Na semana passada introduzimos este tema “Eu, a patroa e as crianças”. Apresentei o mal que o divórcio causa na vida familiar como sendo a principal razão que me levou a abordar tal tema. Apresentei também os meus objetivos com o mesmo.
Hoje falarei sobre o caminho de um homem com uma mulher chamado “casamento”. Por mais difícil que pareça se relacionar com uma pessoa completamente diferente de nós, o certo é que não estamos dispostos a abrir mão deste relacionamento porque não fomos criados para a solidão. Todavia, bem sabemos que duas pessoas vivendo juntas o resto de suas vidas sempre foi difícil demais. A Bíblia nunca disse que seria fácil. Vejamos por exemplo o texto de Provérbios 30: 18 e 19.
O autor de Provérbios diz que não conseguia entender o caminho de um homem com uma mulher. E de fato, isso é muito difícil. Todavia, gostaria de me arriscar e apresentar para nossa meditação três visões acerca do casamento. As duas primeiras são muito usuais em nossos dias. Todavia, somente a última a ser apresentada é capaz de salvar nosso casamento. Vejamos.
Essa visão é grandemente influenciada pelos contos de fada, filmes e novelas com suas carruagens, bailes e castelos. Interessante, não sabemos nada do que aconteceu, por exemplo, com a Branca de neve e o príncipe depois que se casaram. Você não sabe, mas eles quase se divorciaram por causa da influência dos sete anões no relacionamento deles. Você já parou para pensar como foi a vida da cinderela, 30 anos depois, quando já tinha 5 filhos e o corpinho dela já não era mais de princesa e o príncipe por perder o trono tornou-se obeso e deprimido? Isso ninguém conta, pelo contrario, estas histórias sempre quando chegam ao auge da paixão normalmente terminam com a frase “e viveram felizes para sempre”.
Da mesma maneira, não são poucos que entram num casamento pensando apenas que serão felizes para sempre e que nunca terão problemas. Tais pessoas quando casam, normalmente acabam por optando pelo divórcio porque, com pouco tempo de casados, descobrem que o casamento não é só um mar de rosas. Essa visão tem contribuído muito para o aumento de divórcios. A revista Época (jun 2004) diz que o divórcio cresceu 55% na última década. Diz ainda que os casais vivem em média 3 anos e depois se divorciam. Hoje, o terceiro motivo de stress é o divórcio que perde apenas para morte do cônjuge e morte do filho.
Outra característica desta visão é o que a Psicóloga Regina Polit chama de “Geração Imediatista”. Segundo ela, a nossa geração é tendenciosa ao divórcio porque não aprendeu a lidar com suas frustrações e principalmente com seus problemas. Quando enfrentam problemas no casamento abandonam a relação. É uma geração que quer ter a intimidade conjugal, mas com a liberdade de solteiro. Tais pessoas quando casam, menosprezam os sentimentos e a vida do cônjuge e dos filhos, se divorciam afirmando sempre o seguinte: “eu tenho o direito de ser feliz”. Estas pessoas são aquelas que se divertem com a relação sexual, como se estivessem lidando com um brinquedo. E como diz a Bíblia “Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.” Pv 26:18-19.
Pessoas com esta visão afirmam que Adão estava certo quando disse que seu erro foi por causa da “mulher que tu me deste” (Gn 3:12). Devido as dados estatísticos sobre o divórcio, é comum ouvirmos frases como da Socióloga da família Maria Leandro: “O casamento dura enquanto dura o amor sentimental.”; do Filósofo americano Arthur Shopen haoer: “Casar significa duplicar as suas obrigações e reduzir pela metade os seus direitos”; do Dramartugo Irlandês Jorge Bernatchau: “Matrimônio não é loteria, na loteria algumas vezes se ganha” ou ainda de internautas: “Casamento é bom, o problema é que dura”.
