quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Presente de Deus


No início de 2009, dedicamos à oração toda a primeira semana do ano. Naquela ocasião pedimos a Deus que nos abençoasse e nos abençoasse muito (a palavra ‘bênção’ pode ser entendida como ´presente’). Chegou o final do ano e é impossível não perceber o quanto ele levou a sério o nosso pedido e nos presenteou em todo o ano de 2009.

Ao olhar para essa experiência sou levado a pensar numa frase ouvida em um determinado filme: “Com grandes privilégios vem maiores responsabilidades”. Estamos muito felizes com o ano que se passou e com grande expectativa do que virá a ser 2010. Todavia, é hora de mudarmos a nossa oração, ou pelo menos, acrescentá-la.

Sugiro que nesse “momento de virada” possamos continuar contando com as inúmeras bênçãos (presentes) de Deus, mas que possamos SER o presente de Deus na vida das pessoas que ele trouxer para conviver conosco seja na fila do banco, no ponto de ônibus, na escola, no trabalho, na vizinhança, em casa, ou qualquer outro lugar em que ele nos permitir estar em 2010.

Desta forma, que a nossa vida possa de fato contribuir para uma grande virada na vida de alguém em 2010. Um grande desafio! Mas, como podemos SER O PRESENTE DE DEUS em 2010 na vida de alguém? Esse é o propósito desta série.

CONFIRA AQUI AS MENSAGENS:

O grande desafio (31/12/2009)
Um presente, presente. (03/01/2010)
Presente restaurador (24/01/2010)
• Presenteando um inimigo (31/01/2010)

domingo, 27 de dezembro de 2009

Amarelo - E o seu presente?


Passávamos por um ano difícil quando recebi o meu melhor presente de aniversário de que tenho lembrança. Éramos quatro filhos adolescentes, minha avó morava conosco e padecia de câncer. Seu tratamento era responsável pela maior parte do salário mínimo que minha mãe recebia. Sem considerar o aluguel, por muitas vezes ela não comia para que pudéssemos nos alimentar.

Naquele 19 de janeiro de 1980 a mesa estava servida com uma panela de arroz e uma lata com sete salsichas pequenas. Ao distribuí-las entre todos, uma sobrara. Estávamos todos esperando que, como de costume, minha mãe a cortasse em 6 pedaços iguais, quando fomos surpreendidos com a sua decisão. “Hoje” disse ela, “essa salsicha será do Ronaldo, pois é o seu aniversário”. Eu não podia acreditar. Aquele almoço se tornara inesquecível e o presente inesperado foi degustado vagarosamente e com imenso prazer.

Mas, nem sempre é fácil dar um presente para alguém. Principalmente quando a pessoa a quem pretendemos presentear tem tudo. Nesses casos tenho aprendido que presentes simples são os mais recomendados. Quando nasce uma criança temos o hábito de levar um ‘presentinho’ na primeira visita, o que não é tão difícil assim. Mas imagine levar um presente para um recém-nascido, filho de um rei. Essa com certeza não é tarefa das mais fáceis, mas em algum momento foi a preocupação de alguns homens quando visitaram o menino Jesus.


A Bíblia fala sobre esses visitantes misteriosos em Mateus 2.1-12. Um leitor mais atencioso perceberá que alguns fatos contradizem a nossa cultura em relação aos magos. Primeiramente a Bíblia não diz que estes homens eram reis. Fala-nos apenas que eram magos, homens que estudavam os astros. Outro detalhe, não diz em nenhum lugar que eles eram em número de três. Fala que eles levaram três tipos de presentes, mas essa informação não é suficiente para afirmarmos que eles eram três homens. Por último, quando visitaram a Jesus, o menino já estava com quase dois anos de idade e ele já estava morando em uma casa na cidade de Belém, tal visita não se deu no dia do nascimento e muito menos no estábulo onde Jesus nascera. (cf Mt 2.11 e 16)

Ao darem conta do nascimento de um rei, os magos se preparam para ir visitá-lo e considerando a distância a ser percorrida e o meio de transporte disponível, eles levaram no mínimo seis meses de viagem, isso sem considerar o período de pesquisa desde que viram a estrela no dia do nascimento de Jesus. Quando chegam em Israel buscam o menino em Jerusalém, onde residia o rei Herodes. Surpreso com a visita, Herodes arma um plano diabólico para encontrar e matar o menino Jesus e assim garantir a estabilidade no trono. E desta forma, os magos são orientados a ir até Belém, porque segundo as profecias, o menino deveria ser encontrado ali, e depois de o adorarem e oferecerem seus tesouros, voltassem e comunicasse a Herodes para que ele também pudesse ir “adorá-lo”.

