra o rosto. Ele se disfarça, se esconde e usa como instrumento para chegar ao controle da nossa vida algo muito sutil chamado tentação.



O que é tentação? É todo esforço que o inimigo faz para levar-nos a pecar. Mas tentação não é pecado. Ninguém precisa se sentir um pecador pelo fato de experimentar a tentação. Se você está deitado na cama e de súbito aparece um pensamento pecaminoso em sua mente, você não precisa pensar que está perdido e se condenar pelo fato de um pensamento negativo aparecer por um ou dois segundos. Lembre-se, você não pode impedir que um pássaro pouse sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo que ele faça um ninho nela.

Existem muitos e variados tipos de tentações. Na realidade Satanás tem uma fábrica delas. Lá são elaboradas tentações personalizadas. Cada uma especialmente preparada para cada pessoa. E o inimigo conhece muito bem o lado fraco de cada ser humano. Para um será o álcool, para outro a deturpação do sexo. Enfim, a nossa luta é contra um ser inteligente. Ele conhece as nossas origens, o ambiente que crescemos, a herança que recebemos de nossos pais. Fará de tudo para nos enganar. Ele se esconderá atrás de uma música sensual, de uma mulher sedutora, de um rapaz maravilhoso, de uma teoria fascinante. Ele se vestirá de luz, se for preciso. Para os propósitos dele, vale tudo. O fim justifica os meios.

Mas tudo que ele fizer para enganar você é apenas tentação, e tentação não é pecado. O inimigo nunca poderá vencer a menos que conte com a sua colaboração. Ele pode fazer o que quiser. Pode rodear sua vida com diversas tentações, vozes, dinheiro, fama, prazer, luzes, o que quiser. Tudo não passará de tentações. Ele não pode obrigar-nos a pecar. Se cairmos é porque aceitamos cair. É porque cedemos voluntariamente aos feitiços da tentação. A tentação é como se fosse um telefone chamando. O pecado acontece se você atender. Se você não atender, não existe pecado. Mas o telefone continua chamando. Incomoda? Claro que incomoda, mas não passa de simples tentação.


Consideremos agora alguns conselhos que podem se úteis ao enfrentarmos a tentação. Quando a tentação vier, procure pensar em outra coisa. Já explicamos que a luta é para ocupar o território da mente, então coloque em sua mente promessas bíblicas. Há uma lei física que diz: “um espaço vazio só pode ser ocupado por um corpo ao mesmo tempo”. O espaço é a nossa mente. Toda vez que a tentação vier, peça socorro divino, repita um Salmo de cor, cante um hino, repita o verso da meditação daquele dia, coloque pensamentos e promessas bíblicas em sua mente. De acordo com a lei física, a tentação não terá vez.

O que não podemos é permitir que o pensamento negativo, chamado tentação, permaneça em nossa mente, permaneça em nossa mente mais de dois segundos. Não devemos acariciá-lo, não devemos deleitar-nos com ele, porque aí a tentação vira pecado. Primeiro em forma de desejo pecaminoso, que nos levará depois ao ato pecaminoso, e se repetido nos conduzirá ao vício.

Conta-se a história de um vendedor da Índia, que um dia chegou a uma pequena vila declarando que podia fabricar ouro. As pessoas correram para ver o estranho visitante. O homem colocou num prato grande um pouco de água, algumas gotas de tinta vermelha e começou a mexer o prato em círculos, repetindo algumas palavras mágicas. Num momento em que a atenção do público estava distraída, o vendedor deixou escorregar da manga um pedaço de ouro dentro do prato, e depois tirou a água da vasilha e mostrou a todos o pedaço de ouro. Todo mundo olhava perplexo. Um comerciante da cidade quis comprar a fórmula e o visitante prontamente vendeu. “Mas”, explicou, “você não pode pensar no macaco de rosto vermelho quando mexer o prato, porque se você pensar nele o ouro nunca aparecerá”. O comerciante prometeu que lembraria sempre do conselho, mas quanto mais se esforçava por esquecer tanto mais forte ficava em sua mente a imagem do macaco de rosto vermelho. E ele jamais conseguiu o desejado ouro.

Não lhe parece familiar este fato? Quanto mais queremos esquecer nossos erros, quando mais queremos jogar fora a tentação, ela está cada vez mais firme em nossa mente? Nesse momento o melhor é se lembrar do que disse o Salmista: “Guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra ti” (Salmo 119.11).


E agora o conselho mais importante: Não olhe para você, olhe para Cristo. Isto é básico porque o resultado final dependerá de quem ocupa os nossos pensamentos. Olhar para nós só trará fracasso e frustração. Aí está a tragédia da humanidade. O mundo diz: “Olhe para você, descubra seu potencial, concentre-se para conseguir a força mental, descubra sua energia interna”. Mas dentro de nós só existe angústia, vazio, desequilíbrio e muitas vezes desespero. Deus tem um caminho melhor. Ele no pede que olhemos para Cristo. Este é um caminho simples, porém seguro.

Li sobre a experiência de um garoto chamado Alexandre.Ele devia ter seis ou sete anos de idade. Na escola todas as crianças tinham mais ou menos a idade dele. Só havia dois rapazes grandes, de 16 anos. Um deles era muito mau, batia nas crianças e tirava as coisas delas à força. A mãe de Alexandre costumava dar-lhe dois reais para o lanche. Dois reais dava para comprar um sorvete de morango e ainda restava troco para comprar amendoim torrado. O menino levantava todas as manhãs, com uma ansiedade tremenda de ir para a escola mais interessado no sorvete e no amendoim do que na própria aula.

Um dia, a caminho da escola, aquele rapaz mau saiu ao encontro de Alexandre e lhe pediu o dinheiro. O menino resistiu, mas o rapaz lhe dobrou o braço à força e tirou seu dinheiro. “Você está vendo aquele homem sem braço?” disse o rapaz ao menino enquanto apontava um homem maneta que morava no bairro. “Sabe por que ele não tem braço? Eu cortei o braço dele. E se você contar para sua mãe ou para a professora que tirei seu dinheiro, corto também o seu braço”.

Aí começou a tragédia de Alexandre. Dia após dia ele entregava seu dinheiro ao rapaz. Isso causava-lhe uma revolta muito grande. O pior de tudo era que não podia avisar ninguém. Não queria perder o braço. Tornou-se uma criança triste, chorava à noite sozinho. Não tinha mais motivação para ir à escola. Às vezes, na hora do recreio, aquele rapaz mau comprava um sorvete com o dinheiro de Alexandre e tomava perto dele, zombando e fazendo-o sofrer. O que podia fazer uma criança de seis anos contra um rapaz de dezesseis?

