domingo, 29 de agosto de 2010

Roubando a glória de Deus


Os cristãos sabem o quanto pode uma oração. Você se lembra de quando o Senhor ouviu a sua oração? Quando a gravidez de risco trouxe o nascimento de um filho. Quando o emprego tão esperado apareceu na hora certa. Quando o assaltante não lhe encostou um dedo. Quando a sua chave foi encontrada. O pai deixou de beber. O irmão se converteu ao Evangelho de Jesus. O acidente foi evitado. Sim, os cristãos sabem o quanto vale uma oração sincera e confiante diante de Deus. O problema surge quando além de não reconhecermos o cuidado de Deus atribuímos os seus feitos em nossa vida à força de nosso braço, ou a nossa própria capacidade. Foi o que aconteceu com Sansão.

Depois da tentativa fracassada de deitar com sua mulher, Sansão acabou por se envolver numa série de atos violentos com os filisteus. Quando soube que sua mulher fora dada ao seu amigo, ele destruiu a lavoura dos filisteus com fogo. A reação dos filisteus não demorou. Queimaram a mulher e seu pai vivos. Sansão, que não levava desaforo para casa, deu vazão à vingança e partiu para a pancada com os filisteu, ferindo muitos entre eles. Em seguida, ele foge e se esconde numa caverna. Os filisteus, como sempre acontece com o impulso de vingança, espalharam cartazes de Sansão por toda parte: “Procura-se vivo (de preferência morto)”. Não o encontrando em seus domínios, reúnem-se em número de mil soldados e vão até Judá em busca de Sansão. Vejamos agora, o que aconteceu em seguida:


Os filisteus foram para Judá e lá acamparam, espalhando-se pelas proximidades de Leí.
Os homens de Judá perguntaram: "Por que vocês vieram lutar contra nós?" Eles responderam: "Queremos levar Sansão amarrado, para tratá-lo como ele nos tratou".
Três mil homens de Judá desceram então à caverna da rocha de Etã e disseram a Sansão: "Você não sabe que os filisteus dominam sobre nós? Você viu o que nos fez?" Ele respondeu: "Fiz a eles apenas o que eles me fizeram".
Disseram-lhe: "Viemos amarrá-lo para entregá-lo aos filisteus". Sansão disse: "Jurem-me que vocês mesmos não me matarão".
"Certamente que não!", responderam. "Somente vamos amarrá-lo e entregá-lo nas mãos deles. Não o mataremos." E o prenderam com duas cordas novas e o fizeram sair da rocha.
(Juízes 15.9-13)

Observe aqui o quanto Sansão se tornara odiado pelo seu próprio povo. Sansão que fora escolhido por Deus para livrar o seu povo do domínio, escravidão e violência dos filisteus, não contava com a simpatia deles. O curioso é que os homens de Judá estavam tão traumatizados com os filisteus que ao perceberem a sua presença, saem ao encontro tremendo de medo. Três mil israelitas estavam com medo de mil filisteus. Quando é que três podem ser vencidos por um? Quando o temor toma conta dos três.

Ao contrário dos demais líderes do povo de Israel, Sansão não queria assumir a frente de seu povo. Os outros líderes que Israel tivera em sua história, em momentos como esse, se colocavam à frente e liderava-os para enfrentar seus inimigos e combatê-los. Sansão não, ele prefere provocar os seus inimigos e depois, numa atitude covarde, se esconde numa caverna e deixa o seu povo em má situação. Exatamente por isso ele era visto com maus olhos pelo seu próprio povo. “Você viu o que ele nos fez?” diziam. Sansão só causava problemas e deixava o povo ainda mais revoltado com Deus. Afinal de contas, todos sabiam que ele era o escolhido de Deus para livrá-los das mãos dos filisteus, mas até agora nada. Pelo contrário, a situação só estava piorando. Por isso não pensaram duas vezes. Amarraram a Sansão e o entregaram aos filisteus. Mas, veja o que aconteceu.


Quando ia chegando a Leí, os filisteus foram ao encontro dele aos gritos. Mas o Espírito do Senhor apossou-se dele. As cordas em seus braços se tornaram como fibra de linho queimada, e os laços caíram das suas mãos.
Encontrando a carcaça de um jumento, pegou a queixada e com ela matou mil homens.
Disse ele então: "Com uma queixada de jumento fiz deles montões. Com uma queixada de jumento matei mil homens".
Quando acabou de falar, jogou fora a queixada; e o local foi chamado Ramate-Leí.
(Juízes 15.14-17)

Mais uma vez o Espírito do Senhor fortaleceu a Sansão e ele derrotou todos os inimigos. Todavia, ao final do grande ato heróico, perceba o que diz Sansão: “Com uma queixada de jumento FIZ deles montões. Com uma queixada de jumento MATEI mil homens”. Sansão toma para si a glória de Deus.

O não reconhecimento da bondade de Deus é um caminho perigoso. Mediante ao sucesso em uma determinada área de nossa vida, somos tentados a esquecermos de quem de fato nos possibilitou aquela oportunidade. O pior então acontece. A ingratidão de nossa parte. A saúde, a felicidade familiar e conjugal, o bom emprego devem ser reconhecidos como um grande presente de Deus, como de fato são. Em todos estes casos, a confiança excessiva na força de seus próprios braços, nos leva a ser ingratos e indiferentes com as orientações seguras de Deus para uma vida feliz.

Essa era a atitude de Sansão. Sansão fora grandemente usado pelo Espírito do Senhor, mas ao final ele está dizendo que a força do seu braço é que fizera aquele grande livramento. “Aí de vocês” esbraveja Sansão, “se não fosse a minha força, os filisteus os teriam engolidos vivos.”


