domingo, 17 de maio de 2009

Eu


Antes de começarmos a palestra de hoje quero fazer uma advertência para os homens. Faça agora, sua mulher se comprometer de que estará aqui no próximo domingo. Porque se ela disser “não sei querido”, sai agora. Caso contrário você vai ficar em desvantagem. Isso porque hoje a palestra vai pegar para o seu lado. E aí não é justo a coisa pegar para o seu lado hoje e no domingo que vem você não poder reagir. Outra coisa fique bem atento, no próximo domingo pouco antes de sair, ela sofrer algumas indisposições, dor de cabeça, telefonemas repentinos, fica esperto. Hoje eu vou falar sobre os homens, domingo que vem sobre as mulheres.

Quero alertar vocês de duas coisas importantes. O primeiro alerta é que os ensinos que vou colocar aqui não são popularmente corretos, mas biblicamente fiel. Não tenho o compromisso aqui de ser politicamente correto, mas de expor a Palavra de Deus com fidelidade, e espero que você me entenda. O segundo alerta: Eu vou dar algumas ilustrações para ajudar no entendimento do ensino bíblico, mas cuidado, não se apegue a eles, esteja atento aos princípios que eles estão tentando esclarecer. Dito isso, deixe-me apresentar para você a visão de Deus para o casamento e depois você decide o que vai fazer.

A Bíblia não fala que o homem em nenhum lugar é superior a mulher. Ambos têm a mesma essência, mas foram criados para exercerem funções diferentes. O movimento feminista dos anos 70 surgiu como uma resposta a opressão masculina, mas partiu para o outro extremo, a mulher tem assumido funções que Deus deu ao homem e pior, homens tornando-se cada vez mais seres efeminados. Não é de se estranhar que hoje já estamos ouvindo notícias como “mulheres preferem homens com traços femininos” (Jornal Hoje). Essa inversão de funções pode ser vista dentro de nossos próprios lares, homens ocupados com afazeres domésticos, usando brincos e roupas coladinhas de cor rosa e trejeitos femininos, enquanto as mulheres saem de casa com a responsabilidade de sustentar a família.

Conta-se de que num congresso cristão o dirigente usando o texto da ressurreição da filha de Jairo fez o seguinte comentário: “Irmãos, assim como Jesus ressuscitou a filha de Jairo dizendo ‘Talita cume, levanta e anda’, nós também precisamos ressuscitar o nosso lado feminino. Por muitos anos nós o reprimimos e isso tem de acabar. Por isso, peço que escrevam uma oração pedindo a Deus que ressuscite em você o seu lado feminino.” Um nordestino que estava no congresso, sentindo-se extremamente desconfortável com aquela situação, escreveu: “Talita cume, eu não sei se você existe, mas se existe, tá amarrado”.

Quero apresentar para vocês três desafios que a Bíblia apresenta aos homens. Vejamos.



Em Efésios 5:23 lemos: “o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja”. Ser o cabeça nada mais é do que assumir a liderança de sua casa. Todavia temos dificuldade com isso porque o modelo de liderança a que fomos educados é o modelo militar. A alguns anos, era comum os homens chegarem em casa, assentar no sofá e gritar com a mulher: “Mulher, o que tem pra comer?”, e em seguida ao filho: “filho, tira o sapato do pai” e encerrar dizendo a filha: “Maria, traz o jornal para o pai”. Todavia, não é esse o modelo de liderança a que o homem deve exercer.

A liderança que o homem deve exercer é a liderança personificada em Jesus. Jesus substituiu o exercício do poder (capacidade de impor sobre os outros a sua vontade) pela autoridade (capacidade de levar as pessoas a segui-lo por causa de seu exemplo e respeito). Segundo Jesus, líder é aquele que serve. O líder tem um compromisso sério em suprir as necessidades de sua família (materiais, físicas, emocionais, espirituais) e não necessariamente as vontades. Cabe ao homem a tarefa de prover todos os recursos para a manutenção de toda a sua família. É do suor do rosto de Adão que deveria sair o sustento para a sua família.



