domingo, 25 de setembro de 2011

A verdadeira crise

A maior crise que vivemos em nossos dias não é econômica, social ou política, é moral. Se considerarmos essa crise como uma doença então, sem sombras de dúvidas e sem medo de errar, podemos afirmar que estamos vivendo uma verdadeira epidemia. Nossos maiores problemas não são a falta de recursos, ou falta de oportunidades, ou ausência de uma política social justa, mas é a presença de um caráter corrompido.

Essa não é uma doença que pode ser curada por meios de remédios químicos ou naturais, é muito mais espiritual do que podemos imaginar. A solução para essa verdadeira epidemia existe quando nos voltamos para as Sagradas Escrituras e entendemos o propósito de Deus para nossas vidas. É em busca dessa cura que proponho essa série de mensagens.




Infelizmente tem se tornado comum o desenvolvimento de relacionamentos descartáveis entre pessoas como se elas fossem objetos que uma vez usadas podem ser jogadas fora. A violência tem alcançado índices assustadores nas escolas e pasmem, já alcançou nossos lares. A exploração sexual agora é doméstica e é realidade na maioria das famílias que conhecemos. Casar virgem agora é “ser quadrado” e “antiquado”. Homossexualidade, prostituição e adultério deixou de ser um abuso ao corpo e infidelidade a quem prometemos amar e se tornou uma questão de opção. A corrupção não passa somente no contexto da administração pública, agora é uma questão de oportunidade. Uma pesquisa recente revelou que a cada dez brasileiros, oito afirmam que se tiver oportunidade não abrirá mão de se enriquecer de forma ilícita.

Valores como pureza, castidade, honestidade e fidelidade tornaram-se desprezíveis, impróprios e “caretas”. Mas não é só isso, a sensualidade tem sido um o assunto predileto das pessoas, e já se tornou há muito tempo uma das indústria mais rentáveis do mundo. Pornografia e prostituição têm cobrado um alto preço, pago com casamentos destruídos, famílias arruinadas e filhos perdidos. Prejuízos incalculáveis.

A nudez tem sido comercializada em nome do “profissionalismo artístico”. Isto vai gerando gradativamente uma mudança na imagem que a mente humana tem em relação ao seu semelhante. As pessoas passam a enxergar uns aos outros como um produto, que pode ser comprado, usado e lançado fora ao seu bel prazer.

O amor ao próximo é simplesmente jogado na lata de lixo quando a questão é o amor ao prazer. Amar o próximo envolve renúncia. Amar os prazeres envolve egoísmo e irresponsabilidade. As pessoas amam mais os prazeres e usam e abusam uns dos outros. Tudo gira em torno da auto satisfação e os outros são apenas o resto que não importa. Isto tem causado uma inversão moral. O certo é tido como errado, o errado como certo, e tudo isso é feito em nome do amor e do glamour da sensualidade. Aparentemente tudo é belo e atrativo, mas é desta forma que a presença de Deus é banida.

O resultado é uma busca desenfreada pelo prazer que nunca se satisfaz criando sentimentos e desejos viciados debaixo de um encantamento demoníaco que diz “preciso aproveitar a vida” e “eu também tenho o direito de ser feliz” que acaba por semear uma vida frustrante e depressiva.




Diante dessa situação, podemos perceber alguns esforços inúteis para a solução desse quadro assustador. E é aqui que as autoridades governamentais estão apanhando feio porque se esforçam por combater a violência mas deixam intacta a raiz do problema.

Na área da psicologia vemos um grande avanço no campo do diagnóstico e isto tem ajudado muitas pessoas, porém na questão do tratamento, existem poucos resultados por causa da ignorância espiritual. Um dos maiores desafios para a ciência hoje são as doenças e males emocionais. Esta é a herança que muitos de nós estamos deixando para nossos filhos. Problemas de ordem moral não resolvidos na infância ou adolescência podem prender o adulto num padrão de imaturidade de comportamento para o resto da vida.

Psicólogos, psiquiatras e muitos terapeutas reconhecem que o grande desafio de nossos dias é resolver o problema dos bebês de 80kg, ou seja, ajudar adultos a amadurecer emocionalmente. Tantas pessoas são tão fracas moral e sentimentalmente que não conseguem superar até mesmo os problemas mais simples de relacionamento e convívio.