Certo dia, na hora do recreio, Alexandre estava olhando as crianças brincarem, quando aquele rapaz mau bateu numa delas. Naquele momento, apareceu o outro rapaz grande da escola e deu=lhe um murro. Para surpresa de Alexandre, o rapaz mau não teve coragem de enfrentá-lo. Uma idéia brilhou em sua mente. Procurou o outro rapaz e disse: “Você gostaria de ganhar 1 real todo dia?”. E contou-lhe a história toda. O rapaz prometeu lhe proteger. Combinaram que no dia seguinte ele esperaria Alexandre no lugar onde o rapaz mau o aguardava diariamente. Aquela noite quase não dormiu. “Amanhã”, pensava ele, “amanhã será meu grande dia. Nunca mais ninguém vai tirar o que é meu”.

No dia seguinte levantou-se cedo. Recebeu o dinheiro de sua mãe e se dirigiu à escola. Lá, no lugar de sempre estava o rapaz perverso o aguardando. Dessa vez Alexandre sequer olhou para ele. Seguiu o seu caminho, mas ele o alcançou e lhe pediu o dinheiro. “Nunca mais, ouviu? Nunca mais vou lhe dar o meu dinheiro”, disse Alexandre olhando com olhar desafiador para os olhos dele. O rapaz quase não podia acreditar o que estava ouvindo. Começou a dobrar o braço do menino. Mas naquele instante, do outro lado da rua saiu o outro rapaz e os dois deram uma surra no grandalhão. Você está rindo? Eu também. Mas tremo pensando nas horas de angústia e de impotência que uma criança de seis anos viveu.

Nós somos como Alexandre e o diabo é como aquele rapaz de dezesseis anos. Às vezes ele vem e nos tira, não a ilusão de um sorvete, mas a alegria da vida. Derruba nossos castelos, nossos sonhos, estraçalha nossos planos. Rouba-nos os valores morais, o respeito próprio, arranca de nós a paz e o equilíbrio interno e ri, ri porque se considera vitorioso. E sua gargalhada é como uma bofetada no rosto de Cristo. Às vezes brinca conosco, como gato e rato. Deixa-nos sair um pouco, deixa-nos pensar que estamos livres, para depois atacar com força, ferir, machucar e humilhar. E aí perguntamos: Por quê? Por que tem que ser assim?

Do outro lado da rua, lá na montanha solitária foi pendurado um Deus-homem não só para dar perdão, mas também para dar poder. Quando ele morreu, o inimigo pensou que tinha vencido, mas ao terceiro dia, ressurgiu como vitorioso. Ressuscitou. Hoje vive. Vive para dar poder. Olhe para o túmulo vazio. Olhe para o céu e veja o gigante da história disposto a vencer em seu favor. Cristo venceu! Venceu seu inimigo no deserto. Venceu-o na cruz. Venceu-o na morte. É capaz de vencê-lo em nosso favor quantas vezes forem necessárias.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Revela o segredo da vida vitoriosa


“Pastor, eu acho que não estou convertido. Constantemente sinto vontade de pecar. A minha vida é um permanente conflito. Quero servir a Jesus, mas ao mesmo tempo sinto vontade de fazer coisas erradas. Tem solução para mim?”.

A pergunta veio de um rapaz de 20 anos embora pudesse ter saído de seus lábios naquela tarde. Por alguma razão, temos a idéia de que no momento da conversão a nossa luta acaba e que a partir desse momento não pecaremos mais; seremos perfeitos, no sentido de ser exemplo de vida para outros. Mas por que é que a partir do momento que nos entregamos a Cristo nossa luta se torna maior e o conflito aumenta?



Antes de mais nada temos que entender o que acontece no momento da conversão. Muitos têm a idéia de que na hora da conversão, Deus tira de nós a natureza pecaminosa e a joga fora para sempre, colocando em substituição a nova natureza que gosta de amar e obedecer. Isto não é completamente verdade. Seria maravilhoso se fosse assim, já que nunca mais teríamos vontade de pecar e em conseqüência, nossa vida seria como a de Adão e Eva antes da queda.

Infelizmente não é assim que sucedem as coisas. Ao converter-nos, Deus coloca dentro de nós uma nova natureza, a natureza de Cristo. Mas o que acontece com a velha natureza pecaminosa, a natureza de lobo? Ela não sai, como muitos imaginam. Ela fica aí, agonizante. “Aquela parte que em cada um de vocês gosta de pecar, foi esmagada e mortalmente ferida” (Rm 6.6 – Versão “O mais importante é o amor”), afirma o apóstolo. E agora? Agora passamos a ser pessoas com duas naturezas: a natureza de Cristo, nova, recém implantada e a velha natureza pecaminosa, “esmagada e mortalmente ferida” que continua dentro de nós.

O ideal seria que a velha natureza permanecesse sempre “mortalmente ferida”. Mas essa situação não é definitiva; é circunstancial. Na primeira oportunidade que receber alimento, ela ressuscitará, e se continuar sendo alimentada, ela recuperará completamente as forças e lutará para expulsar de nossa vida a nova natureza. É por isso que depois da conversão a luta aumenta. Existe muito mais conflito num homem depois de sua conversão do que antes dela. Você está surpreso? Tente entender o que estou dizendo. Depois de comprometer-se com Jesus você pode esperar maior luta em seu coração, um conflito interno, que muitas vezes o levará ao desespero, se você não parar a fim de entender o problema.



O assunto é simples. O homem sem Cristo tem uma só natureza, a natureza com que nasceu e essa natureza faz as coisas erradas na hora que deseja. Não existe ninguém para se opor. Não existe luta, não há conflito. Mas você comprometeu-se com Jesus, você experimentou o milagre da conversão, você tem agora uma nova natureza e ela se opõe à velha. Você entende por que a vida do homem sem Cristo pode parecer mais leve? Ele só tem uma natureza e ela assume o controle da vida, sem oposição. Mas logo depois da conversão, quando o homem pensa que a velha natureza foi embora, descobre que ela continua dentro e o conflito começa.

Você conhece a história do apóstolo Paulo? Houve um momento em sua vida em que ele chegou à beira da loucura. Na sua carta aos cristãos de Roma ele diz: “Eu não entendo o que faço, porque não faço o que gostaria de fazer. Ao contrário, faço justamente aquilo que odeio... E isto mostra que de fato já não sou eu quem faço isso, mas o pecado que vive em mim... Assim, eu sei que é isto que acontece comigo... Dentro de mim sei que gosto da Lei de Deus. Mas vejo que uma lei diferente age em meu corpo, uma lei que luta contra aquela que minha mente aprova”. (Rm 7.15-23 – Versão BLH).