Mas, hoje, visto que a cor que estamos abordando é o amarelo, que nos faz lembrar o ouro, quero chamar sua atenção para os ricos presentes oferecidos por estes magos ao menino Jesus. Vejamos.


A Bíblia não diz a quantidade dos presentes, mas não esconde a variedade dos mesmos. Diz-nos o texto: “Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: OURO, INCENSO e MIRRA” (Mt 2.11). Mas por que escolheram estes presentes? Tinham eles um significado especial? Não sabemos. Todavia, tais presentes nos revelam algumas semelhanças com Jesus.

OURO – Metal precioso e brilhante, era e é um presente muito adequado para presentear um rei. Uma rápida olhada em toda a Bíblia você poderá perceber o quanto essa prática era comum nos palácios de Israel e nações vizinhas. Tal presente nos leva a reconhecer Jesus como o Rei dos reis, como de fato ele o é. Com isso, nossa relação com ele é de Senhor e súditos que tem como principal característica a obediência sem nenhuma restrição. Afinal de contas, palavra de rei não volta atrás.

INCENSO – Pó aromático que ao ser queimado perfuma o ambiente. O incenso era muito usado em rituais sagrados. Você o encontra desde o Êxodo, no Tabernáculo construído no deserto no tempo de Moisés, até o Apocalipse na visão de João do Trono de Deus. Em ambos os casos representando as orações dos justos como sendo “cheiro agradável diante de Deus”. Olhando para Jesus não é um absurdo afirmar que ele, assim como o incenso, perfuma qualquer ambiente.

MIRRA – Óleo usado para a purificação da pele. Era usado apenas pelos ricos visto que era de valor muito elevado. Temos informações de que as princesas e rainhas usavam para deixarem sempre a pele limpa, aveludada e macia. Tal óleo retira da pele as impurezas que não podem ser removidas com água e sabão. Olhando para Jesus, isso também é magnífico. Ele, assim como esse óleo, é capaz de remover através de seu sacrifício na cruz, toda e qualquer mancha de pecado em nossas vidas, o que não pode ser feito de nenhuma outra maneira.


Os presentes oferecidos a Jesus certamente foram bem escolhidos e de rico significado. Através dos anos a data de 25 de dezembro foi reservada para nos fazer lembrar daquele dia em que Deus se fez homem, o que não significa que tenha sido realmente nesse dia. Mas isso é o que menos importa para nós. O que vale mesmo é lembrar que ele nasceu, viveu entre nós para nos deixar exemplo de como se vive um filho de Deus, morreu como pagamento de nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para nos garantir o seu perdão. Mas, assim como aqueles magos, seria possível presenteá-lo ainda hoje? Creio que sim. Quero sugerir três opções de presentes para Jesus nos dias de hoje.

Primeiro – Dê-lhe o seu coração. O natal virou um evento, um feriado, onde nos ocupamos em comer bem, dar e receber presentes. O comércio agradece. Todavia, na maioria dos casos, Jesus não é sequer lembrado, ou quando muito, reservam apenas esse dia para falar de seu nascimento. Todavia é preciso entender que o natal acontece todo dia. Quando alguém resolve abandonar sua vida de pecado e comprometer-se com Jesus, é natal para aquela pessoa. Na verdade, poucas são as vezes em que Deus nos pede algo para si mesmo, e destas poucas, uma delas é: “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos agradem dos meus caminhos” (Pv 23.26).

Segundo – Ame sua família. Aproveitando que nesse período do ano as pessoas estão mais abertas aos relacionamentos, perdoe pessoas que te feriram, abrace seus inimigos, seja cordial com eles. Olhe ao seu redor, você sente falta de alguém que um dia esteve assentado aí? Que tal ir ao encontro dele, falar o quanto ele é importante em nossa família? Olhe de novo ao seu redor. Tem gente nova do seu lado? Já pensou em ser o braço amigo para que ele possa se interagir com os demais membros da nossa família? Por que não? Demonstrar o amor de Deus também é uma forma de presenteá-lo. 1 João 3.16 nos diz: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.

