quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Presente de Deus


No início de 2009, dedicamos à oração toda a primeira semana do ano. Naquela ocasião pedimos a Deus que nos abençoasse e nos abençoasse muito (a palavra ‘bênção’ pode ser entendida como ´presente’). Chegou o final do ano e é impossível não perceber o quanto ele levou a sério o nosso pedido e nos presenteou em todo o ano de 2009.

Ao olhar para essa experiência sou levado a pensar numa frase ouvida em um determinado filme: “Com grandes privilégios vem maiores responsabilidades”. Estamos muito felizes com o ano que se passou e com grande expectativa do que virá a ser 2010. Todavia, é hora de mudarmos a nossa oração, ou pelo menos, acrescentá-la.

Sugiro que nesse “momento de virada” possamos continuar contando com as inúmeras bênçãos (presentes) de Deus, mas que possamos SER o presente de Deus na vida das pessoas que ele trouxer para conviver conosco seja na fila do banco, no ponto de ônibus, na escola, no trabalho, na vizinhança, em casa, ou qualquer outro lugar em que ele nos permitir estar em 2010.

Desta forma, que a nossa vida possa de fato contribuir para uma grande virada na vida de alguém em 2010. Um grande desafio! Mas, como podemos SER O PRESENTE DE DEUS em 2010 na vida de alguém? Esse é o propósito desta série.

CONFIRA AQUI AS MENSAGENS:

O grande desafio (31/12/2009)
Um presente, presente. (03/01/2010)
Presente restaurador (24/01/2010)
• Presenteando um inimigo (31/01/2010)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Amarelo - E o seu presente?


Passávamos por um ano difícil quando recebi o meu melhor presente de aniversário de que tenho lembrança. Éramos quatro filhos adolescentes, minha avó morava conosco e padecia de câncer. Seu tratamento era responsável pela maior parte do salário mínimo que minha mãe recebia. Sem considerar o aluguel, por muitas vezes ela não comia para que pudéssemos nos alimentar.

Naquele 19 de janeiro de 1980 a mesa estava servida com uma panela de arroz e uma lata com sete salsichas pequenas. Ao distribuí-las entre todos, uma sobrara. Estávamos todos esperando que, como de costume, minha mãe a cortasse em 6 pedaços iguais, quando fomos surpreendidos com a sua decisão. “Hoje” disse ela, “essa salsicha será do Ronaldo, pois é o seu aniversário”. Eu não podia acreditar. Aquele almoço se tornara inesquecível e o presente inesperado foi degustado vagarosamente e com imenso prazer.

Mas, nem sempre é fácil dar um presente para alguém. Principalmente quando a pessoa a quem pretendemos presentear tem tudo. Nesses casos tenho aprendido que presentes simples são os mais recomendados. Quando nasce uma criança temos o hábito de levar um ‘presentinho’ na primeira visita, o que não é tão difícil assim. Mas imagine levar um presente para um recém-nascido, filho de um rei. Essa com certeza não é tarefa das mais fáceis, mas em algum momento foi a preocupação de alguns homens quando visitaram o menino Jesus.


A Bíblia fala sobre esses visitantes misteriosos em Mateus 2.1-12. Um leitor mais atencioso perceberá que alguns fatos contradizem a nossa cultura em relação aos magos. Primeiramente a Bíblia não diz que estes homens eram reis. Fala-nos apenas que eram magos, homens que estudavam os astros. Outro detalhe, não diz em nenhum lugar que eles eram em número de três. Fala que eles levaram três tipos de presentes, mas essa informação não é suficiente para afirmarmos que eles eram três homens. Por último, quando visitaram a Jesus, o menino já estava com quase dois anos de idade e ele já estava morando em uma casa na cidade de Belém, tal visita não se deu no dia do nascimento e muito menos no estábulo onde Jesus nascera. (cf Mt 2.11 e 16)

Ao darem conta do nascimento de um rei, os magos se preparam para ir visitá-lo e considerando a distância a ser percorrida e o meio de transporte disponível, eles levaram no mínimo seis meses de viagem, isso sem considerar o período de pesquisa desde que viram a estrela no dia do nascimento de Jesus. Quando chegam em Israel buscam o menino em Jerusalém, onde residia o rei Herodes. Surpreso com a visita, Herodes arma um plano diabólico para encontrar e matar o menino Jesus e assim garantir a estabilidade no trono. E desta forma, os magos são orientados a ir até Belém, porque segundo as profecias, o menino deveria ser encontrado ali, e depois de o adorarem e oferecerem seus tesouros, voltassem e comunicasse a Herodes para que ele também pudesse ir “adorá-lo”.

Mas, hoje, visto que a cor que estamos abordando é o amarelo, que nos faz lembrar o ouro, quero chamar sua atenção para os ricos presentes oferecidos por estes magos ao menino Jesus. Vejamos.


A Bíblia não diz a quantidade dos presentes, mas não esconde a variedade dos mesmos. Diz-nos o texto: “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: OURO, INCENSO e MIRRA” (Mt 2.11). Mas por que escolheram estes presentes? Tinham eles um significado especial? Não sabemos. Todavia, tais presentes nos revelam algumas semelhanças com Jesus.

OURO – Metal precioso e brilhante, era e é um presente muito adequado para presentear um rei. Uma rápida olhada em toda a Bíblia você poderá perceber o quanto essa prática era comum nos palácios de Israel e nações vizinhas. Tal presente nos leva a reconhecer Jesus como o Rei dos reis, como de fato ele o é. Com isso, nossa relação com ele é de Senhor e súditos que tem como principal característica a obediência sem nenhuma restrição. Afinal de contas, palavra de rei não volta atrás.

INCENSO – Pó aromático que ao ser queimado perfuma o ambiente. O incenso era muito usado em rituais sagrados. Você o encontra desde o Êxodo, no Tabernáculo construído no deserto no tempo de Moisés, até o Apocalipse na visão de João do Trono de Deus. Em ambos os casos representando as orações dos justos como sendo “cheiro agradável diante de Deus”. Olhando para Jesus não é um absurdo afirmar que ele, assim como o incenso, perfuma qualquer ambiente.

MIRRA – Óleo usado para a purificação da pele. Era usado apenas pelos ricos visto que era de valor muito elevado. Temos informações de que as princesas e rainhas usavam para deixarem sempre a pele limpa, aveludada e macia. Tal óleo retira da pele as impurezas que não podem ser removidas com água e sabão. Olhando para Jesus, isso também é magnífico. Ele, assim como esse óleo, é capaz de remover através de seu sacrifício na cruz, toda e qualquer mancha de pecado em nossas vidas, o que não pode ser feito de nenhuma outra maneira.


Os presentes oferecidos a Jesus certamente foram bem escolhidos e de rico significado. Através dos anos a data de 25 de dezembro foi reservada para nos fazer lembrar daquele dia em que Deus se fez homem, o que não significa que tenha sido realmente nesse dia. Mas isso é o que menos importa para nós. O que vale mesmo é lembrar que ele nasceu, viveu entre nós para nos deixar exemplo de como se vive um filho de Deus, morreu como pagamento de nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para nos garantir o seu perdão. Mas, assim como aqueles magos, seria possível presenteá-lo ainda hoje? Creio que sim. Quero sugerir três opções de presentes para Jesus nos dias de hoje.

Primeiro – Dê-lhe o seu coração. O natal virou um evento, um feriado, onde nos ocupamos em comer bem, dar e receber presentes. O comércio agradece. Todavia, na maioria dos casos, Jesus não é sequer lembrado, ou quando muito, reservam apenas esse dia para falar de seu nascimento. Todavia é preciso entender que o natal acontece todo dia. Quando alguém resolve abandonar sua vida de pecado e comprometer-se com Jesus, é natal para aquela pessoa. Na verdade, poucas são as vezes em que Deus nos pede algo para si mesmo, e destas poucas, uma delas é: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos agradem dos meus caminhos” (Pv 23.26).