Em Efésios 5:25 encontramos o segundo desafio para o homem: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Mediante nossos problemas na terra, JESUS TOMOU A INICIATIVA de resolver os nossos problemas. Veio ao mundo e morreu por nós. Diante de Deus a responsabilidade dos erros da família é do homem. Quando Adão e Eva pecaram, Deus procurou Adão e não Eva. Disse Deus a Adão: “Onde você está? O que você fez Adão?” Adão respondeu: “Eu? o Senhor tá brincando né? A mulher que Tu me destes, pergunte pra ela.” Mesmo que Adão quisesse se esquivar de sua responsabilidade, diante de Deus ele continuava sendo o responsável pelos seus erros, e também pelos erros de sua família.

Isso não significa que o homem deve camuflar os erros da família, mas sim, deve assumir as responsabilidades no momento de crises no lugar da família. Se seu filho quebra a vidraça do vizinho, além de corrigi-lo, o homem deve pagar o conserto da janela. Se a mulher comprou e não pagou, a responsabilidade também é do marido. Cabe a ele administrar bem a sua casa. Aconteça o que acontecer, a responsabilidade é sempre do homem diante de Deus.

Certa vez meu filho ainda pequeno chegou para mim dizendo: “Pai, posso sair com meus amigos, a mãe disse que por ela tudo bem.” Fiquei chateado e acabei por ter uma conversa muito séria com minha esposa. Apesar de ser da responsabilidade do homem tudo aquilo que acontece com seus filhos, é importante que as mulheres entendam que esse tipo de comportamento acaba por colocar os filhos contra o pai, quando poderia dizer aos seus filhos que após conversar com o marido, a decisão será tomada.


O terceiro e último desafio se encontra em Efésios 5:25, 28, 33. Nesse pequeno texto o verbo que mais se repete é AMAR. 1 x se referindo ao amor de Cristo para com a Igreja; 1 x se refere ao homem amando a si mesmo; 3X se refere ao homem amando a sua mulher. Isso deixa muito claro que mulheres foram feitas para serem amadas. Mulheres merecem, carecem, querem, precisam se sentir amadas. Todavia, não se trata de um amor geral, mas dinâmico, e que precisa ser demonstrado de maneira específica.

No livro “As 5 linguagens do amor” o autor descreve que existem formas de demonstrar amor diferente, de pessoa para pessoa. São elas: 1) Qualidade de tempo – Trata-se de separar tempo para ouvir o ser amado com atenção e sem qualquer interferência; 2) O toque físico – São pessoas que não se contentam em palavras de carinho, precisam ser abraçadas e beijadas; 3) Dar e receber presentes significativos – Para essas pessoas elas ao receberem presentes entendem que são tão amadas que o doador se lembrou delas quando estava distante; 4) Formas de servir – Pessoas que são amadas quando você se dispõe a fazer algo para ajudá-las no seu serviço diário; 5) Elogios sinceros – Pessoas que necessitam de palavras de afirmação e de elogios sinceros para se sentirem amadas.

Diante disso, tudo o que o marido precisa fazer é descobrir o jeito que a esposa se sente amada, e dedicar-se a isso. Observe sua esposa. Se ficar difícil de saber a sua linguagem de amor, pergunte pra ela. Se de repente você descobrir que ela tem duas linguagens, você tem muito trabalho pela frente. Mas se te acontecer que ela tem as cinco, então eu vou orar por você.

CONCLUSÃO

Quero encerrar dado algumas dicas para todos:
Dica para as moças: Não troque a dor da solidão pela dor de estar casada com um marido que não tem compromisso com a visão de Cristo. É melhor sofrer a solidão do que as dores de um mau casamento.

Dica para os rapazes: Decida amar a sua futura esposa, atual namorada, como Cristo amou sua Igreja. Comece hoje tomando uma decisão de ser igual a Cristo para depois procurar uma esposa.

Dica para as mulheres: Pense em maneiras de facilitar o serviço de seu marido. Tornem-se amáveis, dignas do amor do marido (ande arrumadinha, use bons perfumes, use um tom de voz amigável, pegue mais leve, deixe de ser rabugenta e ranzinza)

Dica para os homens: Bem ou mal casados. Pensem em como manter e revitalizar o casamento e a família: 1) Assumam a liderança de sua casa; 2) Assuma as responsabilidades dos erros de sua esposa e filhos; 3) Ame sua esposa e sua família; 4) Eduque sua família nos caminhos do Senhor.

domingo, 10 de maio de 2009

O casamento


Na semana passada introduzimos este tema “Eu, a patroa e as crianças”. Apresentei o mal que o divórcio causa na vida familiar como sendo a principal razão que me levou a abordar tal tema. Apresentei também os meus objetivos com o mesmo.