Depois de ouvir uma abordagem bíblica sobre o casamento, certa moça enviou um email para o seu pastor dizendo: “As pessoas que estão casadas dizem: Pra que casar? Você não sabe como a sua vida é boa como está? Fique só namorando esse é o melhor da vida. Ainda mais você que é independente, ter um homem que vai querer mandar em você, que vai te privar da sua total liberdade, pode não ser um bom negócio.”
De igual forma, um rapaz também enviou um email dizendo: “Ouço de homens, amigos meus, dizendo: Por que casar? É melhor ficar solteiro! Posso conhecer várias mulheres diferentes, não ter compromisso com ninguém, ficar galinhando. Ela mora na casa dela e eu moro na minha casa. Saímos na semana para namorar, ir a night, fazer amor e saborear as delícias dos prazeres”.
As pessoas que deram tais conselhos com certeza não sabem nada sobre o casamento planejado por Deus. Podemos perceber nestes conselhos uma imaturidade tão presente em nossos dias. Pessoas com idade adulta, mas com comportamento de adolescentes em formação. Estas pessoas ainda não se deram conta de que são adultos e como tais deveriam ser maduros e responsáveis. Todavia tais pessoas preferem se vestir e falar como adolescentes. Enquanto no passado era comum encontrar uma menina calçando o sapato da mãe, hoje acontece o contrário, são os pais se vestindo como os filhos vivendo uma eterna adultecência.
Outra característica desta visão são as uniões informais. Tais pessoas preferem se unir informalmente afirmando que casar no papel dá azar. Quando ouve falar de casamento eles dizem: “Casamento? Tô fora! Eu tenho um amigo que morou junto por dez anos, quando ele se casou, trinta dias depois se divorciou.” Esse é um mito que as pessoas citam para justificar o relacionamento informal. Todavia, por trás deste mito, o que na maioria dos casos constatamos é que existe o medo da responsabilidade de encarar o casamento. Isso certamente não é a vontade de Deus.
Por último, quero apresentar-lhes a visão realista acerca do casamento. Quando Deus criou a mulher e deu ao homem, veja o que disse Adão em Gênesis 2.23: UAU! “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne,” ou seja, os dois eram feitos da mesma essência, todavia com funções diferente e que se completam.
No vs. 24 ainda lemos: “se tornarão uma só carne” (NVI). O nosso problema consiste em que se por um lado nós necessitamos da companhia do outro, por outro lado nós temos grandes dificuldades em desenvolver uma relação saudável e duradoura com o outro. Sozinhos, somos infelizes, mas casados há um caminho difícil a seguir. Por isso, alguns optam por divorciar.
Todavia, temos uma necessidade de uma testemunha ocular, um companheiro(a) nas alegrias, nas tristezas, no prazer e na dor, no sucesso e na derrota. No livro de Walter Trobisch, Amor, um sentimento a ser aprendido, ele conta uma lenda que ilustra bem esse problema. Ele escreve:
“Diz a lenda que o Senhor, após criar o homem e não tendo mais nada sólido para construir a mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira. Após uma semana, o homem voltou e disse: Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz. Ela fala sem cessar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro... e assim as minhas horas são desperdiçadas. Ela chora por qualquer motivo. Facilmente fica emburrada e fica às vezes muito tempo ociosa. Vim devolvê-la porque não posso viver com ela.
Depois de uma semana o homem voltou ao Criador e disse: Senhor, minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta! Eu sempre penso nela: em como ela dançava e cantava, como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se achegava a mim. Ela era agradável de se ver e de se acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, devolva-me ela. Está bem, disse o Criador. E a devolveu.