Segundo – Ame sua família. Aproveitando que nesse período do ano as pessoas estão mais abertas aos relacionamentos, perdoe pessoas que te feriram, abrace seus inimigos, seja cordial com eles. Olhe ao seu redor, você sente falta de alguém que um dia esteve assentado aí? Que tal ir ao encontro dele, falar o quanto ele é importante em nossa família? Olhe de novo ao seu redor. Tem gente nova do seu lado? Já pensou em ser o braço amigo para que ele possa se interagir com os demais membros da nossa família? Por que não? Demonstrar o amor de Deus também é uma forma de presenteá-lo. 1 João 3.16 nos diz: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.

Terceiro – Sirva ao necessitado. Em se tratando de dar e receber presentes, infelizmente chegamos a um ponto onde já escolhemos o que queremos ganhar. E não são poucos aqueles que, dependendo do que ganham, ficam chateados. Isso vai na contra mão do ensino de Jesus. Ele nos ensinou a quando resolvermos dar uma festa, que deveríamos convidar pessoas que não tivesse como nos retribuir. Jesus deixou bem claro que uma das maneiras de presenteá-lo é servir uma pessoa necessitada. Um copo de água fria servido a um sedento não será esquecido, e ele afirma: “Em verdade vos afirmo que, sempre que vocês serviram um dos meus pequeninos, a mim o fizeste” (cf Mateus 25.31-46)

CONCLUSÃO

Então, é natal. E daí? Que presente daremos a Jesus? De todos os presentes, o principal é o nosso próprio coração. Nenhum outro presente fará sentido se este não lhe for dado. Mas, se você, assim como eu, já entregou o seu coração, então você pode oferecer o seu braço amigo a um irmão ou mesmo se apresentar como um voluntário para servir alguém necessitado durante todo o ano que se iniciará daqui a poucos dias. A decisão é sua, mas a minha oração é que você de fato não apenas deseje dar ao Senhor um presente, mas que de fato e de verdade o dê.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Branco - Paz na terra


Após receber Maria como sua esposa, José vai para Belém por causa de um recenseamento determinado por César Augusto. Por causa deste recenseamento, todo homem judeu tinha que ir para a sua terra natal. José era de Belém e lá foram eles. No entanto, isso aconteceu se cumprindo a profecia de Miquéias que dizia: “E tu Belém da Judéia, não é de modo algum a menor entre as principais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.” (Mateus 2.6). Como podemos ver, Deus cumpre todas as suas promessas nos mínimos detalhes.

Ao chegar em Belém, a cidade estava tão cheia que não houve nenhuma pousada onde pudessem ficar. Sendo José, natural de Belém, será que não tinha parentes lá? E se tivesse, por que não foram recebidos por eles? Será que o fato de ter assumido um casamento com uma mulher grávida de outro teria tornado indigno de entrar em suas casas? Não sabemos. O que sabemos é que o único lugar onde conseguiram para passar à noite foi numa estrebaria, lugar onde animais pastam.

Ali, naquela noite, Maria entrou em trabalho de parto e deu à luz a Jesus sem nenhum médico ou parteira por perto. Ninguém para ajudar o casal inexperiente. Mas também não seria necessário visto que o Deus do impossível estava em companhia deles. O nascimento de Jesus, ao que nos parece, correu sem nenhuma complicação. Os cuidados foram tomados e apesar de estarem num estábulo, puderam descansar.

O nascimento de uma criança é sempre uma boa notícia. Mas no caso de uma criança super especial, como Jesus, quem deveria ser os primeiros a ouvir a boa notícia? E quem a daria? Quais seriam os critérios usados na escolha das pessoas sobre o nascimento do menino Deus? José poderia pensar em comunicar aos seus parentes e amigos conhecidos da cidade de Belém, mas não foi assim.


Os primeiros escolhidos por Deus para ouvirem sobre o nascimento de Jesus foram pastores de ovelhas (Lucas 2.8-20). Mas por que eles? Pastores não gozavam de boa reputação em Israel e eram vistos como pessoas desonestas e pouco confiáveis. No entanto, foi a eles quem Deus escolheu para anunciar a boa nova extraordinária que o mundo ouviria por todas as gerações, a saber, que o Messias há muito esperado havia nascido. Mas como isso aconteceu?

Era tarde da noite, os pastores vigiavam seus rebanhos para que nenhum animal selvagem os atacasse ou mesmo fossem lesados por ladrões, quando uma luz forte brilhou no céu e um anjo apareceu dizendo: “Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”.

Diante de tal aparição e mensagem, os pastores estavam assustados e temerosos. E agora? Estavam diante da maior e melhor notícia do mundo e foram convidados e ver com os próprios olhos e participar deste momento único. Mas quem cuidaria das ovelhas? Como encontrariam a referida manjedoura? Como eles reagiram a esta notícia?

Primeiro, foram até Belém conferir pessoalmente. Sua reação não foi de incredulidade. Eles foram certos de que veria o Salvador, o Cristo, o Senhor. Assim, eles correram para lá e procuraram até que encontraram a criança sobre a qual o anjo havia referido. Verdadeiramente, quem busca encontra (Mt 7:8). Depois de terem visto Jesus, eles voltaram e contaram a todos o que tinham visto e ouvido. Não puderam guardar as boas novas para si. Eles queriam que todos soubessem. O texto diz que eles voltaram. Não passaram o resto de suas vidas no estábulo. Ao contrário, eles retornaram ao campo e para as suas ovelhas, voltaram para suas casas, para as suas esposas e filhos. Suas vidas continuavam as mesmas. Eles agora eram novas pessoas, embora a situação fosse a mesma. Eles mudaram porque viram a Jesus. Em seus corações havia agora um espírito de admiração e de adoração.

O encontro com Jesus Cristo é sempre uma experiência transformadora, pois muda o nosso estilo de vida. Esse encontro ilumina os nossos olhos e revigora os nossos passos.


Voltemos ao momento em que os pastores receberam a visita do anjo anunciando o nascimento de Jesus. Segundo a Bíblia, após o anúncio, apareceu no céu um coral de anjos que cantavam: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Que doce melodia devia ter aquela música. Eles tiveram o privilégio de ouvir uma pequena amostra do louvor que é dado diante de Deus continuamente.

A mensagem daquela música deve nos motivar a falar da verdadeira mensagem do natal, não apenas em um feriado no ano, mas em todos os dias de nossas vidas. O nascimento de Jesus é resultado do fato de que Deus quer o bem dos seres humanos e deseja que vivamos em paz.

O próprio Jesus quando de sua despedida disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. A paz que ele oferece excede a dor, a decepção e a própria morte. Quando morria por mim e por você naquela cruz, ele foi afrontado e espancado sem dó e piedade. Com o seu poder poderia ter dado um fim em tudo aquilo com apenas um piscar de olhos. Mas o que ele fez? Deu-nos uma amostra da paz que ele oferecera. Mediante a muita dor e afronta impiedosa ele clama: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Ainda quando prometeu deixar sua paz, foi enfático ao dizer: “Não vos dou como a dá o mundo”. Isso nos leva a pensar nos breves momentos de alegria e prazer que a vida oferece. Isso me faz relembrar o ano de 1986 quando morava na cidade de Charqueadas/RS. Num programa de rádio um médico contava como ele decidiu-se por seguir a Jesus. Um rapaz entrou em seu consultório e disse: ‘Doutor, minha vida é uma miséria. Não tenho problemas com minha saúde física, não sou usuário de drogas, tenho uma família normal, mas não consigo me livrar de uma tristeza monstruosa que me tortura diariamente. Por favor, me ajude’. O médico, olhou por cima dos óculos e disse: ‘ Você é muito jovem. Precisa se divertir um pouco. Existe um palhaço no centro da cidade e ele é demais. Nunca vi uma única pessoa sair de lá sem dar umas boas risadas. Vá lá e se divirta’. Cabisbaixo o rapaz lhe respondeu: ‘Doutor, eu sou aquele palhaço’. Sabe meu amigo, essa é paz que o mundo oferece, e Jesus deixou claro que a paz que ele oferece é completamente diferente.