Entende meu amigo? Duas naturezas, duas forças lutando dentro do apóstolo Paulo. Um conflito que o levou ao desespero, porque no verso seguinte ele clama: “Que situação terrível esta em que estou! Quem é que me livrará da minha escravidão e esta mortífera natureza interior?” (Rm 7.24 BLH). Agora pergunto. No momento em que Paulo escreveu a carta aos Romanos estava ou não convertido? Claro que estava. Ele tinha sido convertido lá na estrada de Damasco, quando se encontrou com Jesus e caiu do cavalo. Porém, aqui está a experiência de um homem convertido sentindo dentro de si o conflito das duas naturezas.

Não se preocupe meu amigo por causa da tensão e do conflito que vêm após a sua conversão. Você e eu somos pessoas com duas naturezas, entende? E o pior, elas não gostam uma da outra. O apóstolo Paulo um dia conseguiu entender este conflito, e aí ele escreveu: “Isto é o que eu quero dizer: Deixem que o Espírito de Deus dirija suas vidas, e não obedeçam os desejos da natureza humana. Porque o que a nossa natureza humana deseja é contra o que o Espírito quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana deseja. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que querem”. (Gl 5.16-17 BLH).


“Pastor”, você dirá, “quer dizer que toda a minha vida vai ser uma vida de conflito?” Não, necessariamente; e isso vai depender de suas escolhas. As duas naturezas estão hoje em luta mas, finalmente, uma delas vencerá. Uma delas assumirá o controle completo de sua vida. Uma delas sobreviverá e a outra morrerá. Qual delas será a vitoriosa? Também isso vai depender de suas escolhas.

Vamos ilustrar o assunto desta maneira. Suponhamos que estão soltas na arena de um circo duas feras envolvidas numa luta de morte. Os empresários do circo separam as duas feras e as colocam em jaulas separadas. Uma delas é fartamente alimentada. Recebe comida e água em abundância. A outra é deixada no esquecimento quase total. Vez por outra alguém dá para ela apenas um bocado de alimento, o suficiente para não morrer. Quando chegar o momento do confronto, qual delas vencerá? Existe alguma dúvida? Você sabe que será a que for melhor alimentada, não sabe?

Ocorre que os seres humanos, geralmente, alimentam mais a natureza pecaminosa e esta é a causa de nosso fracasso constante, mesmo depois de nossa conversão. Deus realizou o milagre da conversão em nós, implantou em nosso coração a nova natureza, mas nós não cuidamos dela, não a alimentamos e em conseqüência a velha natureza está sempre tomando o controle de nossa vida.

Como é que se alimenta as naturezas? Através dos cinco sentidos. Tudo o que entra em nossa mente através dos sentidos é alimento para uma ou outra natureza. Este é o motivo por que precisamos ser cuidadosos na escolha dos programas que assistimos, os sites que navegamos, das revistas que lemos, das conversas das quais participamos e das músicas que ouvimos. É verdade que às vezes, mesmo sem querer, estaremos sempre alimentando a natureza má. Eu não posso evitar ouvir uma música que inspire desejos pecaminosos enquanto estou num ônibus ou no local de trabalho. Não posso também evitar que apareça uma imagem sedutora enquanto leio ou assisto ao noticiário. Mas posso evitar colocar voluntariamente esse tipo de “alimento” em minha mente. É inevitável que vez por outra passem “migalhas” para a natureza má, mas posso evitar que entre para ela “filé mignon”.

Alguns anos depois de escrever o desesperado capítulo aos Romanos, Paulo escreveu aos Filipenses dizendo: “E agora irmãos, ao terminar esta carta, quero dizer-lhes mais uma coisa. Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisa que sejam puras e agradáveis”. (Fp 4.8). Ele está falando do alimento da nova natureza, você percebe? Ele tinha descoberto o segredo da vida vitoriosa. Ele não mais alimentava a natureza pecaminosa. A natureza de Cristo tinha assumido agora o controle da sua vida. “Eu próprio não vivo mais, sim é Cristo que vive em mim”. (Gl 2.20).


Na realidade a nossa vitória e, em conseqüência, a nossa felicidade na vida cristã, dependem de certo modo de aprendermos a conviver com ambas as naturezas. Como? Alimentando a natureza de Cristo e matando de fome a outra. É isso que Paulo diz quando afirma: “e os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e desejos descontrolados” (Gl 5.24 livre). Enquanto estivermos neste mundo, não há modo de nos livrarmos da natureza pecaminosa, embora possamos tornar a luta mais leve, deixando de alimentar a natureza má. Podemos manter esta última “mortalmente ferida”, mas jogá-la fora de nosso ser, não.

Mas, graças a Deus, existe uma promessa maravilhosa: “Digo-lhes isto, meus irmãos: um corpo terreno, feito de carne e sangue, não pode entrar no reino de Deus. Estes nossos corpos mortais não são do tipo adequado para viver eternamente. Contudo eu lhes estou contando um segredo estranho e maravilhoso: nem todos morreremos, porém todos receberemos novos corpos! Tudo acontecerá num instante, num piscar de olhos, quando for tocada a última trombeta. Porque virá do céu um toque de trombeta, e todos os cristãos que já morreram, de repente voltarão à vida, com novos corpos que nunca jamais morrerão; então, nós, que ainda estivermos vivos, também receberemos, de súbito, novos corpos. Porque os nossos corpos terrenos, os que temos agora e que são mortais serão transformados em corpos celestiais que não podem pecar, mas viverão para sempre. Quando isso acontecer, finalmente, se tornará verdadeira esta escritura: “A morte foi tragada na vitória! Ó morte, onde está agora a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? Porque o pecado – o aguilhão que causa a morte – terá desaparecido completamente”. (1 Co 15.50-54)

Não é isto maravilhoso? Um novo corpo. Sem natureza pecaminosa. Finalmente Deus arrancará a velha natureza de nós e a jogará fora, para sempre. Aí sim, não haverá mais luta, mais conflito interior, mais vontade de pecar. Tornaremos a ser pessoas com uma só natureza, a natureza de Cristo, perfeita e que se deleita em amar.