Em situações como essa, Deus permite que algo dê errado. Eu não disse que ele faz as coisas darem errado. Ele permite. Nós é que nos desligamos dele. A culpa é nossa. É como ouvi de um líder de jovens a alguns dias atrás, de repente você resolve se desligar de Deus como se faz com um notebook. Ao desligá-lo da tomada ele continua funcionando, só que com o passar do tempo, a bateria acaba e se não reconectá-lo à tomada, ele certamente se desligará sozinho. O mesmo acontece conosco. Mediante nossas vitórias e conquistas, temos a tendência de achar que não precisamos tanto assim do cuidado e dependência de Deus. Por essa razão Deus permite tragédias, crises, desilusões amorosas, falência, internação às pressas. E somente depois disso é que podemos perceber o caminho errado que tomamos e para quem devemos voltar nosso coração.

Veja o que aconteceu com Sansão. Após ter atribuído à sua grande força a vitória sobre os filisteus, de repente ele cai de cansaço e sede. Não conseguindo se mover ele percebe que naquele instante se tornara um alvo fácil. O medo de ser morto pelo mais fraco filisteu o faz lembrar de quem jamais deveria ter esquecido. Só que a sua arrogância o impede de fazer uma oração humilde. Ouça a sua oração: “Sansão estava com muita sede e clamou ao Senhor: "Deste pela mão de teu servo esta grande vitória. Morrerei eu agora de sede para cair nas mãos dos incircuncisos?" (Juízes 15.18)

Sansão perdeu a grande oportunidade de exaltar e honrar a Deus. Pelo contrário ele agora acrescenta a arrogância à sua lista de pecados particulares. De repente, ao sentir-se semimorto, ele resolve orar. Detalhe, é a primeira vez que a Bíblia o cita orando. Mas sua oração não nos acrescenta nada de positivo. Veja como ele ora: “Deste pela mão de teu servo esta grande vitória. Morrerei eu agora de sede para cair nas mãos dos incircuncisos?

Essa oração de Sansão tem um tom de exigência e não de um pedido humilde a Deus. Sansão está indignado. Como pode, ele, um instrumento de Deus, nazireu, depois de realizar uma grande façanha, estar morrendo de sede? Isso é um absurdo! Deus tinha que atendê-lo e depressa! Ele sequer percebe que sua vitória se deu exatamente porque o Senhor o fortaleceu. E mesmo em sua oração ele deixa claro que sua mão forte foi a causa da grande vitória. Ele tomou para si a glória que pertence somente a Deus. Ele não percebeu que a libertação do povo de Israel estava acontecendo não por sua obediência irrestrita, mas porque, de algum jeito, Deus usou o envolvimento de Sansão com os filisteus para criar discórdia entre eles e assim livrar o povo israelita.

É natural entre as pessoas como Sansão, culparem a Deus por suas escolhas erradas. Quando estão para casar não se preocupam com o fato do escolhido ou escolhida não ser temente a Deus. Mas depois, quando isso começa a interferir na vida conjugal, culpam a Deus pelo casamento mal sucedido. Optam por um emprego que o afastará do Senhor, pouco tempo depois, quando se tornam um caco espiritual, advinham a quem culpam? Resolvem dar um tempo no ministério por não estar dispostos a abrir mão de um pecado predileto. Pouco tempo depois, quando tudo dá errado, culpam a Deus. Isso é próprio de heróis que como Sansão, nunca vencem.


E o que fez o Senhor. Pasme. “Deus então abriu a rocha que há em Leí, e dela saiu água. Sansão bebeu, suas forças voltaram, e ele recobrou o ânimo.” (Juízes 15.19). Mas porque Deus atende uma oração como esta? A resposta? Graça! Com este ato Deus dá sua demonstração de cuidado para com a vida de seu povo. Como assim? Bem, a libertação de que ele havia dito que faria através de Sansão ainda não havia sido concluída. Era necessário que Sansão continuasse vivo para o cumprimento da promessa de Deus.

Outra razão pela qual Deus atende a oração de Sansão era o seu apelo amoroso ao coração de Sansão. É claro que com este ato Sansão percebeu que ele tinha um limite. Não poderia enfrentar os filisteus sozinho. Ele dependia de Deus para cumprir a sua missão. Infelizmente Sansão jamais admitiu isso e passou pela vida como um derrotado. Nunca se submeteu as orientações seguras de Deus e por causa disso acumulava derrotas sobre derrotas.

Não são poucos os atos de Deus de demonstração de cuidado para com seus filhos. De certa forma, antes de permitir que uma tragédia se instale na vida de seus filhos rebeldes, Deus busca trazê-los de volta para si através de sua graça. Graça, nada mais é do que o cuidado manifestado de Deus em nossa vida sem nenhum mérito de nossa parte. Através desse cuidado Deus nos convida a perceber que precisamos e podemos contar com ele. Que a vida não pode ser vencida sem a sua companhia. Na verdade, essa é uma maneira amorosa de nos convidar a caminhar com ele. Sansão não entendeu assim, nem se voltou para o Senhor. E você?


Diferentemente de Sansão, Jesus foi um Herói exemplar. Certa vez dividiu seus setenta discípulos em grupos de dois e os enviou para anunciar o Reino de Deus em um povoado. Os setenta voltaram muito alegres e disseram a Jesus: "Até os demônio nos obedeciam quando, pelo poder do nome do Senhor, nós mandávamos que saíssem das pessoas!". Jesus respondeu: "De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio. ESCUTEM! EU DEI A VOCÊS PODER para pisar cobras e escorpiões e para, sem sofrer nenhum mal, vencer a força do inimigo. Porém não fiquem alegres porque os espíritos maus lhes obedecem, mas sim porque o nome de cada um de vocês está escrito no céu." Com isso Jesus chama a atenção dos discípulos para o fato de que o sucesso alcançado naquela missão não era por causa da habilidade ou experiência deles, mas do poder de Deus. (cf Lucas 10.17-21)