Jesus concluiu sua promessa dizendo “Não perturbe o coração, nem tenha medo, acredite em Deus, acredite em mim, na casa de meu Pai há muitas moradas. Quando eu for, vou preparar-vos um lugar e voltarei e levarei vocês para junto de mim”. Aleluia! Enquanto estivermos vivendo neste mundo teremos a paz de Jesus durante as diversas situações de dor e sofrimento que viermos a passar. Mas, isso não será para sempre assim. Um dia ele voltará, a dor, o sofrimento, a própria morte deixará de existir e a nossa paz será completa. Você já se comprometeu com Jesus? Ainda não? Então o que está esperando. Permita que ele entre em sua vida e faça de seu natal um verdadeiro natal muito mais colorido. Que Deus nos abençoe.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vermelho - Nascido para morrer


Após aceitar se engravidar do Espírito Santo, Maria agora passa por situações difíceis de resolver. Todavia, ela confia que Deus tomará as devidas providências para que tudo se resolva da melhor maneira possível.

Uma destas situações contrárias, é justamente o noivado com José. Certamente ele não aceitaria se casar com uma moça grávida de outro, e para piorar, ele poderia até denunciá-la diante das autoridades o que a levaria ao julgamento e por conseqüência seria apedrejada.

A Bíblia não relata nada sobre o encontro que Maria tivera com José depois da conversa que ela tivera com o anjo Gabriel. Talvez ela não teve coragem de contá-lo de imediato, não sabemos. O certo é que de alguma forma ele fica sabendo da gravidez indesejada. A notícia causa-lhe sérios problemas.

José amava muito a Maria. Como ela, ele também tinha planos e sonhos a se realizar ao lado de sua noiva. Como carpinteiro é provável que ele mesmo estava fazendo pessoalmente todos os móveis de sua futura casa. Desde a escolha da madeira ao acabamento, sua cabeça não pensava em outra coisa – casar-se com Maria, ter filhos e ser muito feliz. Mas agora, com aquela notícia tudo estava acabado. Quase todos os móveis já estavam prontos, mas agora, tudo parecia perdido.

Ao ouvir a má notícia, José dá a maior demonstração de amor para com a sua noiva. A Bíblia diz que ele sendo justo e não querendo a expor precipitadamente, resolve deixá-la secretamente. Volta para casa, entra em seu quarto e com o coração acelerado não consegue dormir. Tarde da noite, lá está ele, virando pela centésima vez na cama sem conseguir pregar os olhos. Chora muito tentando entender o porquê Maria o traiu. “Ela dissera que sua gravidez era obra do Espírito Santo”, sussurra ele, “me poupe vá”, conclui. Sem entender nada, entre soluços e dúvidas, é vencido pelo sono, afinal de contas estava exausto depois de um dia de muito trabalho e de problemas ainda maiores.


Ao dormir, José tem um sonho. Um anjo lhe aparece com uma mensagem um tanto quanto perturbadora. Disse o anjo do Senhor: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: ‘Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).

Para entendermos melhor a razão do nascimento de Jesus precisaremos voltar nossos olhos para o antigo testamento. Ali encontramos nossos primeiros pais recém saídos das mãos do Criador. Eles receberam uma palavra de advertência: “O dia em que pecarem, certamente morrereis.” Bem sabemos o que aconteceu. Eles pecaram e desde então a morte tornou-se uma realidade na experiência humana. O pior do pecado é que ele cortou todo o nosso relacionamento com o Criador, causando muitos problemas e infelicidade.

De lá para cá, toda vez que alguém cometia um pecado, era necessário oferecer um sacrifício de sangue inocente como pagamento pelo pecado. Todavia, o sacrifício de animais servia apenas para fazer lembrar que um dia, Deus enviaria seu Filho para morrer, derramando seu sangue inocente em sacrifício pelos pecados de toda a humanidade. Agora, o referido Filho de Deus, estava sendo gerado em Maria! Aquele menino nasceria com uma missão estranha, mas divina: Morrer no lugar dos pecadores. Essa será a única chance de reconciliação da humanidade com Deus. Criar aquele menino, sem sombras de dúvidas, seria um grande privilégio que ele não deixaria passar.

Você já parou para pensar no propósito de vida de Jesus? Pode soar estranho, mas ele de fato nasceu para morrer. Não haveria nenhuma chance para cada um de nós, se ele não oferecesse seu sangue como pagamento pelos nossos pecados. Para entender um pouco melhor isso, me permita uma ilustração: Imagine que este livro em minhas mãos contenha o registro de todos os pecados de sua vida. Permita-me que minha mão esquerda represente você. E tudo isso está sobre você. Imagine que a mão direita represente Jesus. Veja, o que é que separa você de poder entrar num relacionamento com Deus.

Isso mesmo. A Bíblia diz que “os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus”. Foi para resolver este problema que O Senhor Deus fez cair sobre Jesus todos os nossos pecados (neste ponto transfira o livro de uma mão para outra). Na cruz Jesus suportou o peso de nossos pecados. Os homens o maltrataram, cuspiram nEle, colocaram uma coroa de espinhos sobre Sua cabeça e açoitaram-no. Finalmente, quando o último pecado foi pago, Jesus disse: "está pago". Com o Seu sofrimento e morte Jesus pagou o preço do nosso pecado. Eu jamais vou entender o porque Ele me amou tanto. Três dias depois Ele ressuscitou como diz o texto que segue. Joana, você pode ler para mim?

Ele ressuscitou dentre os mortos. ...Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos...” (1 Coríntios 15:3-6).


O dia desponta no horizonte e os primeiros raios de sol já podem ser vistos na pequena cidade de Nazaré, quando José abre os olhos e se dá conta do sonho que tivera. Levanta rapidamente, lava o rosto para ter certeza de que está acordado. Se lembra do sonho com detalhes e fica perplexo com a boa notícia. Agora compreende que tudo quanto lhe falara Maria era verdade. Estava então diante de uma decisão muito importante, mas bem difícil. Aceitar Maria grávida de outro traria para si uma desonra muito maior do que de denunciá-la. Talvez sequer tivesse a aprovação de sua própria família e amigos. Não sabia ao certo se a notícia da gravidez de Maria havia se espalhado na cidade ou não. E agora, o que fazer? Aceitar Maria como sendo sua esposa, aceitar criar um filho que não era seu, ou denunciá-la?

Ele puxa o banquinho, se debruça sobre a mesa e começa a pensar nas palavras do anjo. “Ele dissera que este menino é filho do Espírito Santo! Meu Deus! Disse ainda que ele salvará o nosso povo dos pecados deles!”. Ao pensar nisso talvez José desse um pulo e dissesse: “É isso! Esse menino é o Filho de Deus prometido desde os tempos de Abraão, ele irá nascer tendo como propósito de vida morrer pelos nossos pecados” Diante disso, José não tem mais dúvidas, era um privilégio poder receber aquela criança e criá-lo como seu filho adotivo. Se levanta, vai até a casa de Maria e a recebe como sua esposa.