Cristo garantiu a nossa vitória na cruz. Ele está bem perto de você nas horas difíceis. Nos momentos em que você acha que todo mundo o abandonou, que você nunca conseguirá, que você é um fracasso completo, lembre-se de que Cristo está aí, amando-o, perdoando-o, sustentando-o. “Porque Deus está operando em vocês, ajudando-os a desejar obedecer-lhe, e depois ajudando-os a fazer aquilo que ele quer”. (Fp 2.13). “Deus, obrigado pela promessa de que um dia a luta findará. Ajuda-me, enquanto estiver neste mundo a alimentar a natureza de Cristo e matar de fome a natureza carnal. Essa é a minha parte ó Deus, eu sei, mas nem isso consigo. Por favor, vem e faze por mim o que eu sou incapaz de fazer por mim mesmo. Amém.”

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Transforma corações


Por que se torna difícil amar a Deus, mesmo sabendo o que ele fez por nós? No Evangelho de João, capítulo três encontramos a história de um homem que não conseguia amar apesar de ter abundante conhecimento bíblico. Este homem cumpria aparentemente, todas as normas, esforçava-se cada dia para ser um bom membro de Igreja, tinha até um cargo de liderança, mas não era feliz. Experimentava uma sensação de vazio na alma, faltava em sua vida alguma coisa. O pior de tudo era que nem ele próprio sabia definir o quê.

É possível que Nicodemos costumasse ficar acordado até altas horas da noite, sem conseguir dormir. Muitas vezes, deitado na cama, talvez se perguntasse: “Meu Deus, o que está faltando? Devolvo os dízimos, sou professor da Escola Dominical, sou membro do Conselho, mas sinto que alguma coisa está errada dentro de mim; tenho a impressão que de nada adianta todo o meu esforço. O que está acontecendo comigo?”.



Foi talvez numa daquelas noites que se levantou e procurou Jesus. Sabia onde achá-lo. Estudava as profecias e tudo apontava Cristo como o Messias que havia de vir. Seu problema não era a falta de conhecimento. A tragédia de Nicodemos jazia no fato de nunca ter tido um encontro pessoal com Cristo. Amparado pelas sombras da noite, dirigiu-se onde Jesus estava. No fundo, tinha vergonha que outros o vissem procurando Jesus. Vocês percebem o drama daquele homem? Cheio de teoria, cheio de doutrinas, sozinho, precisando de ajuda, angustiado, porém impedido, por causa do seu status, de correr como o jovem rico e cair aos pés de Cristo dizendo: “Senhor, estou perdido! O que preciso fazer para ter a vida eterna?”

Ao encontrar Jesus, Nicodemos tentou abrir o coração, contar suas tristezas, da confusão toda que o inquietava, mas não conseguiu. Seu orgulho falou mais alto: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.” (João 3.2).

Tenho a impressão que quando Nicodemos começou a falar com Jesus ele na realidade quis dizer: “Jesus, eu te reconheço como mestre, e vim falar contigo de mestre para mestre. Vamos estudar um pouco as profecias que se relacionam com as coisas que tu fazes”. Jesus fixou os olhos em Nicodemos e viu através deles uma alma angustiada. Não era de profecias que ele estava precisando, nem de doutrinas. Às vezes vivemos preocupados em procurar mais conhecimento teológico quando na realidade a nossa necessidade é outra.

“Nicodemos”, disse Jesus, “se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (vs. 3). Este é o seu problema e enquanto você não experimentar o novo nascimento não adianta estar na Igreja, nem conhecer a doutrina, nem ter cargo de liderança. Nada substitui a experiência da conversão”. Aquela declaração causou grande impacto em Nicodemos. “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (vs. 4) perguntou Nicodemos. Ao que Jesus respondeu: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.” (vs. 5-7).

A história de Nicodemos fica sem conclusão no capítulo três de João, porque, naquela noite, ele não aceitou o convite de Cristo. Era duro demais reconhecer que ele, Nicodemos, o teólogo, o líder, o bom membro de Igreja, não era convertido. Retirou-se triste e frustrado como veio.



Você acreditaria se eu dissesse que o problema de Nicodemos é também o nosso? Corremos talvez o risco de pensar que, porque estamos na Igreja, batizados, estamos convertidos. Mas não é assim. Não podemos confundir conversão, com convicção. Ambas soam parecidas, mas tem significados completamente diferentes. Convicção tem a ver com o que vai na cabeça. Conversão tem a ver com o coração e a vida.

Um dia desses, alguém nos deu uma série de estudos bíblicos. Aceitamos as doutrinas e decidimos nos batizar. Ao sermos recebidos como membros da Igreja pensamos: “Agora estou convertido”. Mas talvez não seja assim. Estamos convencidos da doutrina, com certeza, mas estar convencido não significa estar convertido. E aí começa a confusão toda. Passamos pela vida como Nicodemos, cheios de conhecimento, muitas vezes desde crianças, porque nascemos em um lar evangélico, mas vivemos com essa permanente sensação de vazio, de impotência e de fracasso. Queremos amar a Deus e não conseguimos. Por quê?

Vamos tentar entender melhor este assunto da conversão. Para isso temos que remontar novamente o Éden. Lá encontramos Adão e Eva, recém criados por Deus. Eles eram perfeitos e foram criados com capacidade de obedecer. Para eles, obedecer era tão fácil como respirar. O problema começou quando pecaram, porque naquele instante eles perderam aquela natureza perfeita e adquiriram uma natureza estranha, incapaz de obedecer. Chamaremos isso de natureza pecaminosa.

Infelizmente essa natureza pecaminosa foi passando de pai para filho até o dia de hoje. É isso que a Bíblia diz: “enganoso é o coração e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” Então você pode estar perguntando: “Pastor, isso quer dizer que eu nunca conseguirei obedecer?” E eu respondo: “Com essa natureza pecaminosa com a qual você nasceu, não.” Foi isto que Cristo disse a Nicodemos: “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus”. Deixe-me ilustrar isso.



Suponhamos que um dia um lobo comece a observar a vida das ovelhas e depois de um certo tempo chegue à conclusão de que o melhor modo de vida é a vida das ovelhas e decida juntar-se a elas. Para isso, coloca uma pele de ovelha em cima e passa a conviver com as ovelhas. Como você acha que ele se sentirá quando chegar a hora de comer e as ovelhas comerem com prazer o capim verde? Você acha que ele se deliciará comendo capim? Suponhamos também que ele seja um lobo honesto, e não queira voltar atrás na sua decisão, você acha que cinco ou dez anos depois ele finalmente aprenderá a gostar de capim? Não, claro que não. Ele é lobo, com paladar de lobo e com natureza de lobo.