Hoje falarei sobre o caminho de um homem com uma mulher chamado “casamento”. Por mais difícil que pareça se relacionar com uma pessoa completamente diferente de nós, o certo é que não estamos dispostos a abrir mão deste relacionamento porque não fomos criados para a solidão. Todavia, bem sabemos que duas pessoas vivendo juntas o resto de suas vidas sempre foi difícil demais. A Bíblia nunca disse que seria fácil. Vejamos por exemplo o texto de Provérbios 30: 18 e 19.

O autor de Provérbios diz que não conseguia entender o caminho de um homem com uma mulher. E de fato, isso é muito difícil. Todavia, gostaria de me arriscar e apresentar para nossa meditação três visões acerca do casamento. As duas primeiras são muito usuais em nossos dias. Todavia, somente a última a ser apresentada é capaz de salvar nosso casamento. Vejamos.



Essa visão é grandemente influenciada pelos contos de fada, filmes e novelas com suas carruagens, bailes e castelos. Interessante, não sabemos nada do que aconteceu, por exemplo, com a Branca de neve e o príncipe depois que se casaram. Você não sabe, mas eles quase se divorciaram por causa da influência dos sete anões no relacionamento deles. Você já parou para pensar como foi a vida da cinderela, 30 anos depois, quando já tinha 5 filhos e o corpinho dela já não era mais de princesa e o príncipe por perder o trono tornou-se obeso e deprimido? Isso ninguém conta, pelo contrario, estas histórias sempre quando chegam ao auge da paixão normalmente terminam com a frase “e viveram felizes para sempre”.

Da mesma maneira, não são poucos que entram num casamento pensando apenas que serão felizes para sempre e que nunca terão problemas. Tais pessoas quando casam, normalmente acabam por optando pelo divórcio porque, com pouco tempo de casados, descobrem que o casamento não é só um mar de rosas. Essa visão tem contribuído muito para o aumento de divórcios. A revista Época (jun 2004) diz que o divórcio cresceu 55% na última década. Diz ainda que os casais vivem em média 3 anos e depois se divorciam. Hoje, o terceiro motivo de stress é o divórcio que perde apenas para morte do cônjuge e morte do filho.

Outra característica desta visão é o que a Psicóloga Regina Polit chama de “Geração Imediatista”. Segundo ela, a nossa geração é tendenciosa ao divórcio porque não aprendeu a lidar com suas frustrações e principalmente com seus problemas. Quando enfrentam problemas no casamento abandonam a relação. É uma geração que quer ter a intimidade conjugal, mas com a liberdade de solteiro. Tais pessoas quando casam, menosprezam os sentimentos e a vida do cônjuge e dos filhos, se divorciam afirmando sempre o seguinte: “eu tenho o direito de ser feliz”. Estas pessoas são aquelas que se divertem com a relação sexual, como se estivessem lidando com um brinquedo. E como diz a Bíblia “Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.” Pv 26:18-19.


Pessoas com esta visão afirmam que Adão estava certo quando disse que seu erro foi por causa da “mulher que tu me deste” (Gn 3:12). Devido as dados estatísticos sobre o divórcio, é comum ouvirmos frases como da Socióloga da família Maria Leandro: “O casamento dura enquanto dura o amor sentimental.”; do Filósofo americano Arthur Shopen haoer: “Casar significa duplicar as suas obrigações e reduzir pela metade os seus direitos”; do Dramartugo Irlandês Jorge Bernatchau: “Matrimônio não é loteria, na loteria algumas vezes se ganha” ou ainda de internautas: “Casamento é bom, o problema é que dura”.

Depois de ouvir uma abordagem bíblica sobre o casamento, certa moça enviou um email para o seu pastor dizendo: “As pessoas que estão casadas dizem: Pra que casar? Você não sabe como a sua vida é boa como está? Fique só namorando esse é o melhor da vida. Ainda mais você que é independente, ter um homem que vai querer mandar em você, que vai te privar da sua total liberdade, pode não ser um bom negócio.”