Ao olharmos para a experiência de José somos desafiados a imitá-lo em sua obediência a uma ordem desafiadora. José abre mão de sua própria “honra” e aceita correr os “riscos” de se obedecer a Deus. Desta forma, ele só tinha uma certeza, ao obedecer a Deus, ele estaria cooperando com a missão de Jesus em salvar homens e mulheres. Aprendemos que nossa vida deve buscar cooperar para que Deus se torne conhecido de todos os nossos amigos, vizinhos e família. Que possamos de fato ser ousados na obediência e no envolvimento missionário como foi José.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Verde - O preço da esperança


Quando olhamos para a história do primeiro natal, de maneira mais específica para Maria, temos a tendência de não perceber as dificuldades que ela certamente enfrentou ao ser escolhida como aquela que daria à luz ao salvador do mundo.

Muitos cristãos defendem que ela aceitou facilmente a gravidez porque de certa forma já esperava por isso. Sendo assim, quando o anjo Gabriel lhe traz a notícia de sua gravidez, na cabeça destes cristãos, Maria certamente age com alegria e obediência absoluta.

Já outros cristãos, atribuem a Maria um demérito conflitante. Por perceberem que alguns adotaram Maria como uma deusa, mais especificamente a partir do concílio de Éfeso que tornou Maria um objeto de adoração, acabam por desprezar a importância de Maria nos planos de Deus, bem como o seu exemplo de vida digno de ser imitado.

Sendo assim, convido você a olhar novamente para Lucas 1.26-38, e juntamente comigo calçar as sandálias de um morador Galileu, andar pelas estradas empoeiradas de Nazaré, sentir a esperança roubada de toda uma nação, o coração palpitando de uma jovem noiva diante da visita de um anjo com uma proposta estranha, para de maneira simples, sem um pré-julgamento, sem atribuir-lhe característica divina e também sem desmerecê-la como uma grande serva do Senhor, aprender com essa jovem que tem muito a nos ensinar.


O texto dá início dizendo que o anúncio do anjo Gabriel se deu nos dias de Herodes, rei da Judéia. Nesse tempo o povo de Israel era dominado pelo Império Romano, que estabelecia o governo de Israel sem interferir na vida religiosa. Todavia, cobravam altos impostos e roubavam o direito de sonhar com o progresso e de uma vida melhor de toda a nação.

Ao olhar para as instruções divinas dadas ao povo através de Moisés, o povo sabia que o domínio romano se devia ao fato de terem abandonado o seu Deus. Todavia, aguardavam com grande expectativa a vinda do prometido Messias para libertá-los e assim cumprir as profecias de que ele estabeleceria um reino de paz e sem fim. Mais do que ter a necessidade de um salvador de seus pecados, Israel precisava e esperava o surgimento de um salvador que os livrasse com mão poderosa do império romano.

As profecias davam conta de que o Messias (enviado de Deus), o Salvador, o Rei dos reis, seria descendente de Davi, o maior rei que Israel conhecera. Talvez por isso, todos esperavam que ele nascesse como filho de um rei cercado de todo o cuidado de um nobre. Jamais imaginaram que ele nasceria em meio à ralé, numa estrebaria, sem os holofotes da corte real. Desta forma, as moças sabiam que àquela que tivesse a honra de dar à luz ao Messias, além da honra de ser a mãe dele, receberia também toda a honra, reconhecimento e conforto que um palácio pode oferecer.

Naquele tempo, morava em Nazaré uma família, que tinha uma filha recém saída da adolescência e que se chamava Maria. Tinha ela um noivo que muito a amava e a respeitava. Eles se preparavam com alegria para o casamento. Maria, como qualquer jovem de sua época contava nos dedos os dias e horas para a cerimônia. Tinha muitos sonhos e casar com José era um deles. Todavia, entre enxovais e receitas para a festa ela recebe a visita inesperada do anjo Gabriel que coloca em risco tudo o que estava planejando.

Diz-nos o texto que Gabriel aparece de repente com uma saudação que deixou Maria conturbada. “Alegra-te muito favorecida, o Senhor é contigo” disse o anjo. Assustada, com medo e ao mesmo tempo sem entender o que estava acontecendo, ouviu do mensageiro: “Maria, não tenha medo; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.

Se Maria já estava perturbada com aquela saudação, imagine agora com a notícia bombástica de ficar grávida fora do contexto do casamento? Era bem sabido que nestes casos, a grávida era apedrejada em público sem dó e nem piedade. Aceitar aquela proposta representava não somente o fim de um sonho, mas também a perda do noivo, a desonra da família e a própria morte. O preço de ser a resposta para a esperança de Israel era muito alto. E agora?

Diante de uma decisão tão importante, precisaria de mais tempo. Mas o anjo tinha pressa. Ela então sufoca o seu medo e perplexidade e pergunta: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” Ao que o anjo respondeu: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”.

Diante de tal informação, Maria agora sabe que ela foi a escolhida para gerar o Messias em seu ventre. A esperança de todo o seu povo, de ter um salvador, um rei justo, repousava sobre ela. A notícia de fato era muito boa, mas certamente traria muitos problemas, o preço a pagar por tamanho privilégio era por demais alto. Perder o grande amor de sua vida, ser a causa de tanto desconforto para sua família, ser chamada de mulher da vida e pior, iria a julgamento e correria o risco de ser condenada a morte por apedrejamento. Pareciam problemas impossíveis de serem resolvidos. Como falar com José, a família e amigos que estava grávida? Do Espírito Santo? E que seu filho era o Messias? Tudo isso pesava contra.


Em meio a tantas dúvidas, o anjo diz algo que tranqüiliza o seu coração: “para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. Ao ouvir tais palavras, Maria é convencida de que sendo a vontade de Deus, ele cuidaria de tudo para que o seu Filho fosse gerado em paz, afinal de contas essa era a vontade de Deus. Então sem hesitar ela diz algo que me espanta. Ela diz: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.

Maria abre mão de seus sonhos e aceita correr o risco de perder seu noivo, sua família, sua dignidade e sua própria vida, para poder fazer a vontade de Deus e dar à luz ao Messias, tão esperado pelo seu povo. Ela não pensa em si, ela não coloca condições, ela não exige provas de ser aquela notícia uma mensagem realmente vinda dos céus. Ela simplesmente se submete a vontade de Deus na certeza de que ele cuidará dela e de seu filho, e isso lhe bastava. Magnífico! Tremendo! Maravilhoso! Como não admirar uma atitude como essa?

Ao olhar para tudo isso, somos desafiados a repensar nossa própria história e perceber o agir de Deus. Não estamos aqui simplesmente para correr atrás de nossos sonhos e projetos. Como Maria também temos um salvador para apresentá-lo às pessoas que nos cercam. Existe uma mensagem de esperança que precisa alcançar corações desiludidos. Mas isso tem um preço a considerar. Só será possível tornar o Salvador conhecido a partir do momento em que nos dispormos como Maria dizendo “Aqui está a(o) serva(o) do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

As cores do natal

O natal é diferente de todos os feriados no ano. Nele as pessoas ficam mais solidárias, a vida em família tem novos sabores, os amigos ficam mais próximos e a música apresenta uma melodia que toca o coração.

Novas cores invadem nossos comércios, casas, ruas e cidades inteiras. É maravilhoso passear nesse período do ano. Mas, o que de fato o verdadeiro natal tem a ver com tudo isso? Diante de tantos enfeites, luzes e cores, podemos de fato conhecer o verdadeiro sentido do natal?

A série “As cores do natal” tem como objetivo resgatar a história do primeiro natal através das cores. Você é o meu convidado especial para vestir os calçados das personagens, andar por suas ruas empoeiradas, sentir na pele suas dificuldades, enfrentar seus medos, abraçar seus desafios e certamente aprender com suas experiências. Há muito a caminhar, você vem comigo?