Terceiro – Sirva ao necessitado. Em se tratando de dar e receber presentes, infelizmente chegamos a um ponto onde já escolhemos o que queremos ganhar. E não são poucos aqueles que, dependendo do que ganham, ficam chateados. Isso vai na contra mão do ensino de Jesus. Ele nos ensinou a quando resolvermos dar uma festa, que deveríamos convidar pessoas que não tivesse como nos retribuir. Jesus deixou bem claro que uma das maneiras de presenteá-lo é servir uma pessoa necessitada. Um copo de água fria servido a um sedento não será esquecido, e ele afirma: “Em verdade vos afirmo que, sempre que vocês serviram um dos meus pequeninos, a mim o fizeste” (cf Mateus 25.31-46)

CONCLUSÃO

Então, é natal. E daí? Que presente daremos a Jesus? De todos os presentes, o principal é o nosso próprio coração. Nenhum outro presente fará sentido se este não lhe for dado. Mas, se você, assim como eu, já entregou o seu coração, então você pode oferecer o seu braço amigo a um irmão ou mesmo se apresentar como um voluntário para servir alguém necessitado durante todo o ano que se iniciará daqui a poucos dias. A decisão é sua, mas a minha oração é que você de fato não apenas deseje dar ao Senhor um presente, mas que de fato e de verdade o dê.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Branco - Paz na terra


Após receber Maria como sua esposa, José vai para Belém por causa de um recenseamento determinado por César Augusto. Por causa deste recenseamento, todo homem judeu tinha que ir para a sua terra natal. José era de Belém e lá foram eles. No entanto, isso aconteceu se cumprindo a profecia de Miquéias que dizia: “E tu Belém da Judéia, não é de modo algum a menor entre as principais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.” (Mateus 2.6). Como podemos ver, Deus cumpre todas as suas promessas nos mínimos detalhes.

Ao chegar em Belém, a cidade estava tão cheia que não houve nenhuma pousada onde pudessem ficar. Sendo José, natural de Belém, será que não tinha parentes lá? E se tivesse, por que não foram recebidos por eles? Será que o fato de ter assumido um casamento com uma mulher grávida de outro teria tornado indigno de entrar em suas casas? Não sabemos. O que sabemos é que o único lugar onde conseguiram para passar à noite foi numa estrebaria, lugar onde animais pastam.

Ali, naquela noite, Maria entrou em trabalho de parto e deu à luz a Jesus sem nenhum médico ou parteira por perto. Ninguém para ajudar o casal inexperiente. Mas também não seria necessário visto que o Deus do impossível estava em companhia deles. O nascimento de Jesus, ao que nos parece, correu sem nenhuma complicação. Os cuidados foram tomados e apesar de estarem num estábulo, puderam descansar.

O nascimento de uma criança é sempre uma boa notícia. Mas no caso de uma criança super especial, como Jesus, quem deveria ser os primeiros a ouvir a boa notícia? E quem a daria? Quais seriam os critérios usados na escolha das pessoas sobre o nascimento do menino Deus? José poderia pensar em comunicar aos seus parentes e amigos conhecidos da cidade de Belém, mas não foi assim.


Os primeiros escolhidos por Deus para ouvirem sobre o nascimento de Jesus foram pastores de ovelhas (Lucas 2.8-20). Mas por que eles? Pastores não gozavam de boa reputação em Israel e eram vistos como pessoas desonestas e pouco confiáveis. No entanto, foi a eles quem Deus escolheu para anunciar a boa nova extraordinária que o mundo ouviria por todas as gerações, a saber, que o Messias há muito esperado havia nascido. Mas como isso aconteceu?

Era tarde da noite, os pastores vigiavam seus rebanhos para que nenhum animal selvagem os atacasse ou mesmo fossem lesados por ladrões, quando uma luz forte brilhou no céu e um anjo apareceu dizendo: “Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura”.

Diante de tal aparição e mensagem, os pastores estavam assustados e temerosos. E agora? Estavam diante da maior e melhor notícia do mundo e foram convidados e ver com os próprios olhos e participar deste momento único. Mas quem cuidaria das ovelhas? Como encontrariam a referida manjedoura? Como eles reagiram a esta notícia?