A princípio talvez ele se esforce para viver exatamente como as ovelhas vivem, embora tudo isso seja contrário a sua natureza. Mas o tempo vai passando, o entusiasmo da sua decisão vai diminuindo e, finalmente, depois de um ou dois anos, não consegue mais ficar amarrado a um tipo de vida alheio a sua natureza. Aí, um dia, enquanto as ovelhas dormem, ele se levanta em silêncio e vai embora. Longe do rebanho, tira a pele de ovelha e vive como lobo, come, corre, uiva como lobo, enfim, faz tudo que os lobos fazem. Depois de ter dado vazão a seus instintos e gostos de lobo ele retorna, coloca novamente a pele de ovelha e no domingo está de novo assentado no meio das ovelhas, como se nada tivesse acontecido. Nada? Aconteceu sim, e ele sabe disso e então chora em silêncio.

Um dia, não conseguindo suportar mais esse tipo de vida, grita do fundo de seu coração: “Ó Deus, tu sabes que eu quero ser uma ovelha de verdade, mas tu conheces a minha natureza de lobo. Sou um lobo, nasci lobo. Mas, Deus, por favor, não quero ser mais lobo, quero me tornar numa ovelha de verdade. Faze alguma coisa por mim”. E Deus faz o milagre da transformação. Com um toque maravilhoso, converte esse lobo numa ovelha de verdade, com coração de ovelha, com paladar de ovelha, com mente de ovelha. Entende meu amigo? Isso é conversão. Deus promete dar-nos uma natureza nova, a natureza de Cristo, que gosta de amar a Jesus e tem prazer nas orientações seguras da Palavra de Deus.


Essa era a luta de Nicodemos quando Cristo lhe disse: “Você tem que nascer de novo, você precisa de uma nova natureza”. E Nicodemos achou que, porque conhecia bem a doutrina, já tinha sido convertido e achou aquela declaração de Cristo uma ofensa e foi embora. Durante três anos continuou vivendo em meio à Igreja carregando aquele sentimento de que alguma coisa estava errada com ele. Continuou assistindo aos cultos, desempenhando suas responsabilidades, mas vazio e triste por dentro.

Até que um dia os judeus prenderam a Jesus e o levaram ao topo da montanha do Calvário. Aí, seu corpo foi levantado. Embaixo, entre a multidão estava Nicodemos, tremendo. E ao ver Cristo pregado na cruz, se lembrou da noite de três anos atrás, quando Jesus disse: “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, é necessário que eu seja levantado numa cruz, para que todo aquele que crer em mim não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Nicodemos não conseguiu resistir mais. Eu imagino que se aproximou da cruz e clamando disse: “Por favor Jesus, não vá embora. Não sem antes transformar meu ser. Dá-me a nova natureza de que falou naquela noite”. E o pedido de Nicodemos foi ouvido. Cristo transformou seu ser. E aquele homem medroso que um dia procurou Jesus de noite, não teve medo de confessar publicamente a sua fé em Jesus e junto com José de Arimatéia pediu o corpo de Cristo para dar-lhe uma sepultura digna.


Como Deus transforma? Não sei. Mas eu sei que ele é capaz de mudar a vida de qualquer pessoa que o busque. Ao longo de meu ministério tenho visto muitas vidas serem transformadas. Pessoas viciadas em drogas, bêbados, homens e mulheres sem esperança de recuperação, e Deus foi capaz de transformá-los.

Lembro-me de uma ocasião em que fui acompanhando a Cida num Congresso promovido pelo SEBRAE em São Paulo para Micro e Pequenas Empresas. Na época Cida estava planejando abrir sua loja. Estávamos assentados na segunda fila de um grande hotel, pessoas bem trajadas, tratamento de luxo e repórteres faziam a cobertura do evento.

No primeiro intervalo, um homem de terno e gravata, se aproximou eufórico e disse com alegria: “Pastor Ronaldo?!” Surpreso respondi: “Sim, sou eu” enquanto certifiquei que no meu crachá não havia a descrição “pastor” junto ao nome. E ele continuou: “Sei que não sabe quem sou. Alguns anos atrás o senhor estava falando de Jesus para mendigos na rodoviária de Itu. Naquela noite, um deles se mantinha mais distante e xingava o tempo todo mandando-o calar a boca. Lembra-se disso?” É claro que eu me lembrava.

E ele continuou: “Pois bem. Aquele mendigo era eu. Eu xingava porque suas palavras caiam em meu coração como uma bomba. Quando o senhor foi embora eu não consegui resistir, submeti minha vida a Jesus.” Naquele instante eu já estava perplexo. “Ali aconteceu um milagre pastor. Eu havia perdido a minha família por causa da bebida. Bebia tanto que não conseguia trabalhar. Batia em minha esposa e meus filhos quando estava sob o efeito da bebida, até que um dia eles me colocaram pra fora.

Depois de minha conversão, parei de beber e minha vida tomou outro rumo. Consegui desenvolver um projeto de economia de luz elétrica e hoje tenho uma Pequena Empresa. Mas, faltava-me algo. A minha família estava sofrendo e eu não tinha coragem de procurá-la porque sabia que eu era o culpado de todo o sofrimento deles. Até que um dia resolvi fazer-lhes uma visita. Foi difícil. Mas quando me viram, não acreditaram que eu não estava bêbado. Minha mulher, com os olhos arregalados disse: ‘É você mesmo? Eu ouvi dizer que você não bebe mais, mas não acredito.’ Naquele instante então disse: É, Cristo mudou minha vida. Por todos esses anos fiz vocês sofrerem, peço que me perdoem e me permita ajudá-los. Não precisam me tratar como pai ou marido, eu não mereço isso, mas me permita ajudar vocês com o meu trabalho.

Sabe pastor, eu nunca vou esquecer aquele momento. Os meus filhos pularam em meu colo e me beijaram. Minha mulher chorando disse: ‘eu estou muito confusa, mas se esse Jesus realmente fez você parar de beber, então eu preciso conhecê-lo’. Daquele dia em diante comecei a pedir a Deus a oportunidade de reencontrá-lo e agradecê-lo por ter falado de Jesus pra mim. Eu mal conseguia lembrar o seu nome, sabia que era pastor, mas não sabia onde encontrá-lo. Hoje, Deus me deu a honra de reencontrá-lo.

Isso não é maravilhoso? O milagre da conversão pode acontecer agora, comigo, com você, com qualquer pessoa que chegar a Cristo reconhecendo sua incapacidade de obedecer devido à sua natureza pecaminosa. É justamente isso que Deus nos promete: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 36:26).