Mas, Jesus, como nosso grande Herói, em seguida deu o exemplo de que ao invés de se tornarem orgulhosos, deveriam ser gratos. Como? Bem, naquele momento, pelo poder do Espírito Santo, Jesus ficou muito alegre e disse: "Ó Pai, Senhor do céu e da terra, EU TE AGRADEÇO porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos. Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso." Percebe? Jesus agradece o sucesso da missão de seus discípulos ao Pai. E você? Tem se mostrado dependendte de Deus em tudo aquilo que faz? Tem agradecido a Deus por suas conquistas e vida? Tomara que sim.

domingo, 22 de agosto de 2010

Fora de controle


No início de junho de 2010, o clube de futebol do Flamengo, tinha entre seus jogadores um grande goleiro. Bruno já era considerado um “herói nacional” devido a seu bom futebol. Todavia, Bruno se mostrou uma pessoa descontrolada emocionalmente e altamente violento. Após ter um filho indesejado com Eliza Samúdio, uma garota de programa, ficou tão irritado que na companhia de dois amigos, espancou e assassinou a moça. Para sumir com o corpo de Eliza, o corpo foi dessossado e dado a cachorros, segundo as informações da Polícia.

É evidente que esse caso foge à normalidade. Mas de alguma maneira, nós também temos dificuldades de lidar com os nossos impulsos emocionais. Basta pensar nas atitudes que temos quando algo inesperado acontece em nossa vida. A habilidade de controlar as emoções é citada na Bíblia como sendo uma das muitas características do fruto do Espírito Santo, o domínio próprio (Gálatas 5.22). Diante da necessidade que temos de aprender a lidar com nossas emoções, olharemos para a vida de Sansão e veremos como não compensa ser dominado pelos próprios impulsos.



Definitivamente domínio próprio não era o forte de Sansão. Ele jamais levaria desaforo para casa, como vimos na semana passada. Depois de matar trinta filisteus por causa de sua dívida e abandonar a esposa na casa do sogro, Sansão resolve rever a sua esposa. O texto de Juízes deixa claro qual era a sua intenção.

Algum tempo depois, na época da colheita do trigo, Sansão foi visitar a sua mulher e levou-lhe um cabrito. "Vou ao quarto da minha mulher", disse ele. Mas o pai dela não quis deixá-lo entrar. "Eu estava tão certo de que você a odiava", disse ele, "que a dei ao seu amigo. A sua irmã mais nova não é mais bonita? Fique com esta no lugar da irmã". Sansão lhes disse: "Desta vez ninguém poderá me culpar quando acertar as contas com os filisteus!" (Juízes 15.1-3)

Sansão não estava nem um pouco preocupado com as ofensas feitas e recebidas no dia do seu casamento. Muito menos com o ódio que os filisteus nutriam contra ele e contra a família de sua mulher por causa da morte dos trinta pais de famílias que nada tinham a ver com a sua dívida. Sansão queria sexo. Para isso, ele pega um cabrito e vai até a cidade de Timna com a intenção única de ir para o quarto com a esposa.

Infelizmente, a tendência de ser controlado pelos impulsos sexuais, não é um problema só de Sansão. Segundo pesquisas internacionais, os brasileiros ocupam o segundo lugar no mundo entre aqueles que mais praticam sexo, perdendo apenas para os gregos. Todavia, ironicamente, os brasileiros são os campeões em insatisfação sexual. Vivemos numa sociedade escandalosamente sensual e sexual, mas extremamente carente de amor (1 Co 13).

Tragicamente acostumamos com a idéia de nos satisfazer com uma relação sexual de consumo e menosprezamos a relação sexual comprometida. Qual a diferença? A relação sexual de consumo é aquela em que o indivíduo busca a satisfação imediata do prazer sem freios e restrições e sem nenhum comprometimento. Exemplo disso é que a idéia de casamento hoje além de banalizada, é tida como motivo de zombaria entre amigos. Pra que casar se eu posso ter uma relação sexual sem compromisso?

A opção pelo relacionamento sexual de consumo predispõe as pessoas a desenvolver relações descartáveis e nunca duradouras. Por esta razão nos tornamos uma nação que busca implacavelmente o máximo de sexo, todavia, somos os mais insatisfeitos com a vida sexual, e isso só acontece porque desprezamos a verdade de que o sexo só pode alcançar o seu ápice numa relação amorosa, comprometida e fiel entre um homem e uma mulher.

Mas, o que podemos fazer para livramos desse círculo vicioso? Descarte tudo aquilo que possa te levar a pecar. Faça uma faxina em sua casa, carro, escritório. Livre-se de tudo aquilo que pode levá-lo a uma vida sexual desregrada. Em segundo lugar, invista em seu casamento. Volte a agradar seu cônjuge como fazia na época em que namoravam. Passeiam juntos, brinquem juntos, se curtam. E por último, opte pelo caminho correto para satisfazer seus desejos. O Salmo 37.3-5 diz: “Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá”. Não opte pelo caminho oposto.


Sansão também era descontrolado em outra área. A vingança.

Sansão lhes disse: "Desta vez ninguém poderá me culpar quando acertar as contas com os filisteus!" Então saiu, capturou trezentas raposas e as amarrou aos pares pela cauda. Depois prendeu uma tocha em cada par de caudas, acendeu as tochas e soltou as raposas no meio das plantações dos filisteus. Assim ele queimou os feixes, o cereal que iam colher, e também as vinhas e os olivais. (Juízes 15.3-5)

Após a confusão no casamento e o abandono da esposa, o sogro entendeu que Sansão nunca mais voltaria a procurar sua esposa. Por isso permitiu que ela se casasse com um dos “novos amigos” de Sansão. Ao chegar com o cabrito, Sansão é proibido de entrar e isso o enfureceu. Como um “bom filisteu” ele vai embora prometendo vingança: “Desta vez ninguém poderá me culpar quando acertar as contas com os filisteus!” (Juízes 15.3)

Nesse aspecto todos nós, sem exceção, também já sentimos em mais ou menos intensidade, o ódio de Sansão. Quem já não disse ou ao menos pensou: “Meu marido me paga. Por que ele foi me envergonhar na frente de minhas amigas”. “Esse professor não deveria ter me tratado assim. Ele não perde por esperar!”. O desejo de vingança faz parte do mundo desde que Adão e Eva desobedeceram a Deus. O que não justifica nada.