1ª Mensagem: Verde – O preço da esperança (06/12)
2ª Mensagem: Vermelho – Nascido para morrer (13/12)
3ª Mensagem: Branco – Paz na terra (20/12)
4ª Mensagem: Amarelo – E o seu presente? (27/12)

domingo, 29 de novembro de 2009

Um encontro com a vida


Lucas 7.11-17 apresenta duas multidões bem distintas que se encontram na porta da uma cidade chamada Naim. A primeira multidão estava entrando na cidade com muita alegria e felicidade, enquanto a outra, saindo da cidade, triste e cabisbaixa. Existe aqui uma semelhança muito grande com a vida das pessoas em nossos dias. Há sempre dois tipos de coração, um feliz e o outro angustiado. Existem dois tipos de pessoas, aquelas que se abatem, se definham, se desesperam diante dos problemas do dia a dia e aquelas que conseguem enfrentá-los, dar a volta por cima. Mas qual a razão destas duas multidões estarem com sentimentos tão opostos? Voltemos ao texto.



As multidões tinham muitos pontos em comum, viviam num mesmo país, comiam as mesmas coisas, tinham o mesmo estilo de vida, falavam o mesmo idioma e compartilhavam das mesmas crenças. A diferença entre elas não era que uma tinha mais dinheiro do que a outra, nem porque alguns gozavam de saúde e a outra não. O que as diferenciava naquele momento era aquele para o qual estavam olhando.

A multidão que saía de Naim estava infeliz porque estava contemplando um morto. Contemplava um defunto, tinha como razão para estarem juntos a morte, andavam numa estrada que terminava num túmulo, estavam caminhando para o cemitério.

Aquele garoto, filho da viúva de Naim, representa para nós todos, nestes dias, as esperanças que nós colocamos em coisas, projetos, pessoas ou sonhos que surpreendentemente desabam diante de nós.

Quantas pessoas casaram pensando que o casamento traria uma felicidade total, e agora vêem o casamento desmoronando diante delas. Outras apostaram alto num emprego e não conseguiram o sucesso desejado. Ainda outros vêem seus projetos indo por água abaixo porque a doença insiste em definhá-los. Existem aqueles que deixaram de viver porque a morte levou alguém que muito amava. Pessoas assim estão desalentadas porque a morte, o fracasso e o sofrimento roubaram-lhes o sono, a paz e a tranqüilidade. Tudo está desmoronando!

Mas havia ali uma segunda multidão, a daqueles que já havia encontrado o Senhor da vida. Esta multidão está feliz porque, apesar de todas as dificuldades, é capaz de olhar para Jesus.


Jesus está entrando na cidade de Naim acompanhado de uma multidão eufórica quando encontra com a outra multidão que segue o cortejo da morte, saindo da cidade em direção ao cemitério, sem esperanças, abatidos e silenciosos. O que Jesus faz quando olha para esta multidão sem esperança?

A primeira coisa que o texto diz que aconteceu, foi que Jesus olhou para aquela multidão sem esperança e sentiu compaixão. Certamente ele não podia aceitar o caminho do cemitério. No mundo que ele havia planejado não havia estrada da morte. Ele se importou com a tragédia daquele povo, com o drama daquela mulher. Jesus não estava e não está indiferente para com as dores do ser humano. Ele se importa comigo, se importa com você. Sempre foi assim.

Em seguida, Jesus se aproximou da viúva e disse: “Não chores”. Quem é esse que tem a ousadia de dizer a uma mãe enlutada que já perdera o marido e agora tem diante de si o filho morto? Somente Jesus pode dizer isso. Para ele a morte não é o fim, com ele a vida ainda não acabou. Tu não sabes o que pode acontecer? Ainda há esperança, pode existir consolo, pode acontecer algo na sua vida. Em Jesus encontramos consolo, esperança, mesmo quando a tragédia parece irreversível. Ele sempre nos surpreende.

Depois, houve uma intervenção de Jesus. Ele tocou no caixão, parou o enterro e a morte. Ele interferiu! Nós podemos dizer que Jesus tem poder de interferir na sua vida. Porque Deus se importa com você, e sente o seu drama. Ele tem o coração em você. O que dói em você, dói nele também. Ele tem sempre uma palavra de consolo, mas não só uma palavra, através de seu Espírito ele pode reconstruir sua vida, seu casamento, sua família, seu trabalho ou qualquer outro problema que o esteja afligindo. Ele pode preencher seu coração desabitado, o seu vazio, salvá-lo da morte, limpar seus pecados. Hoje pode haver algo novo da parte de Deus na sua vida.

E por último, o Senhor Jesus ao interferir, restituiu a alegria. Ele olhou para aquele que estava morto, e disse: “Jovem eu te mando, levanta-te, erga-te, põe-te em pé”. Jesus restituiu o rapaz à sua mãe, àquela que chorava e que estava desiludida. Ele pegou o motivo de sua tristeza, e devolveu vivo, ressuscitado. Hoje, ele pode fazer o mesmo conosco. Ele quer restituir a alegria da salvação em você, a paz, uma vida limpa, quer restituir seu marido, seu filho, a esperança. Mas a interferência de Jesus causou um grande efeito na vida das duas multidões.

A multidão ficou deslumbrada com a ressurreição daquele rapaz e a alegria invadiu o coração de todos e o milagre lhes inundou as vidas. Eles se encheram do temor do Senhor e disseram: “Grande profeta se levantou entre nós, Deus visitou o seu povo”. Eles saíram dali juntos, agora como uma só multidão e divulgaram o poder de Jesus por toda a vizinhança. Não dava para ficar calados. A alegria proporcionada por Jesus nos leva a compartilhar com todos os feitos dele.


Em qual das duas multidões você está? Você faz parte daquele povo feliz que apesar das dificuldades louva a Deus e olha para frente? Ou faz parte da multidão dos desesperados? Daqueles que estão sem esperança, enlutados, que só enxergam a morte, que não conseguem ver a vida? Qual das multidões você pertence? Em nome do Senhor quero convidá-lo a trocar de multidão, a deixar de olhar para as coisas que não deram certo e olhar somente para Jesus.

Nós não podemos viver olhando apenas para a morte, andando apenas no curso da sepultura, senão a alma do homem se sente tragicamente só e infeliz.

O que faz Jesus quando olha para você que investiu toda a sua vida e futuro num projeto fracassado? O que ele é capaz de fazer quando olha para você e te vê com um enorme vazio na alma? Quando olha para você e vê um vivo morto, sem esperanças, caminhando para o cemitério, porque já desistiu da própria vida? Ele faz a mesma coisa que fez em Naim.

O que faz desta multidão que segue a Jesus, de nós que somos cristãos, diferentes daquela outra multidão desesperada seguindo um enterro, acompanhando a morte, é justamente o fato de estarmos olhando e seguindo a Jesus. Apenas ele pode fazer brotar felicidade e paz em meio as dificuldades que a vida nos apresenta.

Aqueles que fazem parte desta multidão podem andar com alegria porque há um túmulo vazio lá em Jerusalém, haja o que houver, faça chuva ou sol, aconteça o que acontecer, venha o que vier, podemos estar confiantes porque ele é o Senhor da vida, que venceu a morte e seu túmulo continua vazio.

Não estamos trabalhando apenas com as emoções, nem desanimados diante das dificuldades que nos apresentam, porque estamos olhando para Jesus. Jesus ressuscitou dentre os mortos, e quando amanhecemos cansados, desanimados, quando a depressão quer ser nossa companheira diária, podemos dizer, sai de mim porque o túmulo está vazio. Temos uma motivação para viver e para andar, não vamos atrás da multidão infeliz, desesperada, filhos do cemitério, andando para a sepultura, seguindo o culto da morte. Nascemos para a vida, para a esperança, para o céu, nasci para ser a felicidade encarnada em Jesus porque o túmulo está vazio. Eu e você podemos andar com alegria, embalados pelo louvor e pelo cântico de vitória.