Consciente de que sem Cristo jamais conseguirá ter uma vida feliz você pode clamar: “Ó Deus, perdoe meus pecados e transforma meu coração”. Então, a Palavra de Deus diz que o milagre acontecerá. Você pode estar perguntando: “Mas como isso é possível? Como pode Deus mudar minha vida num segundo?” Não sei, milagres não tem explicação e a conversão é um milagre.

Eu não posso explicar como a água pura e simples pelo toque de Cristo um segundo depois era vinho de primeira qualidade. Nenhum químico do mundo pode explicar. Milagres não se explicam, se aceitam. Como foi possível um cego de nascença viver anos e anos na escuridão e, num segundo depois do toque divino, estar enxergando? Oftalmologista nenhum pode explicar isso. Milagres não se explicam, se aceitam. Nesse momento, agora, Deus quer fazer um milagre em você, o milagre da conversão. A você cabe apenas dizer, Senhor eu aceito o milagre. Vamos orar.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ama-me com amor sacrificial


Uma das grandes verdades da Bíblia é que Cristo nos amou tanto que o mínimo que podemos fazer é amá-lo também. Mas, porque é que o ser humano tem tanta dificuldade de amar a Deus? Acredito que isso se deve ao fato de não entendermos o que ele fez por nós. Desde crianças ouvimos tanto falar que Jesus morreu em nosso lugar que é possível que tenhamos acostumado com essa frase a ponto de perdermos o verdadeiro significado dela. No dia em que entendermos o que aconteceu naquela cruz, sem dúvida alguma o amaremos. Mas o que aconteceu lá?


Voltemos nossos olhos para o Jardim do Éden. Ao criar o ser humano Deus lhe disse: “De todas as árvores do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.16-17). Nesta ordem está envolvido o princípio de retribuição, ou seja, a obediência leva à vida, a desobediência leva à morte. Segundo a Bíblia todos nós pecamos e por conseqüência devemos morrer. Mas o ser humano não quer morrer. Ele então clama a Deus dizendo: “Pai, eu sei que pequei e mereço a morte, mas, por favor, perdoe-me, eu não quero morrer”.

Esta súplica gera um conflito para Deus. Por um lado ele ama o ser humano e não quer permitir que o ser humano morra. Por outro lado, como Deus, sua palavra não muda. Se o homem pecou, ele tem que morrer. O que fazer? Se existiu pecado tem que existir morte porque “sem derramamento de sangue (inocente) não pode haver perdão”. Nessa situação só existe uma saída. Alguém tem que pagar o preço do pecado do ser humano.

É aí que entra a pessoa de Jesus. Ele diz ao Pai: “Pai, o homem merece morrer porque pecou, mas antes de cumprir a sentença quero ir à terra como homem e assumir a natureza humana. Se eu não pecar, então morrerei em seu lugar”. Foi por isso que Cristo veio ao mundo e viveu entre nós. Sabe meu amigo, quando Jesus veio como ser humano ao mundo, ele não só parecia um de nós, ele se tornou um de nós. Como você e eu, teve as mesmas lutas, sentiu às vezes sozinho e incompreendido. Experimentou diversas tentações e é por isso que ele está mais pronto a amá-lo e compreendê-lo do que a julgá-lo e condená-lo.

A Bíblia diz que Jesus viveu 33 anos, foi tentado em tudo e não pecou (Hebreus 4.15). Voltando ao princípio de retribuição ele merece a vida. Então vamos imaginar uma conversa entre ele e o Pai. Jesus diz: “Pai, eu vivi na terra como um ser humano e não pequei. Por isso mereço a vida. O ser humano pecou e merece a morte. O princípio de retribuição não impede que haja uma troca. Sendo assim, a vida que eu mereço darei ao homem, e a morte que ele merece, quero morrê-la”. Foi isso que aconteceu lá na cruz, uma troca de amor. Um justo morreu em nosso lugar. Morreu para pagar a nossa dívida de pecado que nos separava de Deus.


Uns dias antes da morte de Jesus, a polícia de Jerusalém prendeu um delinqüente chamado Barrabás. Ele foi julgado e condenado a morte de cruz. Este tipo de morte é cruel. Ninguém morre por feridas nas mãos e nos pés. É a perda de sangue, de gota em gota, a fome, sede, frio e calor que vai matando lentamente. Às vezes a pessoa ficava pendurada por vários dias até morrer. Depois do julgamento mandaram fazer uma cruz para Barrabás. Tiraram suas medidas e um carpinteiro foi chamado que com precisão fez a cruz nas medidas de Barrabás e com o seu nome.

A história conta que naqueles dias a polícia prendeu também a Jesus. A Bíblia diz que “... por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo um dos presos, conforme eles quisessem. Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado. E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito. Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos. Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado! Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo ; fique o caso convosco! E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos! Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Mateus 27.15-26)

Se houve alguém que entendeu bem a expressão “Jesus morreu em meu lugar” foi Barrabás. Ele talvez se beliscasse para saber se realmente estava acordado. Ele, um delinqüente estava livre porque um homem justo apareceu para morrer em seu lugar. Inacreditável!


Já não havia mais tempo para preparar uma cruz para Cristo. Além do mais, ali havia uma cruz vaga, com medidas de outro, com o nome de outro, preparada para outro. E naquela tarde, meus amigos, quando Cristo subiu ao monte carregando aquela cruz, eu gostaria que você entendesse bem isso, Jesus estava carregando uma cruz alheia, porque para ele ninguém nunca fez uma cruz. Sabe por quê? Porque ele não merecia uma. Aquela tarde ele carregou a minha cruz. Era eu que merecia morrer, mas ele me amou tanto que decidiu morrer em meu lugar e me oferecer o direito à vida, que como homem ele tinha conquistado.

Ao chegarem ao topo da montanha deitaram a cruz no chão e com enormes pregos atravessaram-lhe as mãos e os pés. Ao levantar a cruz, com o peso de seu corpo, sua carne se rasgou. Colocaram uma coroa de espinhos sobre sua cabeça e zombaram dele. Um soldado o feriu de lado com uma lança e tendo sede lhe deram vinagre para beber. Ali estava o Deus-Homem morrendo por amor. O sol escondeu seu rosto para não ver a miséria dos homens, os animais corriam de um lado para outro sentindo que algo estava errado, apenas o ser humano, a mais inteligente das criaturas, parecia ignorar que naquele instante o seu destino estava em jogo. Horas depois, quando todos voltaram para casa, lá naquela montanha solitária, em meio a dois ladrões, morria de maneira agonizante o maravilhoso Jesus, entregando a sua vida por mim e por você.