Sansão desgostoso, caçou trezendas raposas e uniu os pares com uma tocha acessa nas caudas e soltou-as nas plantações dos filisteus. Tudo foi consumido pelo fogo, o que causou muito ódio e desejo de vingança nos filisteus. Sansão estava tomado pela vingança, que aprisiona o justiceiro ao sentimento de eterna insatisfação. A vingança nunca satisfaz.

Ao saber o que Sansão fizera por ter perdido sua mulher, os filisteus queimaram a mulher e seu pai. Curiosamente, o fato de ter traído o marido no casamento apenas adiou a morte, mas não a evitou. E Sansão, ainda envolvido com o desejo insasiável de vingança resolveu fazer justiça com as próprias mãos de forma ainda mais agressiva. Sansão lhes disse: "Já que fizeram isso, não sossegarei enquanto não me vingar de vocês". Ele os atacou sem dó nem piedade e fez terrível matança. Depois desceu e ficou numa caverna da rocha de Etã. (Juízes 15.7-8). Quando alguém se submente apenas aos desejos e impulsos emocionais, sem rumo, sem freio, acaba por destruir a si e as pessoas que mais ama.

A comunhão diária com o Espírito Santo através do compromisso diário e intencional com a Palavra de Deus produzirá em nós o domínio próprio. Se não atentarmos para esse passo simples, acabaremos como Sansão, cheios de “razões” que não justificam nada e que apenas atrai problemas e infelicidade.


Jesus também foi tentado a se deixar ser controlado pelas suas emoções. Como homem Jesus tinha medo de morrer. Como homem ele decidiu viver de acordo com a vontade do Pai e não abriu mão disso por nada. Na noite em que foi traído, chorando pediu que o Pai o livrasse daquele sofrimento. Mas antes de ouvir qualquer resposta, ele volta para a sua missão e diz: “contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mt 26.39). Em seu coração já estava decidido, na contra mão de seus sentimentos, ele cumpriria a sua missão.

Ele também foi tentado a revidar com violência, quando foi espancado pelos soldados romanos. Quando foi ferido e violentamente açoitado, a sua comunhão com Deus estava tão alicerçada que ele foi capaz de orar a favor daqueles que o maltratava dizendo: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. (Lc 23.34).

Termino essa mensagem citando Romanos 12.2, 17-21 que diz: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável a ele. Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem agir de tal maneira que vocês recebam a aprovação dos outros. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas. Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém; pelo contrário, deixem que seja Deus quem dê o castigo. [...] Mas façam como dizem as Escrituras: “Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água. Porque assim você o fará queimar de remorso e vergonha.” Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem.” Que Deus nos abençoe.

domingo, 15 de agosto de 2010

Opções perigosas


Sansão apesar de ser um homem escolhido por Deus para uma grande missão, parece não ter valorizado o chamado que recebera. Na semana passada acompanhamos o seu primeiro deslize registrado nas Escrituras. Ele resolveu casar com uma moça, filha do povo que além de inimigo de seu povo, eram inimigos de Deus.

O casamento de Sansão desagradou a Deus não por causa da moça em si, mas principalmente porque casando com ela, Sansão estava comprometendo a sua missão, se envolvendo com o inimigo e se tornando como um deles. É muita ingenuidade pensar que ele não seria influenciado pelos inimigos de Deus em suas depravações e rebeldia. Casar com alguém significa unir também o seu estilo de vida com o de seu cônjuge.

Por que Deus escolhe pessoas como Sansão para tarefas tão especiais? Será que o Deus Soberano cometeu um engano no caso Sansão? Não é ele o Soberano que conhece tudo a nosso respeito mesmo antes de termos nascido? Não. Você não leu errado. Deus escolheu Sansão antes de seu nascimento, fez uma aliança com ele e o amou apesar de saber que ele não passaria de um garotão movido pela paixão e desejos do coração. Ainda hoje Deus continua chamando pessoas assim, cheias de ódio, controladas por vícios, gente de comportamento imoral em seus relacionamentos, e sabe por que? Porque não existe outro tipo de gente disponível.
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O voto de nazireu a que Sansão estava comprometido tinha três exigências. Ele não poderia beber vinho nem qualquer bebida alcoolica, não encostar em cadáver (mesmo de um animal) e não cortar o cabelo. Indiferente ao voto, Sansão começou a quebrar as regras muito cedo. Vejamos o texto de Juízes 14.5-9.

“Sansão foi para Timna com seu pai e sua mãe. Quando se aproximavam das vinhas de Timna, de repente um leão forte veio rugindo na direção dele. O Espírito do Senhor apossou-se de Sansão, e ele, sem nada nas mãos, rasgou o leão como se fosse um cabrito. Mas não contou nem ao pai nem à mãe o que fizera. Então foi conversar com a mulher de quem gostava. Algum tempo depois, quando voltou para casar-se com ela, Sansão saiu do caminho para olhar o cadáver do leão, e nele havia um enxame de abelhas e mel. Tirou o mel com as mãos e o foi comendo pelo caminho. Quando voltou aos seus pais, repartiu com eles o mel, e eles também comeram. Mas não lhes contou que tinha tirado o mel do cadáver do leão”

De vez em quando o Espírito do Senhor atuava por meio de Sansão. O primeiro registro dessas atuações foi quando Sansão, indo até a casa da moça filistéia com seus pais para pedir-lhe em casamento foi atacado por um leão. O texto nos informa que o Espírito do Senhor fortaleceu Sansão que com as mãos matou o leão e o dividiu em duas partes. Fascinante! Até aí tudo bem. O problema veio depois.