Uma prova desse problema são as longas filas de divórcios precoce, que acabam produzindo traumas para os filhos, que desde cedo tentam crescer tendo que encarar a dura face do abandono e rejeição. Obviamente, estes problemas já estão estourando na sociedade através de muitos episódios dramáticos vistos em muitas escolas e estádios de nosso pais.

Já as pessoas, estão buscando soluções fora de si mesmas. Quando idealizamos uma vida melhor através da mudança de comportamento das pessoas ou circunstâncias que nos cercam e não nos dispomos a sofrermos ajustes íntimos e mudanças significativas dentro de nós, tudo o que iremos conseguir será um espírito crítico e condenador, hipócrita e destrutivo que certamente minará a nossa própria esperança. Semearemos a nossa própria frustração.

Sempre que achamos que o problema está nas pessoas e nas circunstâncias, este pensamento em si já é a essência do problema. Tal pensamento nos leva a insensibilidade e a conclusões falsas ou incompletas. O coração se torna endurecido e tudo que conseguimos é confirmar nossa lógica que os outros estão errados ou que as situações externas precisam ser alteradas para que possamos ser felizes, mesmo quando somos nós que estamos sendo a causa do problema.




Os problemas sociais e familiares se tornam ainda mais agudos pela ignorância espiritual. O homem não é apenas um ser carnal. Apesar de possuir um corpo físico, o ser humano é essencialmente espiritual. Por isso não é suficiente conhecer e praticar todas as orientações médicas e psicológicas para ter uma saúde física, emocional e psicológica perfeita. Se não nos comprometermos num relacionamento real com Deus e com seus princípios morais que estão sendo quebrados, então a felicidade será apenas um sonho e o sofrimento uma dura realidade.

No sermão do monte (Mateus 5.1-12) Jesus falou-nos sobre o segredo da vida feliz, da vida abundante. Segundo ele, a felicidade não depende do que temos, nem da satisfação de desejos tão enraizados em nosso coração. A felicidade é um estado de espírito. Se agradarmos da pessoa de Deus seremos de fato felizes. A paz que tanto desejamos se tornará uma realidade. “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” Salmo 37.4. Eis o segredo, apaixone-se pelo Senhor, abra mão de tentar ser feliz à sua maneira e deixe Deus tomar conta da sua vida. Tudo o que ele precisa para lhe fazer feliz é o seu coração. No entanto, o primeiro passo nessa busca pela felicidade e satisfação pessoal, é o arrependimento.

O arrependimento é extremamente necessário para começar um processo de cura interior, do coração, da alma. Arrepender significa “mudança de mente”. Quando mudamos as coisas dentro de nós, afetamos o mundo espiritual. Quando afetamos o mundo espiritual, então nós transformamos o mundo físico. Isso significa que precisamos estar abertos para ceder e mudar, entendendo que o primeiro passo para solucionar qualquer problema é arrepender-se de tentar ser feliz à sua maneira, e abraçar o plano de Deus para lhe fazer feliz.
Quanto mais profundamente somos corrigidos e sarados pelo arrependimento, tanto mais liberamos o poder de Deus para afetar outras pessoas e as circunstâncias externas. Toda resistência começa a cair. Oro para que isso aconteça. 

Que Deus o abençoe.

Pr. Ronaldo Araújo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Crise de Caráter


A maior crise que vivemos em nossos dias não é econômica, social ou política, é moral. Se considerarmos essa crise como uma doença então, sem sombras de dúvidas e sem medo de errar, podemos afirmar que estamos vivendo uma verdadeira epidemia. Nosso maior problema não é a falta de recursos, ou falta de oportunidades, ou ausência de uma política social justa, mas é a presença de um caráter corrompido.

Infelizmente tem se tornado comum o desenvolvimento de relacionamentos descartáveis entre pessoas como se elas fossem objetos que uma vez usados podem ser jogados fora. A violência tem alcançado índices assustadores nas escolas e pasmem, já alcançou nossos lares. A exploração sexual agora é doméstica e é realidade na maioria das famílias que conhecemos. Casar virgem agora é “ser quadrado” e “antiquado”. Homossexualidade, prostituição e adultério deixou de ser um abuso ao corpo e infidelidade a quem prometemos amar e se tornou uma questão de opção. A corrupção não passa somente no contexto da administração pública, agora é uma questão de oportunidade. Uma pesquisa recente revelou que a cada dez brasileiros, oito afirmam que se tiver oportunidade não abrirá mão de se enriquecer de forma ilícita.