De igual forma, um rapaz também enviou um email dizendo: “Ouço de homens, amigos meus, dizendo: Por que casar? É melhor ficar solteiro! Posso conhecer várias mulheres diferentes, não ter compromisso com ninguém, ficar galinhando. Ela mora na casa dela e eu moro na minha casa. Saímos na semana para namorar, ir a night, fazer amor e saborear as delícias dos prazeres”.

As pessoas que deram tais conselhos com certeza não sabem nada sobre o casamento planejado por Deus. Podemos perceber nestes conselhos uma imaturidade tão presente em nossos dias. Pessoas com idade adulta, mas com comportamento de adolescentes em formação. Estas pessoas ainda não se deram conta de que são adultos e como tais deveriam ser maduros e responsáveis. Todavia tais pessoas preferem se vestir e falar como adolescentes. Enquanto no passado era comum encontrar uma menina calçando o sapato da mãe, hoje acontece o contrário, são os pais se vestindo como os filhos vivendo uma eterna adultecência.

Outra característica desta visão são as uniões informais. Tais pessoas preferem se unir informalmente afirmando que casar no papel dá azar. Quando ouve falar de casamento eles dizem: “Casamento? Tô fora! Eu tenho um amigo que morou junto por dez anos, quando ele se casou, trinta dias depois se divorciou.” Esse é um mito que as pessoas citam para justificar o relacionamento informal. Todavia, por trás deste mito, o que na maioria dos casos constatamos é que existe o medo da responsabilidade de encarar o casamento. Isso certamente não é a vontade de Deus.


Por último, quero apresentar-lhes a visão realista acerca do casamento. Quando Deus criou a mulher e deu ao homem, veja o que disse Adão em Gênesis 2.23: UAU! “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne,” ou seja, os dois eram feitos da mesma essência, todavia com funções diferente e que se completam.

No vs. 24 ainda lemos: “se tornarão uma só carne” (NVI). O nosso problema consiste em que se por um lado nós necessitamos da companhia do outro, por outro lado nós temos grandes dificuldades em desenvolver uma relação saudável e duradoura com o outro. Sozinhos, somos infelizes, mas casados há um caminho difícil a seguir. Por isso, alguns optam por divorciar.

Todavia, temos uma necessidade de uma testemunha ocular, um companheiro(a) nas alegrias, nas tristezas, no prazer e na dor, no sucesso e na derrota. No livro de Walter Trobisch, Amor, um sentimento a ser aprendido, ele conta uma lenda que ilustra bem esse problema. Ele escreve:

Diz a lenda que o Senhor, após criar o homem e não tendo mais nada sólido para construir a mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira. Após uma semana, o homem voltou e disse: Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz. Ela fala sem cessar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro... e assim as minhas horas são desperdiçadas. Ela chora por qualquer motivo. Facilmente fica emburrada e fica às vezes muito tempo ociosa. Vim devolvê-la porque não posso viver com ela.

Depois de uma semana o homem voltou ao Criador e disse: Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta! Eu sempre penso nela: em como ela dançava e cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se achegava a mim. Ela era agradável de se ver e de se acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, devolva-me ela. Está bem, disse o Criador. E a devolveu.

Mas, três dias depois, o homem voltou e disse: Senhor, eu não sei. Eu não consigo explicar, mas depois de toda esta minha experiência com esta criatura, cheguei à conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe, tomá-la de novo! Não consigo viver com ela! E o Criador respondeu: Mas também não pode viver sem ela, não é mesmo? E virou as costas para o homem e continuou o seu trabalho. O homem desesperado disse: Como é que eu vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela. E o Senhor arremata: Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto. Amor é um sentimento a ser aprendido: É tensão e satisfação - É desejo e hostilidade - É alegria e dor - Um não existe sem o outro. A felicidade é apenas uma parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido. O sofrimento também pertence ao amor. Este é o grande mistério do amor. A sua própria beleza e o seu próprio fardo. Em todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria. A pessoa terá sempre que abdicar alguma coisa para possuir ou ganhar uma outra coisa. Terá que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade. É como plantar uma árvore frente a uma janela. Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem. Troca o silêncio pelo sorriso. É preciso considerar tudo isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do amor
.”