Passado pouco tempo, Sansão saiu do caminho e por curiosidade foi ver o cadáver do leão. Ficou surpreso com o que viu. Um enxame de abelhas e muito mel estava no corpo do animal. Ele não pensou duas vezes, estendeu a mão e provou do mel. Ao tocar o cadáver do leão, Sansão começou a quebrar a sua aliança com Deus. Como se não bastasse sua rebeldia, levou do mel para seus pais que comeram sem saber de onde viera. Observe que o vs. 9 deixa claro que Sansão tinha consciência de seu erro quando diz: “...Quando voltou aos seus pais, repartiu com eles o mel, e eles também comeram. Mas não lhes contou que tinha tirado o mel do cadáver do leão”. Se ele tivesse esquecido do voto, ele não omitiria a origem do mel para seus pais.

Como aconteceu com Sansão, também pode acontecer conosco. Por estarmos sempre ouvindo a Palavra de Deus, se não nos atentarmos para a sua prática, cairemos diante do pecado da indiferença. Ouvimos a Palavra de Deus sempre que vamos ao templo, mas ela não toca mais o nosso coração. Cantamos louvores, da boca pra fora, sem nos preocupar se a letra é uma verdade em nossa vida. Substituímos o relacionamento diário com Deus por um ritual semanal sem sentido. Ser cristão, para muitos, significa ir à Igreja, mas nunca controlar a língua, nunca ser fiel a esposa, nunca se vestir de maneira modesta e nunca honrar os compromissos. Sabe qual é a consequencia desse comportamento? Pensamos que podemos nos relacionar com Deus da maneira como queremos e que o pecado nosso de cada dia não faz diferença nenhuma nessa relação. Uma verdadeira tragédia.


A indiferença de Sansão o levou ao maior pecado dos cristãos modernos, ou seja, o conformismo – viver de acordo com os padrões de pensamento e modo de vida da nossa cultura. Sansão fez isso. Quem se envolve com pecadores sem estar muito certo do que significa ser consagrado ao Senhor, acabará por se conformar com hábitos e costumes que prejudicam à própria vida desagradando a Deus.

Sansão se conformou com os filisteus. Aprovar o comportamento reprovável de seus novos amigos já era um comportamento perigoso, mas se conformar, fazendo a mesma coisa que eles, se tornou bem pior. Aos poucos a aliança de Sansão com Deus foi se desfazendo como manteiga em panela quente. Mas em que Sansão imitou os filisteu?

Bem, durante a festa de casamento Sansão propôs aos seus convidados um enigma. Se acertassem ganhariam “trinta vestes de linho e trinta mudas de roupas”; caso contrário eles é que pagariam a Sansão (Jz 14.13). Eis o enigma: “Do que come saiu comida; do que é forte saiu doçura” (Jz 14.14). Depois de três dias, não conseguindo encontrar a resposta, ameaçaram a noiva de Sansão dizendo: “Convença o seu marido a explicar o enigma. Caso contrário, poremos fogo em você e na família de seu pai, e vocês morrerão. Você nos convidou para nos roubar?” (Jz 14.15). Grandes amigos esses que Sansão convidou né? A moça ficou realmente assustada porque sabia que aqueles homens eram violentos o suficiente para fazer o que prometeram, e por causa disso nos quatro últimos dias da festa chorou o tempo todo. Por medo fez chantagem emocional ao marido que não suportando a pressão revelou o enigma.

O resultado? A mulher contou para os homens e Sansão perdeu a aposta. Sansão percebeu que fora traído e ficou muito irritado. Para pagar a sua dívida, agiu como um filisteu. Foi até a cidade vizinha de Ascalon, matou trinta homens, tomou-lhes as roupas para pagar a sua dívida. Depois voltou para casa de seus pais e deixou a noiva para trás. A partir desses acontecimentos, Sansão passou a ser visto como um inimigo a ser batido pelos filisteus.

Assim como aconteceu com Sansão, a indiferença certamente nos levará a agir e pensar igual as pessoas descomprometidas com Jesus. Como é o seu comportamento mediante as cenas picantes de uma novela quando você está assentado em seu sofá? Como você educa seus filhos? O que dizem os professores dele na escola onde está matriculado? Que tipos de palavras, pensamentos e comportamento você tem tolerado em sua vida mas que agridem a sua aliança com Deus? Que pecados você mantem guardados em seu coração? Enquanto a comunhão com Cristo nos afasta do poder destruidor do pecado, a tolerência nos leva a envolver com ele cada dia mais. Sansão tornou-se cada dia mais distante de Deus por aceitar, tolerar e depois participar de uma vida totalmente desagradavel a Deus.


Diferente de Sansão, que mata para pagar dívidas, Jesus deu a sua vida para pagar a nossa dívida. Ao ver a nossa condição de pecadores diante de Deus, ele se fez homem e morreu em nosso lugar. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. (Romanos 5:8).
A Bíblia diz que “os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus”. Foi para resolver este problema que o Senhor Deus fez cair sobre Jesus todos os nossos pecados. Na cruz Jesus suportou o peso de nossos pecados. Os homens o maltrataram, cuspiram nele, colocaram uma coroa de espinhos sobre sua cabeça e açoitaram-no. Finalmente, quando o último pecado foi pago, Jesus disse: "está pago". Com o Seu sofrimento e morte Jesus pagou o preço do nosso pecado, atitude bem diferente da de Sansão. E quanto a nós, a quem imitaremos? Três dias depois Jesus ressuscitou, segundo as Escrituras. E foi visto por mais de quinhentas pessoas. (1 Co 15.3-6).