Não importa as circunstâncias adversas em que encontra nossa vida. Ainda que hoje eu esteja no processo de velório, como estava na casa daquela viúva na noite anterior ao encontro de Jesus, mas devemos continuar com os nossos olhos fixos nele, na certeza de que na hora certa ele vai interferir na nossa história, nos colocar de pé e restaurar completamente a nossa alegria.

domingo, 22 de novembro de 2009

Demora surpreendente


Existem dois ensinos bíblicos que dificilmente conciliam-se na vida das pessoas. O primeiro afirma que Deus cuida e zela de seus filhos e nenhum bem sonega a eles. É possível ficarmos com a sensação de que Deus na realidade, jamais tarda, jamais falta, jamais falha em hipótese alguma em nossa vida. E não são poucos os textos da Palavra de Deus que nos trazem esta convicção e que nos colocam na mente esta certeza.

Por outro lado, somos às vezes confrontados com um segundo ensino bíblico, aparentemente divergente. É aquele que diz que o cuidado de Deus para conosco não nos isenta da dor, do sofrimento, dos problemas e das lutas. Aí surge a dúvida: Como é que Deus pode me proteger, e protegido por ele eu posso ser chicoteado na vida? Como é que Deus pode me proteger e ao mesmo tempo eu posso ser vítima de uma enfermidade, de uma luta, de uma dor?

Ainda que você já tenha conseguido resolver esse aparente conflito do ensino bíblico, ainda assim fica difícil, na maioria das vezes, praticarmos a confiança em Deus quando a luta vem, e aquelas coisas contrárias que deveriam cooperar para o nosso bem, parecem vestidas de luto, ou de medo, ou de pânico, ou de destruição, de doença, de falência, de perda, de tragédia, e chegam sem pedir licença e se instalam na nossa vida sem a menor pressa de ir embora e pior, Deus simplesmente deixa-nos com a sensação de que ele está ausente e chegará atrasado.

Mas por que será que Deus freqüentemente nos coloca nessas situações nas quais ele se apresenta como alguém que não chegou na hora certa? Por que será que, vez por outra, Deus permite que nos surja essa impressão de que o relógio divino está atrasado se comparado com o nosso?


Quando Deus nos deixa a impressão de que está atrasado em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar a liberdade dele.

O texto de João nos diz que o sol se pusera, a noite estava chegando, quando os discípulos entraram num barco orientados pelo próprio Jesus, e dirigiram-se ao outro lado do mar da Galiléia que é um lago com vinte e um quilômetros de comprimento por doze de largura rumo a Cafarnaum. Eles fariam essa travessia porque Jesus lhes prometera ir ao encontro deles mais depois. Eles tinham uma promessa de Jesus.

Mas antes de saírem, eles tomaram o cuidado de deixar um barquinho para Jesus remar. Era esse o veículo pelo qual ele deveria se apresentar. É como se dissessem: “Senhor, Nós já estamos indo viu? Veja, estamos deixando esse outro barco para o Senhor. Estamos deixando também o mapa, o plano de navegação, a rota a seguir e a bússola para o Senhor não se perder, ok?”. E foram. Até aquele dia, não havia porque duvidar das coisas que Jesus dissesse, mas de repente parece que começa a surgir um atraso no relógio divino.

A noite se cobre de uma escuridão absoluta, o vento começa a soprar forte, as ondas se tumultuam, o horizonte vai ficando invisível a ponto deles perderem a noção exata da hora e do caminho. O perigo lhes ameaça! O risco ronda o barco! O medo surge como resultado da razão fria que pesa os prós, os contras e julga que há mais contras do que prós.

Diante de tais circunstâncias começam a atribuir características humanas a Deus. “Parece que ele perdeu a hora. Deve ter ficado preso atendendo a multidão, ou se retirado para o monte para orar e acabou se esquecendo de nós, miseráveis humanos aqui no meio do mar. Ou quem sabe, a escuridão esteja tão grande que ele não nos acha. Deus não nos vê no escuro. Deve ter desistido de vir por causa do mal tempo. Amanhã ele nos procurará, pena que será tarde demais.”

Em meio a tantas dúvidas eles olham pra frente e são surpreendidos por Jesus. Ele se apresenta andando por sobre o mar, pensam que é um fantasma e entram em pânico porque o Deus deles só viria ao seu encontro num barquinho, como haviam determinado em suas mentes que ele viesse. O problema não era o de esperar ou não a intervenção divina. O problema era de condicionar o modo pelo qual Deus chegaria, e como procuravam um barco no horizonte se apavoraram quando viram Jesus andando sobre as águas.

Sabe o que de fato havia na mente desses discípulos? O condicionamento da vontade de Deus. Às vezes corremos o risco de fazer o mesmo. Dizemos como Deus tem de chegar, a hora certa, quantas batidas ele tem que dar, que sinais ele deve fazer para que o identifiquemos. A gente chega quase a ensiná-lo como ser Deus, especialmente o tipo de Deus que ele precisa ser na nossa vida.

“Cura para mim só se for através de um milagre, não aceito ser curado através da medicina.”; “Sustento divino em momento de crise? Só se os corvos trouxerem à minha porta”; “Ajuda para problemas conjugais, só se for com unção com óleo”. E assim damos um manual, uma cartilha para Deus operar. Se você está vivendo hoje esta situação, por favor, dê chance a Deus de ser Deus e deixe-o agir como quiser, quando quiser, fazendo o que quiser.


Quando Deus nos coloca nessa situação de aparente atraso em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar a ter esperança.

“Já se fazia escuro e Jesus AINDA não viera ter com eles”. Qual a palavra que fala da esperança aqui? Ainda! Está escuro, mas o Senhor ainda virá! João escreveu isso já velhinho. Se ele tivesse escrito logo depois do acontecimento, talvez não colocasse esse “ainda”. É possível que ele tenha pensado sobre o fato de que por muitas vezes a vida ficara escura na vida dele, mas em todas elas Jesus viera lhe ajudar. E assim foi aprendendo que fica escuro, mas Jesus sempre vem!

Provavelmente João se lembrasse de Lázaro, da filha de Jairo e dos longos três dias de espera da ressurreição de Jesus depois de sua morte na cruz.

Por que é que para nos ensinar a ter esperança Deus se atrasa no momento mais crítico de nossas vidas? Por uma razão simples. Porque a esperança é filha do atraso. A esperança de hora marcada não é esperança. “Já faz muito tempo que eu oro pelo meu marido e ele não se converteu” Não é assim que você diz? Coloque um “AINDA” aí. Vai fazer um bem enorme à sua alma. “Faz muito tempo que eu oro pelo meu marido e ele “AINDA” não se converteu”. Significa que ele vai, que o futuro não será escuro como o presente. “Já faz muito tempo que eu oro mas... meu emprego AINDA não veio, minha filha AINDA não amadureceu, meu filho AINDA não abandonou o mundo das drogas. AINDA... AINDA...


Quando Deus nos coloca nessa situação de aparente atraso em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar que o tempo está nas mãos dele. Não há atraso para quem corre pela eternidade. Só há atraso para seres humanos. Mas para aquele que corre pela eternidade, um dia são como mil anos, mil anos são como um dia, o passado ainda será, e o futuro já foi. Deus não raciocina com essas categorias de presente, passado e futuro. Tudo está presente há um só tempo diante dele.

Os discípulos entram em pânico e Jesus chega dizendo: “Não, eu não sou um fantasma, não sou Gasparzinho, sou eu mesmo, Deus convosco, o Emanuel. Estou aqui.” Pedro entra em dúvida. Era um homem impulsivo. “Só acredito se sentir na pele. Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas.” E Jesus diz: “Vem.” O homem foi, mas entrou em crise no terceiro passo e quase não dá mais passo nenhum. O Senhor o ergueu, e entraram juntos no barco. Os discípulos então o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente, este é o Filho de Deus”.