Mas, três dias depois, o homem voltou e disse: Senhor, eu não sei. Eu não consigo explicar, mas depois de toda esta minha experiência com esta criatura, cheguei à conclusão que ela me causa mais problemas do que prazer. Peço-lhe, tomá-la de novo! Não consigo viver com ela! E o Criador respondeu: Mas também não pode viver sem ela, não é mesmo? E virou as costas para o homem e continuou o seu trabalho. O homem desesperado disse: Como é que eu vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela. E o Senhor arremata: Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto. Amor é um sentimento a ser aprendido: É tensão e satisfação - É desejo e hostilidade - É alegria e dor - Um não existe sem o outro. A felicidade é apenas uma parte integrante do amor. Isto é o que deve ser aprendido. O sofrimento também pertence ao amor. Este é o grande mistério do amor. A sua própria beleza e o seu próprio fardo. Em todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria. A pessoa terá sempre que abdicar alguma coisa para possuir ou ganhar uma outra coisa. Terá que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade. É como plantar uma árvore frente a uma janela. Ganha sombra, mas perde uma parte da paisagem. Troca o silêncio pelo sorriso. É preciso considerar tudo isto quando nos dispomos a enfrentar o aprendizado do amor.”
Quando você se casa com alguém, você se casa com a pessoa toda. Não dá para escolher apenas as partes que você aprecia. É preciso entender que no casamento haverá momentos difíceis de lidar, mas que comparados com a alegria e o prazer da companhia do outro vale a pena. Na verdade, o sofrimento de fato faz parte do amor. O casamento será muito difícil se você optar pela amargura, mas um caminho prazeroso se você optar pelo amor.
Olhando para Gênesis 2 podemos ver que Deus nos criou para a felicidade. Mas no capítulo 3 Adão e Eva resolvem não levar Deus a sério e tentam levar a relação por conta própria e aí começou o problema. Isso pode ser observado na vida das famílias da Bíblia a partir de Gênesis 4. Ao olhar para as famílias de Adão, Noé, Abraão, Isaque e Jacó você volta para casa animado e olha para seus filhos e diz “eles não são tão maus assim”; olha para sua esposa e diz “querida, muito obrigado, porque você é muito mais honesta do que muitas mulheres bíblicas” e você olha para seu marido e diz “querido, você heim! bem melhor do que Abraão”
Apesar do grande estrago que vemos a partir de Gênesis 4 Deus não abandonou a idéia de fazer-nos feliz em família. Em Cristo, a felicidade pode ser real baseada no amor e não na paixão. O que sustenta uma família, um casamento feliz não é o sentimento de paixão, mas atitudes de amor. Cantares 8:7 diz “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” Que Deus nos abençoe.
O amor é muito mais que um sentimento. É uma decisão de promover (através de atitudes) o bem estar do outro, a felicidade do outro. Se amor fosse só sentimento de estar enamorado, de gostar de alguém, de estar apaixonado, Jesus não teria dito que eu preciso amar o meu inimigo. Amor é atitude, muito mais do que sentimento. E a atitude, chamada amor, é a base para um casamento feliz. Mas, você pode estar se perguntando, mas como posso amar uma pessoa tão diferente de mim? Para isso, preciso que você volte no próximo domingo quando abordaremos este assunto.
Apesar do grande estrago que vemos a partir de Gênesis 4 Deus não abandonou a idéia de fazer-nos feliz em família. Em Cristo, a felicidade pode ser real baseada no amor e não na paixão. O que sustenta uma família, um casamento feliz não é o sentimento de paixão, mas atitudes de amor. Cantares 8:7 diz “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” Que Deus nos abençoe.
O amor é muito mais que um sentimento. É uma decisão de promover (através de atitudes) o bem estar do outro, a felicidade do outro. Se amor fosse só sentimento de estar enamorado, de gostar de alguém, de estar apaixonado, Jesus não teria dito que eu preciso amar o meu inimigo. Amor é atitude, muito mais do que sentimento. E a atitude, chamada amor, é a base para um casamento feliz. Mas, você pode estar se perguntando, mas como posso amar uma pessoa tão diferente de mim? Para isso, preciso que você volte no próximo domingo quando abordaremos este assunto.
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