Quando você se casa com alguém, você se casa com a pessoa toda. Não dá para escolher apenas as partes que você aprecia. É preciso entender que no casamento haverá momentos difíceis de lidar, mas que comparados com a alegria e o prazer da companhia do outro vale a pena. Na verdade, o sofrimento de fato faz parte do amor. O casamento será muito difícil se você optar pela amargura, mas um caminho prazeroso se você optar pelo amor.


Olhando para Gênesis 2 podemos ver que Deus nos criou para a felicidade. Mas no capítulo 3 Adão e Eva resolvem não levar Deus a sério e tentam levar a relação por conta própria e aí começou o problema. Isso pode ser observado na vida das famílias da Bíblia a partir de Gênesis 4. Ao olhar para as famílias de Adão, Noé, Abraão, Isaque e Jacó você volta para casa animado e olha para seus filhos e diz “eles não são tão maus assim”; olha para sua esposa e diz “querida, muito obrigado, porque você é muito mais honesta do que muitas mulheres bíblicas” e você olha para seu marido e diz “querido, você heim! bem melhor do que Abraão”

Apesar do grande estrago que vemos a partir de Gênesis 4 Deus não abandonou a idéia de fazer-nos feliz em família. Em Cristo, a felicidade pode ser real baseada no amor e não na paixão. O que sustenta uma família, um casamento feliz não é o sentimento de paixão, mas atitudes de amor. Cantares 8:7 diz “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” Que Deus nos abençoe.

O amor é muito mais que um sentimento. É uma decisão de promover (através de atitudes) o bem estar do outro, a felicidade do outro. Se amor fosse só sentimento de estar enamorado, de gostar de alguém, de estar apaixonado, Jesus não teria dito que eu preciso amar o meu inimigo. Amor é atitude, muito mais do que sentimento. E a atitude, chamada amor, é a base para um casamento feliz. Mas, você pode estar se perguntando, mas como posso amar uma pessoa tão diferente de mim? Para isso, preciso que você volte no próximo domingo quando abordaremos este assunto.

domingo, 3 de maio de 2009

Introdução


Hoje estamos iniciando esta série de mensagens “Eu, a patroa e as crianças”. Procuraremos olhar para os conceitos e desafios de nossa cultura que ameaçam nossas famílias de extinção. Nada mais seguro do que voltarmos nossa atenção para Aquele que projetou a relação conjugal e familiar, buscando respostas sobre como ter uma relação conjugal estável e uma família verdadeiramente feliz.

De início leiamos Mateus 19.3-11: “Alguns fariseus chegaram perto dele e, querendo conseguir alguma prova contra ele, perguntaram: Será que pela nossa Lei um homem pode, por qualquer motivo, mandar a sua esposa embora? Jesus respondeu: Por acaso vocês não leram o trecho das Escrituras que diz: “No começo o Criador os fez homem e mulher”? E Deus disse: “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa.” Assim já não são duas pessoas, mas uma só. Portanto, que ninguém separe o que Deus uniu. Os fariseus perguntaram: Nesse caso, por que é que Moisés permitiu ao homem mandar a sua esposa embora se der a ela um documento de divórcio? Jesus respondeu: Moisés deu essa permissão por causa da dureza do coração de vocês; mas no princípio da criação não era assim. Portanto, eu afirmo a vocês o seguinte: o homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, se tornará adúltero se casar com outra mulher. Os discípulos de Jesus disseram: Se é esta a situação entre o homem e a sua esposa, então é melhor não casar. Jesus respondeu: Este ensinamento não é para todos, mas somente para aqueles a quem Deus o tem dado.”

Nesta passagem ao ser questionado sobre o divórcio, Jesus defende que Deus não projetou a separação conjugal. Ele fez o homem e a mulher com um plano de torná-los felizes uma ao lado do outro. Todavia, ao olharmos para nossa cultura, parece-nos que este plano foi perdido a muito tempo, bem como a esperança de encontrá-lo. Na verdade, talvez nem queiramos encontrá-lo. Por isso mesmo, quero apresenta-lhes as razões pelas quais resolvi falar sobre esse tema.