Se Jesus fosse mesquinho como nós, poderia dizer: “Até que enfim, heim! Era preciso tudo isso?”. Mas fantástico é o que diz o vs. 21: “Então eles, de bom grado, o receberam e logo o barco chegou ao seu destino”. Logo! A aparente perda de tempo foi superada. Logo! Isso porque o Senhor pode imprimir uma velocidade nova em nossas vidas. Quando Deus nos dá essa sensação de atraso, saiba que, quando ele chega, desconta o atraso. No fim, você vai ter chegado na hora certa, no lugar certo.

E o que importa realmente, não são as minhas sensações da pontualidade divina conforme o calendário dos meus caprichos e desejos. O que importa, é se no fim de tudo, Deus me pôs aonde eu devia estar. O tempo está na mãos de Deus. Às vezes, a gente se debate, entra em pânico, parece que o tempo é algo que foge das mãos de Deus tanto quanto foge das nossas, mas ele tem a maneira divina própria de interferir na nossa vida, e de nos conduzir na direção correta, conforme a sua boa vontade.

Você não tem que naufragar. Deixe o Senhor entrar em sua vida. Quando o Senhor vem, sempre há a chance e o tempo de se recuperar as horas perdidas, os meses perdidos, os anos perdidos, e mesmo na velhice isso é possível. Receba-o de bom grado e o barco vai chegar ao seu destino.

domingo, 15 de novembro de 2009

Perfil da Igreja - Novembro 2009


Quando realizamos nossa primeira pesquisa de qualidade em março deste ano o princípio de qualidade "Evangelização voltada para as necessidades" se revelou como sendo o fator mínimo. Naquela ocasião apenas dois princípios de qualidade (Culto inspirador e Espiritualidade Contagiante) ficaram acima dos 65% da pontuação.

Desta feita, a pesquisa trouxe dados bem mais animadores. Todas os princípios de qualidade ficaram acima dos 65% da pontuação. O princípio que mostrou maior desenvolvimento foi justamente a "Evangelização voltada para as necessidades" e já não é mais o nosso fator mínimo, que agora é "Ministérios orientado pelos dons espirituais".

A próxima pesquisa será realizada no mês de novembro do ano que vem. agora é colocar mãos à obra e trabalhar buscando desenvolver ainda mais cada princípio de qualidade.
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Surpreendido pela fé


Qual a diferença entre os fracassados e os vitoriosos? Existe um denominador comum, ao qual se possam reduzir todos os vitoriosos ou todos os fracassados? Parece que a separação entre uns e outros é feita pela fé. Vitoriosos são aqueles que acreditam, que têm fé, que avançam baseados na confiança. Fracassados são os que vão ficando para trás, andando em círculos em torno de si próprios, sem ânimo, sem coragem, sem certeza de coisa alguma.

A fé estabelece diferença entre os que triunfam e os que são derrotados. Se você se considera um fracasso, exerça sua fé em Jesus e certamente você será surpreendido por ele e sairá vitorioso. Mas atenção. Ouvir falar sobre o valor da fé pode ser muito interessante, mas entre palavras bonitas sobre a fé e a prática da mesma, vai uma grande distância.
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Que se deve fazer para ter fé? Que medidas drásticas serão necessárias para desenvolvê-la? Hoje veremos que não é preciso modificar coisa alguma nem sair do lugar, para dar início ao exercício da fé. Quase sempre, a fé começa a ser despertada por uma necessidade. Um problema difícil, que não podemos resolver por nós mesmos e que precisa ser atendido com urgência, uma doença séria, morte na família, ou uma insatisfação crescente conosco mesmos. Esses fatores de opressão, que parecem organizados para nos destruir, constituem, muitas vezes, a nossa grande oportunidade de sermos surpreendidos com a fé que existe dentro de nós esperando o nosso cultivo para se manifestar.

Uma das maneiras mais fáceis de se compreender isso, é através da história do homem que foi pedir a Cristo para curar o seu filho em Marcos 9.17-27: “E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo; e este, onde quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. Então, Jesus lhes disse: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.”

Aqui está o caso de um homem que precisava resolver um grande problema. Ele não foi procurar Jesus porque desejava ter fé. Não era um sonhador, à procura de uma ideologia, nem um interessado em acompanhar um sistema difundido de crença, mas um pai, defrontando a realidade brutal de um filho enfermo.

Pelo que se deduz da narrativa, ele não vivia submisso ao destino, esperando que acontecesse um milagre. Um homem que procura os discípulos, e depois que esses fracassam, continua a sua procura, buscando o próprio Cristo, não é um conformista, não vive tranqüilo, aceitando uma situação desesperadora. É possível que antes de procurar os discípulos, ele tivesse procurado todos os possíveis curadores credenciados de sua nação. A doença do filho não lhe parecia lógica, e ele não estava disposto a aceitá-la de braços cruzados, sem uma reação positiva e definida.

Pode ser que no seu espírito, muito mais forte do que a esperança de cura do filho, permanecessem várias dúvidas. Curá-lo como? Era muito bem sabido que não havia remédios para aquele tipo de aflição. Pensando nisso, o homem talvez tivesse vontade de desanimar, de desistir, de deixar que as coisas seguissem o seu rumo. Não era essa a vontade de Deus?

Mas, à primeira tentativa de acomodação, vinha um novo ataque, o filho novamente atirando-se ao chão, contorcendo-se, sofrendo. Não. Enquanto ele fosse vivo, teria de lutar para descobrir uma cura, embora crendo que tal cura não existisse. E novamente voltava a procurar por toda a parte, alguém que pudesse salvar o seu filho. De fracasso em fracasso, foram se acumulando mais e mais dúvidas. Mas enquanto lhe restasse um fio de vida, continuaria a luta, a procura.


Certo dia lhe contaram dos milagres que Jesus e seus discípulos vinham fazendo, então ele se preparou para procurá-lo também. É de se supor que, depois de tantas e prováveis experiências sem resultado, as suas esperanças fossem quase nulas. Mas o dever de pai o impulsionava a tentar tudo. E ele talvez pensasse que, correndo de um lado para o outro, com o seu menino doente, estivesse fazendo tudo o que podia fazer, e recebendo tudo o que lhe poderiam dar de alívio, isto é, nada.

Havia agora mais uma obrigação a cumprir, procurar esse Jesus, que fazia milagres. Mas e se começassem as perguntas? Diziam que Jesus era um homem religioso, que falava muito em perdão de pecados na hora das curas. E se ele resolvesse relacionar a doença da criança com os pecados dos pais? Se lhe perguntasse a história da sua vida e dos seus erros? Essa história talvez, não pudesse ser contada em público. Talvez por isso, seria melhor procurar os discípulos, que, menos experientes, talvez passassem por cima dessas coisas. De qualquer modo, ele se dirigiu primeiro aos discípulos que nada puderam fazer pelo menino.


Novamente atribulado, provavelmente debatendo-se entre o senso de culpa, e o medo do olhar de Cristo de um lado e o sofrimento do filho do outro, ele decide por procurar a Cristo. Quando começa a contar a sua história, expondo a incapacidade dos discípulos de curar o filho, Jesus interrompe com uma censura: “Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?”

Pode ser que, diante disso, o homem tivesse tido vontade de sair correndo. Será que “a geração incrédula” de que Jesus falava era ele? Seria por causa de sua incredulidade que o menino não fora curado ainda? Mas, antes que houvesse tempo de pensar em retirada, Jesus acrescentou: “Trazei-mo”. Não havia mais nada a fazer do que esperar. Esperar o interrogatório e se preparar para ouvir mais censuras, e talvez até para oferecer sacrifícios acima de suas posses. Mas nada disso tinha importância, se o menino ficasse bom.

Não foi preciso entrar em detalhes sobre a doença. Tomado de novo ataque, o menino caiu no chão, deixando claro qual a natureza do mal que o afligia. Agora, naturalmente, viriam as perguntas: “Há quanto tempo lhe sucede isso?”. “Desde a infância” respondeu o pai. “Muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o destruir. Mas se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”.