Diante desse quadro epidêmico, somos tendenciosos a não enxergarmos nossa responsabilidade pessoal em problemas que direta ou indiretamente estamos envolvidos e que precisamos lidar. Essa insensibilidade nos deixa frios, com o coração endurecido pelo orgulho. Tudo que conseguimos é afirmar que os outros estão errados ou que as situações externas precisam ser alteradas, mesmo quando somos nós que estamos sendo a causa do problema.

Essa não é uma doença que pode ser curada por meios de remédios químicos ou naturais, é muito mais espiritual do que podemos imaginar. A solução para essa verdadeira epidemia existe quando nos voltamos para as Sagradas Escrituras e entendemos o propósito de Deus para nossas vidas. Por isso convido você a participar de nossos encontros nos próximos domingos às 19h30 na IP Betânia. Que Deus nos ilumine e abençoe.

MENSAGENS

25/setembro – A verdadeira crise
09/outubro – A idolatria do corpo
16/outubro – Uma jóia falsificada
23/outubro – As sete colunas de sua casa

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Grata surpresa

Após pegar o resultado do exame de gravidez, Airton, Simone e Gustavo vieram me comunicar que estão esperando o mais novo membro da família. 
 Foi um momento de muita alegria acompanhado de um delicioso frango caipira de Fartura/SP. 
 Parabéns meus amigos. Deus os abençoe nessa nova fase da vida.

domingo, 11 de setembro de 2011

O homem segundo o coração de Deus


A história pré-reinado de Davi nos apresenta um menino que se fez homem através dos sucessos e adversidades que a vida apresenta a qualquer mortal. Nessa série de mensagens, convido você a uma viagem no tempo, até aos tempos de Davi, o pastor de Belém, e caminharmos lado a lado desse grande herói da fé e aprender com ele que a vida pode ser melhor, se conseguirmos perceber o cuidado de Deus para conosco em todo tempo e em todo lugar.

No domingo passado percebemos o quanto Davi causou mal a si mesmo e a muitas pessoas por querer resolver seus problemas à sua maneira, sem se deixar ser orientado por Deus. Encerramos falando sobre o momento em que voltando para casa, depois de ter sido rejeitado pelos filisteus, Davi encontra sua cidade totalmente destruída e sua família e as famílias de todos seus soldados haviam sidos levados cativos pelos amalequitas.

Ao perceber sua tragédia, Davi chorou. Finalmente, a fortaleza da autoconfiança rui e Davi chora até não ter mais forças para chorar. (1 Samuel 30.4). Fico imaginando Davi olhando para aquele cenário desolador, vendo marcas da destruição por todos os lados. Casas destruídas, ruas desertas, focos de fogo e fumaça por todos os lados. Quase é possível ouvir o choro desesperado em soluços intermináveis de todos aqueles homens, chefes de família, companheiros de Davi. (1 Samuel 30.1-3)

Para Davi o jogo estava acabado. Não havia mais como esconder as terríveis conseqüências de suas escolhas. Abandonar o seu povo, sua família e Deus foi uma atitude que trouxe grande sofrimento. Encontrava-se, sem dúvida, cara a cara com a verdade, e esta era esmagadora.

Nem sempre somos capazes de evitar que as catástrofes nos atinjam, e na maioria dos casos nada podemos fazer. Entretanto, sempre poderemos escolher a atitude com a qual continuaremos a viver, se aceitação ou revolta, gratidão ou mágoa, perdão ou amargura, ação ou omissão. Mais importante que o acontecimento em si é a atitude que tomamos em resposta a ele. As dificuldades nem sempre mudam as pessoas, mas certamente revelam quem elas realmente são.




Diante de tal calamidade, os homens se revoltam contra Davi. É sempre assim, quando as situações adversas nos assolam, buscamos alguém para culpar. Todavia, aqui Davi dá sinais do que significa ser um homem segundo o coração de Deus. Além de chorar, Davi não culpa ninguém, mas olha para si mesmo.