Você já parou para pensar, alguma vez, o que significou aquele ato de amor? Não era um louco suicida que morreu na cruz. Não era um revolucionário pagando por sua ousadia. Era Deus, feito homem e como homem tinha medo de morrer. Tinha tanto medo que na noite anterior chegou a falar com o Pai: “Se possível, me livre deste sofrimento”, mas antes de ouvir qualquer resposta, ele pensa em mim, pensa em você, consciente de que não teríamos outra chance de reconciliarmos com Deus, ele diz “não, não me livre deste sofrimento, faça-se conforme o teu plano”. Ele tinha medo de morrer, mas o seu amor era maior do que o medo. A pergunta que há anos me acompanha é: “por que ele me amou tanto?” Eu jamais poderei compreender.

Voltemos ao raciocínio inicial. O homem pecou e merece morrer. Mas ele vai a Deus e diz: “Pai, perdoa-me, eu não quero morrer”. E Deus lhe diz: “Filho, eu não posso mudar o princípio. O salário do pecado é a morte. Não tem outra saída.” Mas o homem continua clamando em desespero: “Pai perdoa-me, por favor!”.

Li sobre um garoto chamado Ricardo que nos ajuda entender essa situação. Ele gostava de pular a cerca e comer as maças de seu vizinho. Um dia sua mãe o chamou e, mostrando-lhe uma vara, disse: “A próxima vez que você roubar mais uma maça do nosso vizinho, vou dar-lhe 5 varadas, entendeu?”. Os dias passaram, as maças ficavam cada vez maiores e mais bonitas. Ele não resistiu. Pulou a cerca e comeu maças até ficar satisfeito. Quando voltou foi surpreendido com a mãe com a vara na mão. Tremeu. Sabia o que iria acontecer e então suplicou: “Mãe, me perdoe. Eu não vou fazer mais isso”. A mãe disse: “Não posso filho. Você terá que receber o castigo”. Ricardo com os olhos em lágrimas disse: “Não mãe, por favor!”. Que mãe ficaria insensível vendo o filho pedindo perdão? Ela tomou entre as suas mãos, as mãos do filho e disse: “Filho, a falta existiu, o castigo precisa ser cumprido. Você não quer receber o castigo, mas eu o amo tanto que vou sofrer o castigo em seu lugar”. E passou a vara para as mãos do menino. “Até aquele momento eu havia chorado com os olhos” conta Ricardo, “mas a partir daquele momento eu chorei com o coração. Como poderia eu bater em minha mãe por uma falta que eu cometi?”

Você entendeu a mensagem? É isso que acontece entre você e Deus. Ricardo não teve a coragem de bater em sua mãe por causa de seu erro. Mas nós tivemos coragem de crucificar Jesus e ainda hoje continuamos crucificando-o com nossas atitudes. E ele não diz nada. Como ovelha muda não abre sua boca, não reclama, não exige direito, não pensa em justiça. Apenas morre, morre lentamente consumido pelas chamas de um amor misterioso, incompreensível e infinito. Eu nunca terei palavras para agradecer o que ele fez por mim. E você? Ao levantar os olhos para a montanha e vê-lo pendurado numa cruz por amor a mim, posso afirmar: Esse Jesus, eu não conhecia.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Deseja meu coração

Eu tive a honra de nascer em um lar onde minha mãe era cristã. Desde cedo fui educado numa Igreja evangélica. Como todo garoto gostava muito de andar com a turma. Aprendi a tocar violão ainda muito cedo e participava de um grupo de louvor de jovens. Ocupava-me com teatro cristão no natal e ainda próximo dos 13 anos me tornei um professor da classe de jovens. Apesar disso, ainda bem cedo sentia que minha vida não tinha um propósito, tinha uma sensação de estar perdido. Isso mesmo, perdido dentro da Igreja. Meu relacionamento com Jesus se limitava a apenas às programações da Igreja e aos 15 anos, não resisti, afastei-me da Igreja. Se aquilo era vida cristã, então eu não queria.

Ao sair da Igreja pensava que minhas decepções seriam resolvidas, mas aconteceu o contrário. O vazio no peito aumentava e a cada tentativa de afastar-me mais, mais sofria. Foi então que resolvi ter uma conversa decisiva com Deus. Ou ele me permitisse viver como um não cristão, ou me permitisse experimentar um relacionamento com ele jamais vivido por mim.


Mas você pode estar perguntando: É possível estar perdido dentro da Igreja? Sim. Existem aqueles que estão perdidos fazendo as coisas erradas enquanto ninguém vê. Mas também existem aqueles que estão perdidos fazendo tudo direito, mas com a motivação errada. Que vivem preocupados com as normas e mandamentos, mas estão igualmente perdidos.

Lembro-me do jovem rico, ele é um bom exemplo dessa segunda classe de pessoas perdidas. Ele era como outro jovem qualquer de nossa Igreja. Era membro de uma Igreja onde os líderes se preocupavam com o cumprimento das normas acima de qualquer coisa. “Não pode fazer isso, não pode fazer aquilo, isso é pecado, aquilo também é pecado” e assim conduziam a Igreja. Aquele jovem cresceu tendo uma idéia errada de Deus. Imaginava-o assentado no seu trono, cabeça e barba branca, ditando regras e com o rosto sempre sério, com uma vara na mão sempre disposto a castigar o desobediente.

Desde pequeno seus pais e os líderes sempre exigiram o fiel cumprimento de todas as regras e normas da Igreja. Eram pessoas altamente preocupadas com a imagem da Igreja. Atualizando a história, se uma garota vestisse um vestido sem mangas, por exemplo, a jovem era chamada no Conselho e por amar as pessoas da Igreja deixaria de usar o mesmo. Todos ficariam felizes, mas ninguém estaria preocupado com o que estava acontecendo no fundo do coração dela. Assim era com o jovem rico, ele não era feliz, tinha a sensação de estar perdido apesar de cumprir tudo.


Certo dia anunciaram a chegada de Jesus à sua cidade. Os líderes religiosos foram os primeiros a recebê-lo, sempre preocupados com as normas, foram logo perguntando: “Jesus, é correto ao marido divorciar de sua esposa? É pecado cortar o cabelo? É pecado orar assentado? O crente pode jogar bola?”. O Senhor Jesus não se deteve muito tempo a discutir com eles e dirigiu-se a um grupo de crianças e tomando algumas, colocou-as no colo, com amor acariciou-lhes as cabecinhas e beijou-lhes os rostinhos inocentes.