CONCLUSÃO

Todos nós, sem excessão temos necessidade da interferência de Deus em nossas vidas com o seu amor e perdão. Se Deus não se condoer com a nossa miséria, que esperança teremos em ter uma vida realmente feliz e digna? A religião de nossos dias produziu um mal muito grande em nós. Afirmamos que somos religiosos, nos julgamos melhores dos que as demais pessoas, condenamos pessoas em suas atitudes pecaminosas, mas não conseguimos perceber a tragédia causada pelo pecado em nós mesmos. Que a misericórdia de Deus nos livre dos pecados da indiferença e do conformismo.

domingo, 8 de agosto de 2010

Cuidado com os desejos do coração


Como você definiria um herói? Desde pequenos somos convidados a nos render a um herói. Na minha infância amava assistir ao Superman, Batman, Capitão Caverna, e outros. Assistia na certeza de que ainda que eles sofressem nas mãos de seus inimigos, no final eles sempre venciam. Todavia, a história da humanidade também tem seus heróis. É difícil precisar a data de onde começou a fama destes homens e mulheres que venceram o esquecimento que a morte impôe sobre os mortais.

Na Bíblia encontramos os valentes de Davi, homens que se destacaram por causa de seu feitos em guerras. No mundo antigo, os heróis começaram a se tornar famosos a partir da guerra dos Gregos contra os Troianos. Nessa época os grandes gladiadores através da força, inteligência e vitórias em grandes batalhas eram recebidos por sua nação como verdadeiros heróis. Já a partir do Século XV o título era atribuído as pessoas que contribuíram grandemente para o desenvolvimento da humanidade. Eram os grnades políticos, os grandes pensadores, os grandes inventores, tais como o mineiro Santos Dumont que revolucionou o transporte com a criação do avião dentre muitos outros inventos.

Na atualidade, nossa realidade é outra. Hoje podemos ler manchetes exaltando pessoas como Luciana Gimenez, Adriana Galisteu e Kleber Bam Bam pelos grandes feitos no último carnaval. No último BBB podemos ouvir do apresentador que os participantes deste reality show que exalta a traição, infidelidade e promiscuidade ao vivo e a cores como nossos heróis nacionais. A que ponto chegamos. Existem ainda aqueles que se tornam heróis por conquistarem um título no mundo dos esportes, tais como Kaká e Bernadinho. O que podemos observar é que o nosso tempo produziu heróis sem atos de heroísmo, que brilham por causa dos holofotes.

Sansão tinha tudo para ser herói. Sua inteligência era acima da média. Ele era capaz de criar enigmas difíceis de serem decifrados até por doutores de sua época. Sua beleza faria qualquer feminista de nossa época rever sua posição de que todo homen não presta, ou pelo menos, admitir que existe rara exeção. Seus cabelos compridos davam-lhe um charme especial. Isso sem falar na sua força, capaz de lutar com mais de mil homens de uma só vez e vencê-los. Mas, diferente dos heróis da minha infência(que por mais que sofriam, no fim venciam seus inimigos) Sansão não vencia. Mas por que Sansão não vencia? Voltemos para o livro de Juízes 14.

Juízes 14.1-3
Sansão desceu até a cidade de Timna e ali viu uma moça filistéia. Voltou para casa e disse ao seu pai e à sua mãe:
— Eu vi em Timna uma jovem filistéia. Peçam essa moça para mim porque eu quero casar com ela.
Mas o seu pai e a sua mãe responderam:
— Por que é que você foi procurar mulher no meio dos filisteus, aquela gente que não pratica a circuncisão? Será que você não podia achar mulher no meio dos nossos parentes ou entre o nosso povo?
Mas Sansão disse ao seu pai:
— É aquela a moça que eu quero. É dela que eu gosto.

Ao ler o capítulo anterior de Juízes, fica claro de que Sansão deveria lutar a favor de seu povo, contra os filisteus, para dar início ao processo de libertação de Israel da escravidão imposta pelos filisteus. Todavia, no início do capítulo que lemos o que vemos é que Sansão, ao invés de lutar contra seus inimigos, foi atraído para eles. Sansão acabou desprezando o seu chamado, a sua missão, por confiar demais em sseu próprio coração.

No dia 23 de agosto de 1973, um banco na cidade de Estocolmo, Suécia, foi assaltado. Na ocasião, os ladrões fizeram vários reféns por seis longos dias. Após esse período a polícia conseguiu prender os bandidos e libertar os reféns. No tribunal, algo surpreendeu os juízes que julgavam o caso. Alguns reféns defendiam os bandidos, aqueles que os fizera sofrer por seis longos dias, como se fossem grandes amigos. Ao ser acompanhados por psicólogos, veio a descoberta. Aqueles reféns se tornaram vítimas de uma doença psicologica que leva a vítima a desenvolver empatia pelo seu agressor. Desde então, tal doença começou a ser chamada de “Síndrome de Estocolmo”. Com Sansão não foi diferente. Ele acabou se envolvendo além do que deveria com seus inimigos e isso custou-lhe a própria vida.


Voltando para o texto que lemos, imagine a cena de Sansão falando a seus pais sobre o seu casamento.
– Encontrei!
– Encontrou o que meu filho?
– A mulher da minha vida! Vamos nos casar!
– Casar? Nem sabíamos que estava namorando? Bem, mas de que tribo ela é?
– Nada disso, ela é de Timna, filha de nossos inimigos filisteus.

O que temos aqui? Sansão abre mão de seu compromisso em busca de uma paixão avassaladora. Tomado por sua paixão, pelos seus impulsos sexuais à flor da pele, a razão é forçada a se calar. Afinal de contas, como se diz em nossos dias, não podemos reprimir nossos desejos. Será?