Certamente ele se lembrou que diante do perigo intimidador de Golias, ele se encheu de fé e coragem e venceu aquele desafio. Em contrapartida, diante das ameaças de Saul, Davi abriu mão da fé e fugiu e tudo deu errado. Isso porque ele não buscou a orientação de Deus para fugir de Israel, para mentir ao povo de Nobe, para fazer seu ridículo teatro em Gate, para se enfiar na caverna de Adulão, para atacar, matar e roubar os povos vizinhos dos filisteus e muito menos para lutar contra seu próprio povo de Israel. Então, agora ao ver a cidade arrasada, Davi não culpa ninguém, diz a Bíblia que ele fez outra escolha, uma escolha digna de um homem segundo o coração de Deus, escolheu se reanimar no Senhor. (1 Samuel 30.6)




Apesar do momento, de saber que cada minuto parado favorecia o inimigo, da necessidade de socorrer as famílias e reaver os bens, Davi preocupou-se em atender, primeiramente, ao fato de que nada era mais urgente do que ouvir a voz de Deus. Então Davi, como não fazia a muito tempo buscou ao Senhor. “Davi perguntou ao Senhor: "Devo perseguir este bando de invasores? Irei alcançá-los? " E o Senhor respondeu: "Persiga-os; é certo que você os alcançará e conseguirá libertar os prisioneiros". (1 Samuel 30.8)

Apesar do cansaço físico, depois de haver caminhado cerca de três dias até Ziclague, e do desgaste emocional, Davi partiu para ação. Encontrava-se de alma lavada pelo choro, sentia-se reanimado, buscou o Senhor, e este o ouviu quando clamou por socorro. Recebeu e apropriou-se da promessa de vitória. Ainda que sob vários aspectos era uma missão impossível, Davi sabia que poderia confiar em Deus. Era finalmente hora de tomar posse de tudo novamente. Diferente do que muitos afirmam, Davi sabia que querer não é poder, fazer sim, é poder.

Ao receber a ordem de Deus de ir em busca de seu povo e bens, Davi não o faz sozinho. Agora ele anima seus seiscentos soldados que estavam consigo a recuperar o que haviam perdido. Motivados pela promessa de Deus, aqueles homens vencem a dor sufocante da realidade que os cercavam e se dispuseram a agir. Mudaram o foco da visão, deixaram de olhar para sua miséria e olharam para Deus.

Davi e o seu bando iniciaram o confronto ao entardecer. A noite caiu, e a batalha se estendeu até o entardecer do dia seguinte. Não foi uma luta fácil, não foi uma batalha rápida. Foi necessário muita coragem, determinação e perseverança. Foi necessário combater o desânimo, o pessimismo, a tristeza, o cansaço e a incredulidade, para poder por fim ver os inimigos totalmente vencidos e batendo em retirada. Não nos iludamos, toda glória tem sua cruz.

Finalmente, o inimigo foi derrotado! Os gritos de desespero, o choro compulsivo diante de Ziclague transformada em cinzas, dá lugar aos gritos de alegria incontida. As esposas são novamente abraçadas, os filhos novamente encontrados, os bens readquiridos, a vida volta a florescer. (1 Samuel 30.18-20)




Davi teve que mudar o conceito de felicidade durante sua caminhada com Deus. No início, ainda quando pastor de ovelhas, Davi se contentava estar com o Senhor e servi-lo. No palácio, Davi substituiu seu relacionamento com Deus por honra, prestígio, poder, bens. Todavia o que ele colheu foi tragédia, dor e sofrimento. No entanto, ao voltar para Deus e colocar nele sua satisfação, conquistou tudo quanto desejou, sua família, amigos, bens e o trono de Israel.

Davi, o homem segundo o coração de Deus, não recebeu esse título por ser uma pessoa perfeita, que nunca erra. Basta conferir sua história e perceberemos como ele cometeu erros tão graves quanto Saul. A diferença é que enquanto os erros de Saul mais o afastavam de Deus, Davi aprendeu que seu maior tesouro é se relacionar com Deus. Esse é o segredo da felicidade.