O jovem rico ficou impactado com aquela cena. Ele nunca imaginara que o Deus encarnado fosse capaz de beijar alguém, ou mesmo fazer um carinho. Pela primeira vez na vida teve vontade de abrir o coração a alguém. Correu quando Jesus já estava saindo da cidade e contou-lhe sobre o seu desespero. A história está registrada em Marcos 10.17-22, leiamos: “E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás ninguém, honra a teu pai e tua mãe. Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude. E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.”

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” essa era a crise do jovem. Ele na verdade estava dizendo: “Bom Mestre, que posso fazer para ser perdoado e aceito por Deus? Eu sinto que estou perdido.” Mas por quê? Acaso não era um bom membro de Igreja? Não fazia tudo direito? Não cumpria com todas as normas e mandamentos? Foi aqui que Jesus deu um tratamento de choque: “Guarda os mandamentos”. “Senhor”, disse o jovem, “eu sempre fiz isso e continuo perdido”. Ah! Meu amigo, cumprir normas nunca foi sinônimo de salvação. Ser um bom membro de Igreja não quer dizer estar salvo. Na verdade, é de alguma maneira possível obedecer aos princípios da Palavra de Deus e estar completamente perdido.


Ao ouvir o desespero do jovem, a Bíblia diz que o Senhor olhou para ele, e o amou. Sabe meu amigo, Jesus também ama você. Não importa se você é cristão ou ainda não, ele se importa com você. Ele o ama e o compreende. Você é a coisa mais importante para Deus. Com suas lutas, com seus fracassos, com seus conflitos, com suas dúvidas e deformações de caráter.

Lá na Judéia, muitos anos atrás, Jesus olhou para aquele jovem e o amou e disse: “Sabe qual é o seu problema filho? Você não me ama. O seu coração está nos bens que possui e não em mim. Por isso, vá, vende tudo o que tem, dá aos pobres e siga-me. Não adianta guardar mandamentos se você não me ama. Nada do que fizer terá sentido e você continuará com essa horrível sensação, com esse vazio na alma enquanto não tirar de seu coração aquilo que o impeça de me amar”. A Bíblia diz que o jovem saiu “contrariado com esta palavra, porque era dono de muitas propriedades”. Que desgraça! Estava mais disposto a cumprir mandamentos do que amar o Senhor.

Você pode pensar: “Ufa! Ainda bem que não sou rico.” Pode até ser, mas, talvez o desejo de ter mais dinheiro lançou raízes no seu coração a tal ponto que isso hoje suga a maior parte de sua vida. Talvez você traga dentro do coração um pecado acariciado e alimentado, como um bichinho de estimação, de tal forma que Jesus fique em segundo plano. Talvez você ame mais sua Igreja, o nome e a doutrina dela, do que a Jesus Cristo. Tudo isso pode estar ocupando espaço em seu coração e deixado Jesus de fora de sua vida. E sabe, Jesus nunca aceitou dividir o coração de ninguém, muito menos o seu. Se você quer mudar a realidade de sua vida e sua relação com Deus só existe uma maneira, vá desfaça de tudo aquilo que o atrapalha, vem e se renda aos pés do Senhor, e ele te ajudará.


Há algo que nunca deveríamos esquecer: é possível, de alguma forma, obedecer sem amar a Jesus, todavia, é impossível amar Jesus e não obedecê-lo. Agora me responda, qual deveria ser a nossa maior preocupação: obedecer a todos os mandamentos ou amar o Senhor Jesus? Muitas vezes pensamos que a obediência é o maior presente que podemos dar a Jesus, mas não é o que ele pensa. Para Jesus o maior presente que alguém pode dar-lhe é abrir a porta de seu coração enquanto o ouve dizendo: “Dá-me, filho meu o teu coração e o teus olhos se agradem dos meus caminhos” (Provérbios 23.26).

Sabe qual é o nosso maior drama? Sabe por que não somos felizes na Igreja? Falta amor por Jesus. Estamos na Igreja porque gostamos dela, a sua doutrina nos convenceu, ou porque nossa família sempre foi daqui, ou porque todo ser humano tem que ter uma religião, mas não porque amamos a Jesus a ponto de dizer: Eu não posso viver sem ti.

O pastor Alejandro conta que certa vez uma senhora o procurou dizendo: “Pastor, tenho quase 60 anos de casa. Pode perguntar a meu marido e ele dirá que sempre fui uma esposa perfeita. Fiz tudo o que uma boa esposa deve fazer, agi sempre do modo certo, mas, nunca fui feliz.” Surpreso ele perguntou: “Por quê?” Ela respondeu: “Eu não amo meu marido, Pastor”. “Mas, então, por que se casou?” disse ele. Ao que ela respondeu: “Nos meus tempos de mocinha os pais escolhiam o marido pra gente. Um dia meu pai disse que dali a dois meses eu me casaria com o filho de um compadre dele. O enxoval foi comprado, a festa preparada e faltando dois dias para o casamento fui até a rodoviária conhecer o meu marido. E pastor, eu não gostei, nunca consegui gostar, mas eu casei por obediência ao meu pai. Fui uma esposa perfeita, mas nunca fui feliz. Como ser feliz ao lado de alguém que não se ama?”

CONCLUSÃO

Muitos cristãos talvez pudessem dizer: “Pastor, estou na Igreja há 5, 10, 15 anos. Nesse tempo todo, de alguma maneira, cumpri o que a Igreja pede. Mas, nunca fui feliz”. Por quê? Porque não é possível ser feliz ao lado de alguém que não se ama. Conviver ao lado de alguém que se ama já é difícil, imaginem quando não há amor. Não podemos estar na Igreja por causa da família, ou por causa da denominação, ou por causa dos amigos. Todos os motivos só farão sentido se a razão principal de estar aqui for o meu amor por Jesus. Se não for assim, a vida cristã se tornará num inferno, um fardo horrível para se carregar. Fazer as coisas só porque somos membros de uma Igreja é a pior coisa que pode acontecer. Sempre estaremos pensando em sair, abandonar tudo, ou então, quando ninguém estiver olhando, estaremos fazendo as coisas erradas.

Por muitos anos servia Jesus em nome da obrigação de servir. Até que descobri, que diferente do que pensava, Jesus está muito mais interessado no meu amor do que na minha obediência. Foi aí que depois de ter pedido uma infinidade de vezes “Senhor, ajuda-me te obedecer”, resolvi orar diferente: “Senhor, ajuda-me a te amar com todo o meu ser”. E deste dia em diante conheci passei a ter um relacionamento prazeroso com Jesus completamente diferente. No fundo todos nós sabemos que quando amarmos o Senhor de todo o nosso coração, a prática de seus ensinos não mais nos serão penosos. Este Jesus eu não conhecia.