CUIDADO com os argumentos do coração. Segundo a Bíblia ele é enganoso e desesperadamente corrupto e é incapaz de ser conhecido pela mente humana. Não é raro encontrar pessoas tentando justificar sua atitudes movidas apenas ao calor dos desejos descontrolados, em busca de prazeres que deveriam ser satisfeitos de acordo com o plano de Deus.
– Ele não é cristão, mas é um gato, educado e ótima profissão.
– Dificilmente encontraria uma garota assim na Igreja.
– O que tem demais beber socialmente?
– Todo mundo trai, porque não?
– Comprar fiado? Eu não consigo guardar dinheiro, ninguém consegue.

Quando começamos a nos deixar ser influenciados pelos impulsos de nossos desejos, o próximo passo é abandonar o nosso relacionamento com Deus. CUIDADO com um coração apaixonado e cheio de desejos. DEUS NÃO É CONTRA OS PRAZERES. O prazer só não pode ser visto como um fim em si mesmo. Eles somente serão completos sob a orientação de Deus.

Por não entender isso, Sansão não passou de um projeto de herói. Ele, movido apenas por sua paixão e desejos tornou-se um herói que nunca vencia. Quero te apresentar outro herói digno de ser imitado.


A Bíblia fala que Jesus veio a este mundo como um ser humano. E como homem, ele foi tentado em todas as coisas, mas resistiu por causa de sua vocação, missão e compromisso assumido com a Palavra de Deus. Por vezes, ao lermos Lucas 4, onde Jesus é tentado pelo diabo, somos sugestionados a pensar que para Jesus foi muito fácil recusar as propostas de tornar as pedras em pães (o que o desqualificaria como nosso modelo, visto que fazendo isso ele estaria fazendo uso de poder divino para resolver seus problemas e nós não temos tal poder). Também não foi nada fácil, como homem, recusar dominar os Reinos do mundo se “apenas” se curvasse e adorasse a Satanás, afinal de contas, ninguém estava olhando, e seria apenas uma vez. Lançar-se do templo era uma tentação das mais difíceis. A proposta incluía alcançar seu objetivo de ser reconhecido como Filho de Deus por um caminho mais curto e sem dor, visto que não seria necessário passar pela cruz. Certo é, se isso não foi difícil para Jesus recusar, não seria tentação.

Todavia, o nosso grande Herói Jesus, resistiu a estas e a muitas outras tentações que hoje experimentamos, mas mesmo sendo tentado EM TUDO, mas não pecou. O segredo? Compromisso com a Palavra de Deus. Observe que para todas as tentações ele fez uso da Palavra para vencê-las. Pensa que foi fácil? Não. Foi um ato de heroísmo. A boa notícia é que com isso, ele nos deixou exemplo para seguirmos os seus passos. Podemos vencer de igual forma, basta colocar o nosso compromisso com Deus acima de nossos impulsos e desejos.

CONCLUSÃO

Sansão tomou o caminho inverso, tornando-se apenas uma promessa de herói. Orientado por seus impulsos e desejos, foi derrotado. E você? Se deixará ser seduzido pela aparência do pecado? Ou a exemplo de Jesus, permanecerá firme. Lembre-se de que o assento do prazer fora da vontade de Deus pode ser alto, mas sua chave abre a porta do inferno. Todavia, Deus tem prazer em receber seus heróis e quando um deles chega aos céus, os anjos fazem festa. Que tipo de herói você quer ser?

domingo, 1 de agosto de 2010

Tudo para dar certo, mas deu errado.


O sol estava quente na cidade Israelita de Zorá quando ela trabalhava na lavoura. O cabelo grisalho e o surgimento das primeiras rugas não deixavam dúvidas, ela estava ficando velha. Mas, de repente é interrompida por alguém que diz: “Você é estéril.” Nesse instante, ela olha para trás pra ver quem era aquele que tivera a coragem de expor sua vergonha em plena luz do dia. O rapaz, com voz educada continua: “Não se preocupe. Você terá um filho”. Surpresa ela ainda ouve dele: “Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda; porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus” (Jz 13. 4-5).

Surpresa, ela fixa os olhos naquele estranho e percebe que tem algo especial nele. Na verdade, ele se parece com um anjo de Deus. A conversa termina por ali e ela o deixa só e sai correndo para casa com o propósito de contar tudo ao marido. As notícias eram boas demais para acreditar. Afoita, recupera o ar e conta tudo a Manoá, seu esposo. Ao ouvir o relato da mulher, Manoá fica curioso e resolve orar. Pede a Deus que o permita ser visitado por aquele homem para sanar todas as dúvidas.

Deus atendeu às preces de Manoá. Desta vez ao receber a visita do homem-anjo a mulher pede para chamar o marido. Vamos ao texto: “Então, se levantou Manoá, e seguiu a sua mulher, e, tendo chegado ao homem, lhe disse: És tu o que falaste a esta mulher? Ele respondeu: Eu Sou. Então, disse Manoá: Quando se cumprirem as tuas palavras, qual será o modo de viver do menino e o seu serviço?” (Jz 13. 11-12). Observe que Manoá e sua esposa, ao entender que seu filho fora escolhido para uma missão específica, quiseram saber a maneira como ele deveria ser educado. Vejamos as orientações que receberam.


Na primeira conversa com o anjo, os pais de Sansão foram orientados a fazer o voto do nazireu. No povo de Israel Deus tinha um grupo de pessoas que lhe eram consagrados – os levitas. Como tais eles não poderiam se envolver com uma série de trabalhos e ocupações porque o fato de serem levitas os ocupava somente com o trabalho do Senhor (especialmente no templo) para a edificação de todo o povo. O voto de nazireu era exclusivo para as pessoas que não eram da tribo dos levitas, mas que por um motivo especial recebia o chamado de Deus para abrir mão de tudo para servir somente a Deus. Este voto estava relacionado à identidade pessoal. O voto preservaria o menino de se envolver com muitas outras coisas e o focaria apenas na sua missão.