Segundo Davi, veja em que se baseia a felicidade:
“Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro.” Salmos 16:5
“Tu és a minha herança, Senhor; prometi obedecer às tuas palavras.” Salmos 119:57
“Clamo a ti, Senhor, e digo: "Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho que na terra dos viventes.” Salmos 142:5

Com Davi aprendemos que se mantivermos o canal de comunicação com Deus desbloqueado, coração aberto para ouvir sua orientação e disposição de agir segundo sua Palavra, a vitória virá. Isso geralmente trará muita lágrima, suor e sangue.

Deus não espera que você nunca erre. Mas que você confie nele para a sua Felicidade. Por vezes pensamos que nós temos a fórmula certa para a felicidade, mas entenda, somente Deus tem essa fórmula. E separado dele, jamais alcançaremos o que tanto desejamos. Alguém já disse que a felicidade está onde a colocamos, mas nunca a colocamos onde estamos. Em Deus a felicidade se torna real, e cada coisa toma o seu lugar em nossas vidas. Separados dele, jamais colocaremos a felicidade onde estamos.

Pr. Ronaldo Araújo

domingo, 4 de setembro de 2011

Perdendo o brilho


 A história pré-reinado de Davi nos apresenta um menino que se fez homem através dos sucessos e adversidades que a vida apresenta a qualquer mortal. Nessa série de mensagens, convido você a uma viagem no tempo, até aos tempos de Davi, o pastor de Belém, e caminharmos lado a lado desse grande herói da fé e aprender com ele que a vida pode ser melhor, se conseguirmos perceber o cuidado de Deus para conosco em todo tempo e em todo lugar.

Após vencer Golias e contabilizar várias vitórias à frente do exército de Israel, Davi se tornou muito famoso em Israel. Todavia, após grandes conquistas, precisamos ficar muito alertas para não tropeçarmos logo em seguida. Nesse ponto, Davi se descuidou, se tornou auto suficiente, sem necessidade de Deus.

Não havia mais tempo para falar com Deus e desenvolver seu relacionamento com ele em meio a tantas responsabilidades. O relacionamento que antes o alimentava junto ao rebanho de ovelhas, agora deu lugar ao glamour do palácio.

Sua fama também lhe renderam alguns inimigos, dentre eles o rei Saul que se tornou seu perseguidor. Após o seu último encontro com o profeta Samuel, Davi decidiu  fugir de tudo e de todos por acreditar que essa fosse a melhor solução para seus problemas. Todavia, não consultou a Deus sobre essa decisão. E isso lhe custou muito caro.


 A falta de comunhão com Deus o fez abandonar princípios e valores. Deus não era mais a sua proteção e por isso ele vai até ao vilarejo de Nobe atrás de alimentos e principalmente em busca da espada de Golias, para fazer dela a sua proteção. Quando a comunhão com Deus é perdida, criamos em contrapartida, muitas necessidades, e para justificá-las gastamos muitos argumentos inúteis e mentirosos.

Em Nobe, Davi desanda em mentiras. “Estou a serviço do rei em missão. Meus homens estão escondidos nas proximidades. Dê me os pães consagrados pois eu e meus homens estamos puros diante de Deus”. Mentiras e mais mentiras. Os sacerdotes enganados por Davi entregaram tudo que ele pediu, inclusive a espada de Golias.

Ao saber que Davi estava em Nobe, Saul o persegue. Davi foge e deixa o povo que o acolheu em situação difícil diante do rei que sem considerar o engano de Davi, mata todos os homens, mulheres e crianças de Nobe e abandona o vilarejo em ruínas. O solo daquela vila ficou coberto de sangue inocente, resultado da mentira de Davi e da brutalidade de Saul. (1 Samuel 22.17-19).



De Nobe, Davi foge para Gate, capital da Filístia, povo de Golias. Depois de ter alcançado a fama de ser o maior inimigo dos filisteus, Davi num ato de pura insanidade busca refúgio entre seus próprios inimigos. E para não ser morto por eles, finge estar louco.

Quando o príncipe Aquis se aproximou dele, Davi se superou na nova arte e deu um show. Arranhava as portas, andava nu, tinha um olhar feroz e olhos esbugalhados, sua saliva escorrendo pela barba. Havia trocado a harpa pelo teatro, a proteção de Deus pelo desesperado improviso.