Primeira razão – Crescente aumento no número de divórcios. Segundo pesquisas que realizei na internet, a cada 3 minutos acontece um divórcio e para cada quatro casamentos realizados hoje, acontece um novo divórcio. Se divórcio pudesse ser comparado a uma enfermidade, poderíamos afirmar que a nossa sociedade vive uma verdadeira epidemia. Há alguns anos o divórcio era visto como algo muito prejudicial. Hoje é algo esperado por quem está se casando.

Segunda razão – A drástica mudança de comportamento nas separações. Nos anos oitenta de cada dez pessoas que buscavam ajuda para salvar o casamento, nove eram mulheres. Hoje a situação mudou. De cada dez pessoas que desejam salvar o casamento, nove são homens. Isso pode ter razões sócio-econômicas e ou emocionais. A busca pela independência financeira e sonhos pessoais leva muitas pessoas a abortarem a relação.

Terceira razão – A banalização do divórcio. Divórcio nos anos oitenta era tema que causava terremoto na família e Igreja. Hoje se tornou comum. Segundo a Bíblia o divórcio é permitido mediante a infidelidade conjugal ou quando uma pessoa se converte a Cristo e o seu cônjuge aborta a relação.


1ª vítima: Aquele que é rejeitado. Estes passam anos tentando descobrir onde fracassaram, trazendo sobre si a culpa mesmo quando ela não existe. O risco de suicídio é 290% mais alto entre as pessoas divorciadas do que entre as casadas. Entre as pessoas que sofrem de qualquer tipo de distúrbio psiquiátrico 44% são divorciados e 52% são pessoas não casadas que moram juntas e mantêm uma relação marital.

2ª vítima: Aquele que rejeita – se torna cada vez mais tendencioso a se divorciar outras vezes. Quem passa por um divórcio tem duas vezes mais chances de se divorciar num novo relacionamento. A cada dez casais casados pela segunda vez, quatro se divorciam novamente, e pior, a cada dez casais que se casam pela terceira vez, apenas dois permanecem casados.

3ª vítima: Os filhos – Estes certamente são os que mais sofrem com o divórcio. Criança que vive o divórcio se torna muito propenso a se divorciar quando casarem. Os meninos têm duas vezes mais a possibilidade de acabar na prisão do que os outros meninos, independente da condição sócio econômica. Ainda, a probabilidade de uma filha sofrer abuso sexual de seu padrasto é pelo menos sete vezes maior que as chances de sofrer abuso por parte do pai biológico.


Eu sei que entre nós existem muitos casais que já estão numa segunda ou terceira tentativa. É provável também que existam aqui, aqueles que estão pensando em se divorciarem. Todavia, quero dizer-lhes que o meu objetivo com este tema é:

Primeiro objetivo - Alertar casais sobre o perigo que ronda seus casamentos e desafiá-los a investir intencionalmente na sua relação. Isso porque o divórcio não escolhe idade. Pode você estar casado a uma semana, ou há várias décadas, se não investir intencionalmente no seu casamento, suas possibilidades de passar por um divórcio e destruir sua família são muito grandes.

Segundo objetivo - Apoiar aqueles que foram vítimas do divórcio a reconstruírem suas vidas, libertando-se do passado para viver o plano de Deus. Olhar para o casamento não como um peso, mas como um prazer. Ajudar a entender o que aconteceu e lutar por dias melhores. Todavia, precisarei que você venha nos próximos domingos para que eu possa detalhar melhor sobre esse assunto.

Terceiro objetivo - Encorajar os jovens a um relacionamento saudável e uma visão crítica da cultura nociva de nosso tempo. Casar é muito bom e é algo que deve ser desejado e buscado. Todavia, para que um casamento dê certo, é preciso levar em consideração os princípios seguros da Palavra de Deus.


Por hoje, para encerrar convido você a ler comigo a oração de Paulo que está registrada em Efésios 3.14-21: “Por esse motivo, eu me ajoelho diante do Pai, de quem todas as famílias no céu e na terra recebem o seu verdadeiro nome. E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes. Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza. E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém!”

Pode ser que você já procurou todo tipo de ajuda para salvar o seu casamento e até agora nada resolveu. Talvez não são mais terapias, aconselhamentos, que podem mudar a situação. Vocês certamente precisam da ação de Deus para mudar a situação. Ele sim, como diz o apóstolo Paulo, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos. Que tal voltar nas próximas semanas ara ouvir o que ele tem a dizer a vocês? Que Deus nos abençoe.