Sansão jamais deveria servir a outros deuses. Ser servo de Deus fazia parte de sua identidade, de sua natureza. Ele não estaria servindo a Deus por um tempo de sua vida. Ele serviria a Deus por toda a sua vida. Afinal de contas, ele era um nazireu, consagrado ao Senhor. Servir outros deuses deveria ser algo inimaginável, o mesmo que tirar mel de uma pedra.

A consciência sobre a relação entre nossa identidade (aquilo que somos) e a nossa missão (aquilo que fazemos) nos levará a cumprir a vontade de Deus em nossas vidas e conseqüentemente sermos felizes. Vivemos num tempo em que aquilo que dizemos SER não determina necessariamente aquilo fazemos. Não é difícil encontrar pessoas condenando determinadas atitudes e pouco tempo depois serem flagradas cometendo aquilo que antes condenavam.Infelizmente esse comportamento também chegou à Igreja. Dizemos ser filhos de Deus, cristãos comprometidos, mas nossa vida não reflete nossa confissão. As pessoas de nossos dias vivem divididas entre a confissão e a vida, como se a crença servisse apenas como uma ocupação que nada tem a ver com a realidade. O problema é que a fé fica restrita apenas a um templo e não influencia em nada no dia a dia.

Alexandre “o grande” certa vez exortou seu soldado que havia agido covardemente na batalha a mudar de atitude, ou mudar de nome. Na visão do grande combatente, não seria possível alguém chamar-se de Alexandre e agir daquela maneira.

É preciso definir qual é a nossa identidade. Se somos cristãos, ou se apenas estamos freqüentando uma Igreja cristã. (1 Pd. 2.9-12). A fé hoje é vista como mais uma ocupação que cada pessoa tem. Ela não determina o que a pessoa é. E isso tem feito um estrago terrível na vida de todos. Acabamos por nos nivelarmos por baixo.


Ao ouvir sua mulher falando sobre ter um filho, Manoá se alegrou muitíssimo. Todavia, o fato de que esse menino seria um nazireu o preocupou. Tanto que ele se pôs em oração e pediu por mais orientações. Como ele deveria educá-lo? Qual seria a base de sua educação? Atendendo a oração de Manoá, o Senhor permite ao Anjo visitar o casal por uma segunda e última vez. Depois de dar todas as orientações o Anjo encerra dizendo: “Tudo quanto lhe tenho ordenado guardará” (Jz 13.14). Ou seja, a base da educação de Sansão deveria ser a Palavra de Deus. Nada mais, nada menos.

Por ser um nazireu, Sansão deveria receber toda a sua influência da Palavra de Deus. Assim como seus pais procuraram ouvir a voz de Deus na maneira como deveriam criá-lo, Sansão deveria buscar sempre a orientação para sua vida na Palavra de Deus. Seus valores, atitudes e vida deveriam mostrar que ele ERA um nazireu. Alguém consagrado para viver toda a sua vida para Deus.

Quem tem nos influenciado? – A nossa identidade é formada a partir dos sentidos. Tudo aquilo que vemos, falamos, ouvimos, cheiramos e tocamos influenciam aquilo que somos. Os lugares que freqüentamos, o que comemos e bebemos, as leituras que fazemos, as conversas que temos, as músicas que ouvimos e os programas que assistimos, tudo influencia a nossa identidade. Basta olhar para as orientações dadas a Manoá sobre como deveria ser a vida de Sansão. Ele não deveria ter excessos, não consumir bebidas alcoólicas e viver de maneira diferente de seus contemporâneos, para Deus. O voto do nazireu deveria protegê-lo para não se corromper com a cultura de sua época.

Infelizmente, hoje, numa cultura cada vez mais infiel a tudo e a todos, os cristãos acabam vivendo sua fé de forma parcial. Eles se reúnem nos templos, aceitam os ensinos de Deus como verdades absolutas, vão à Igreja com regularidade e aparecem no senso como evangélicos. Por outro lado, no dia a dia são orientados por conceitos contrários à Palavra de Deus. Abraçam as opiniões da mídia, dos amigos não comprometidos com Deus, dos desejos descontrolados da carne como estilo de vida e nunca se esforçam por viver de acordo com os ensinos seguros da Palavra de Deus.

Influenciar positivamente – Como nazireu, Sansão também devia ser exemplo para seus compatriotas. Seus valores individuais, forjados na Palavra de Deus, deveriam determinar suas decisões e escolhas. Dessa forma, o povo olharia para ele como alguém comprometido com Deus e que deve ser seguido.

Somos aqui desafiados a mostrar com a nossa vida que as verdades e valores bíblicos são “verdades absolutas” que devem ser vividas diariamente e não apenas “verdades da religião” limitadas apenas a um grupo de pessoas que se encontram semanalmente em templos.


Ao nascer o menino, os pais lhe deram o nome de Sansão. Seu nome significa “aquele que brilha como o sol”. De fato, era um menino especial. Sansão tinha tudo para dar certo. Nasceu sabendo que era escolhido por Deus para uma missão específica e especial. Sabia como deveria viver, sua identidade estava bem definida através do voto de nazireu.

De igual forma, todos nós fomos chamados por Deus para uma missão específica e pessoal. A Bíblia diz que o plano de Deus para nossa vida já está escrito. Ele será cumprido em sua vida, quer você queira, ou não. A forma como ele será cumprido, aí depende de você. Muitos se deixam ser orientados pela Palavra de Deus e encontram a verdadeira felicidade. Outros, passam pela vida sem se preocuparem com o propósito divino e chegam ao final decepcionados e arrependidos.

Quando lemos o capítulo 13 de Juízes, somos sugestionados a pensar que a história desse herói foi de conquistas e muito sucesso. Mas algo de errado aconteceu. Sansão optou pelo caminho da rebeldia e sua história só não foi pior porque Deus não abriu, como não abre, mão de seus planos. Sansão foi um grande herói, que curiosamente, nunca vencia. E você? Vai seguir o mesmo caminho de Sansão?