Aquis olhou para aquela figura patética e disse: “Aquis disse a seus conselheiros: "Vejam este homem! Ele está louco! Por que trazê-lo aqui? Será que me faltam loucos para que vocês o tragam para agir como doido na minha frente? O que ele veio fazer no meu palácio?” (1 Samuel 21.14-15)

Após um papel tão vergonhoso, com medo de Aquis e não podendo voltar a Israel, Davi procura um buraco para se enfiar, e literalmente o faz.




De Gate Davi foge para a caverna de Adulão, um lugar escuro e solitário. Ali parecia que Davi chegara ao fundo do poço. Depois de ter abandonado a todos, Davi recebe a visita de Abiatar, que vinha de Nobe, carregando alguns objetos sagrados respingados de sangue. Essa notícia levou Davi a uma depressão profunda por perceber que todo aquele sangue era conseqüência de seu afastamento de Deus.

Em meio ao desespero, Davi volta a falar com Deus (Salmo 142). Fala de sua solidão e pede ajuda. A Bíblia diz que depois disso “Quando os seus irmãos e o resto da família souberam que ele estava lá, foram ficar com ele. E todos os homens que estavam em dificuldades, ou com dívidas, ou insatisfeitos também foram, e Davi se tornou o chefe deles”. Com toda essa gente, Davi formou um bando de aproximadamente 400 homens. (1 Samuel 22.1-2)

O restabelecimento da comunicação com Deus arrancou Davi da caverna de Adulão, mas não foi o suficiente para mudar o seu coração.




Após deixar a caverna de Adulão, Davi mudou-se para Ziclague, uma cidade da Filístia, povo de Golias. Com um exército pessoal e não tendo que se submeter a ninguém, Davi esquece de Deus e deixa o poder subir à cabeça. Davi não volta para Israel, “afinal de contas quem precisa de Deus e de seu povo? Há muitas incoerências no povo de Deus”, certamente argumentava consigo mesmo, “estou melhor assim”.

Davi permaneceu em Ziclague por 1 ano e 4 meses e durante esse período ele, secretamente, começou a lutar contra os povos vizinhos e aliados dos filisteus, dentre eles os amalequitas. A cada retorno de suas batalhas sanguinárias, trazia grande quantidade de cavalos, camelos e de gado (1 Samuel 27.7-12), e dividia com os filisteus dizendo que tinha atacado o povo de Israel. Agora, Davi matava gente inocente para roubar.  Dessa forma, Davi tornou-se além de mentiroso, assassino e ladrão. Com a espada de Golias, e de tanto andar com os filisteus, Davi tornou-se um filisteu.



Não demorou muito e os filisteus se posicionaram para enfrentar Israel. Por incrível que pareça, Davi se une a eles nessa empreitada. (1 Samuel 29.1-10). Davi que antes dizia que lutar contra Israel era lutar contra Deus, agora muda de discurso. Decide combater o próprio povo que antes defendeu e dessa vez assume o lugar de Golias. O curioso é que, pelo fato de ter rejeitado o seu povo, os conselheiros do rei filisteu não se sentiram seguros tendo Davi como aliado e por isso Davi teve que voltar à sua cidade. Agora Davi teve de lidar com uma nova situação, não servia nem para Deus e nem para o diabo. Estava totalmente perdido.

Ao voltar para Ziclague, Davi é surpreendido. A cidade estava totalmente destruída pelos povos vizinhos que ele tanto atacou. Tudo tinha sido destruído, as mulheres e crianças levadas como escravas e a perda fora total. Ele e seus soldados entram em desespero e choram amargamente. Enquanto ele se posicionava contra o povo de Deus, deixou sem proteção sua família e seu bando.



Davi pensou que poderia cuidar de sua vida com a força de seu próprio braço, e descobriu que estava errado em meio a muita dor. Enquanto se submeteu ao Senhor, ele venceu ursos, leões, gigantes e as perseguições de Saul. Quando ele confiou em si mesmo e deu as costas para Deus, o que se viu foi só tragédia, dor e muito sofrimento.

Histórias como estas, infelizmente, não são poucas. Homens e mulheres que abandonam a comunhão com Deus e a família, usando as mais variadas desculpas, geralmente acabam experimentando grandes perdas, sofrimentos e desilusões. Como anda seu relacionamento com Deus?

Pr. Ronaldo Araújo