Quem sabe se o homem esperava agora mais perguntas do tipo: “Você observa os princípios da lei? Guarda os mandamentos? Quem na família pecou para que esse menino seja doente?”. Mas nada disso Jesus quis saber. A única pergunta feita, referia-se à duração do sofrimento de ambos, única resposta em que Jesus estava interessado. Há quanto tempo padeciam eles. Nada mais. Nem o nome ele perguntou. Nem do pai, nem do filho, pois diante do sofrimento, que importância teriam essas informações?

O problema estava ali, real, cruel, diante dos olhos, um menino surdo-mudo, se contorcendo no chão e o pedido urgente do pai: “Se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós”. O pai fora procurar ajuda para o filho, mas o motivo da sua petição estava tão à flor da pele que, na hora de suplicar pelo menino, ele se expressa no plural: “tem compaixão de nós”. É quase sempre assim. As causas que nos levam a descobrir a fé são geralmente inseparáveis de nós mesmos. Do contrário, seria provável que nunca nos movêssemos à procura de uma solução para o nosso problema da descrença.
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Mais curioso é a dúvida expressa em seu pedido: “SE TU PODES”. Ele nem sabia se Cristo podia. Era apenas mais uma tentativa. A resposta foi dada ao pé da letra. Ao “se tu podes fazer”, Jesus responde: “Se tu podes crer... tudo é possível ao que crê”. A questão não era se Jesus podia fazer, mas sim se o pai podia crer. O pobre homem que provavelmente pensasse que, correndo de médico em médico, estava fazendo tudo que podia pelo filho, talvez ficasse paralisado diante dessa condição. Se tu podes crer! Crer? Como? Se toda a vida do filho fora uma sucessão de frustrações, à procura de alívio!? Crer em algo que nunca lhe acontecera, e que talvez nunca viesse a acontecer?

Era isso que Jesus exigia dele? Com evidências se acumulando, pela vida afora, de que cada nova crença redundava em nova desilusão? Por mais que desejasse crer, ele não conseguiria mesmo. Não podia crer, porque as provas eram todas contra ele, porque a crença que vai de encontro à realidade dos fatos é uma alucinação. As lágrimas começaram a lhe correr pelo rosto. Se a cura do menino dependesse de carregá-lo nas costas, até o cume da mais alta montanha, de passar noites acordado para vigiá-lo nos seus acessos, de vender tudo o que tinha, para comprar-lhe a saúde, ele o faria de bom grado. Mas crer! Crer como?

Entre o desespero e as lágrimas, uma idéia lhe brilhou na mente. Então, por que é que você anda com esse menino de um lado para outro, procurando quem o cure? Se você não crê mesmo que ele possa ficar bom, porque não se conformou ainda com o sofrimento? Que força o conserva em ação contínua, procurando a cura? Que nome você dá a isso? Ansiedade? Obrigação? Revolta? Não conformismo? Não. Isso não é nada mais do que fé. Você não desistiu, não se entregou, não foi vencido. É a fé que continua a movimentá-lo. Você crê. De maneira pequena, indefinida, insuficiente, sem saber no que, nem como, nem por que, mas você acredita em alguma coisa diferente da sua miséria.

Lançado mão desse pequeno raio de luz que lhe viera à mente, ele clamou: “Senhor, eu creio!” E logo em seguida, sufocado de novo pelo peso das evidências, pela confusão e pela dúvida: “ajuda a minha incredulidade”. Foi o que bastou. Jesus não lhe perguntou mais nada. Nem no que ele cria, nem quanto cria, nem como cria, mas passou logo a ajudá-lo.

Na sua falta de fé, o pai suplicara apenas: “se tu podes fazer ALGUMA COISA”. Qualquer auxílio bastava, para o seu coração amargurado. Mas Jesus atendeu seu pedido. O menino ficou bom, e além disso o maior milagre se operou no pai. Ele se aproximara de Jesus com uma dúvida e um pedido por ele e pelo filho – “se tu podes... ajuda-nos”, e se separou dele com uma afirmação e uma súplica por si mesmo: “Eu creio, ajuda a minha incredulidade”. Foi a doença do filho que o levou a descobrir a sua necessidade de crer. E foi a condição exigida por Cristo que o fez compreender que cria.

CONCLUSÃO

Descobertas como essa ocorrem, quando nos servimos do instrumento que nos tortura, e procuramos uma solução para as nossas aflições. O problema em si, como foi o caso do menino, pode facilmente ser confiado a Cristo. Mas o mal verdadeiro, aquele para o qual precisamos de assistência e que está dentro de nós mesmos, é o medo de não podermos crer. Cristo nos chama a atenção imediata para o fato, mostrando-nos que a crença se revela também pela persistência da dúvida, pela insatisfação, pela angústia e pelo vazio que nos causa a falta de fé, quando só o que podemos dizer é “Senhor eu creio. Ajuda a minha incredulidade”.

Quais são os seus problemas? Quais os seus sofrimentos? Quais as suas aflições? Quando eles o atormentam, a sua fé está clamando por uma oportunidade para ser ativada, e para libertá-lo, juntamente com o seu mal, da insatisfação que não lhe dá tréguas. Reúna tudo que o atormenta e clame ao seu Deus: “Senhor, eu creio! Eu creio que ao encontrar-me contigo serei surpreendido por sua graça e bondade. Creio que nada em suas mãos se torna um caso impossível. Todavia, ajuda-me na minha fé pequena”.

Quando você vai à procura de Deus ele também vem ao seu encontro porque foi ele mesmo que iniciou a necessidade dessa procura por meio da sua inquietação. Não hesite em importunar a Deus com a sua súplica. Afirme sua crença, embora sabendo ser ela, inicialmente, pouco mais do que uma grande dúvida. Deus o auxiliará, sem pedir credenciais, nem currículo exemplar. Ele sabe que você está enfrentando uma realidade dolorosa, e quer libertá-lo, de seu sofrimento resultante da falta de fé. Ele o ajudará não apenas fazendo alguma coisa, não tratando só do caso que o leva à sua presença, mas cuidando de tudo que precisa ser feito para que você alcance vitória na vida.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Feriadão

Coisas de família
Rômulo e Rosélia
Toda família tem um - a nossa tem dois!
Jéferson e Rafael
A bela e o lírio
Gente feliz é assim
Aqui só tem homem - vai encarar?
E não é dentadura
Rosélia e Cida
Toma a bênção aí
A mais velha e o mais novo
O mais alto e o baixinho
Pode beijar - tá solteira mesmo!
Parece atores de novela né?
Sorriso amarelo é assim...
Um ama tirar fotografia, o outro faz a gentileza.
É isso mesmo - 23 horas e 40 minutos.
A turma do barulho
Rosélia, Rony, Ronaldo e Rosimar
Os motoqueiros fantasma da família
Rômulo e Rony
Amigos, parentes, companheiros, etc...
Isso porque somos pobres
Dodo, Rafael e Ronaldo
Tiago
Deixa o Dércio ver isso!
Pensando na morte da bezerra
Ele ama fazer isso - então deixa!
Rony e Dodo
Eita sofá forte!Eu não falei?
Acabaram de soltar um pum...
Cyntia e Kleber
Udson e eu
Nós somos assim
É nóis di novo
Xodó do papai
Quase acabou o ar...
Que cheirinho ruim...
Mãe e filha - cara de uma, fucinho de outra
O que Deus uniu...
Um gordinho, e o outro também.
Corinthianos fiéis
Alô! Jeremias... eu quero vc meu bem.
Nosso bando
Compra-se dente
Kelly e Jéferson
Só zuera
Vai encarar?
A gente até se esforça
Udson e Ismael
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