Primeiro, foram até Belém conferir pessoalmente. Sua reação não foi de incredulidade. Eles foram certos de que veria o Salvador, o Cristo, o Senhor. Assim, eles correram para lá e procuraram até que encontraram a criança sobre a qual o anjo havia referido. Verdadeiramente, quem busca encontra (Mt 7:8). Depois de terem visto Jesus, eles voltaram e contaram a todos o que tinham visto e ouvido. Não puderam guardar as boas novas para si. Eles queriam que todos soubessem. O texto diz que eles voltaram. Não passaram o resto de suas vidas no estábulo. Ao contrário, eles retornaram ao campo e para as suas ovelhas, voltaram para suas casas, para as suas esposas e filhos. Suas vidas continuavam as mesmas. Eles agora eram novas pessoas, embora a situação fosse a mesma. Eles mudaram porque viram a Jesus. Em seus corações havia agora um espírito de admiração e de adoração.

O encontro com Jesus Cristo é sempre uma experiência transformadora, pois muda o nosso estilo de vida. Esse encontro ilumina os nossos olhos e revigora os nossos passos.


Voltemos ao momento em que os pastores receberam a visita do anjo anunciando o nascimento de Jesus. Segundo a Bíblia, após o anúncio, apareceu no céu um coral de anjos que cantavam: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Que doce melodia devia ter aquela música. Eles tiveram o privilégio de ouvir uma pequena amostra do louvor que é dado diante de Deus continuamente.

A mensagem daquela música deve nos motivar a falar da verdadeira mensagem do natal, não apenas em um feriado no ano, mas em todos os dias de nossas vidas. O nascimento de Jesus é resultado do fato de que Deus quer o bem dos seres humanos e deseja que vivamos em paz.

O próprio Jesus quando de sua despedida disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. A paz que ele oferece excede a dor, a decepção e a própria morte. Quando morria por mim e por você naquela cruz, ele foi afrontado e espancado sem dó e piedade. Com o seu poder poderia ter dado um fim em tudo aquilo com apenas um piscar de olhos. Mas o que ele fez? Deu-nos uma amostra da paz que ele oferecera. Mediante a muita dor e afronta impiedosa ele clama: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Ainda quando prometeu deixar sua paz, foi enfático ao dizer: “Não vos dou como a dá o mundo”. Isso nos leva a pensar nos breves momentos de alegria e prazer que a vida oferece. Isso me faz relembrar o ano de 1986 quando morava na cidade de Charqueadas/RS. Num programa de rádio um médico contava como ele decidiu-se por seguir a Jesus. Um rapaz entrou em seu consultório e disse: ‘Doutor, minha vida é uma miséria. Não tenho problemas com minha saúde física, não sou usuário de drogas, tenho uma família normal, mas não consigo me livrar de uma tristeza monstruosa que me tortura diariamente. Por favor, me ajude’. O médico, olhou por cima dos óculos e disse: ‘ Você é muito jovem. Precisa se divertir um pouco. Existe um palhaço no centro da cidade e ele é demais. Nunca vi uma única pessoa sair de lá sem dar umas boas risadas. Vá lá e se divirta’. Cabisbaixo o rapaz lhe respondeu: ‘Doutor, eu sou aquele palhaço’. Sabe meu amigo, essa é paz que o mundo oferece, e Jesus deixou claro que a paz que ele oferece é completamente diferente.

Jesus concluiu sua promessa dizendo “Não perturbe o coração, nem tenha medo, acredite em Deus, acredite em mim, na casa de meu Pai há muitas moradas. Quando eu for, vou preparar-vos um lugar e voltarei e levarei vocês para junto de mim”. Aleluia! Enquanto estivermos vivendo neste mundo teremos a paz de Jesus durante as diversas situações de dor e sofrimento que viermos a passar. Mas, isso não será para sempre assim. Um dia ele voltará, a dor, o sofrimento, a própria morte deixará de existir e a nossa paz será completa. Você já se comprometeu com Jesus? Ainda não? Então o que está esperando. Permita que ele entre em sua vida e faça de seu natal um verdadeiro natal muito mais colorido. Que Deus nos abençoe.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vermelho - Nascido para morrer


Após aceitar se engravidar do Espírito Santo, Maria agora passa por situações difíceis de resolver. Todavia, ela confia que Deus tomará as devidas providências para que tudo se resolva da melhor maneira possível.

Uma destas situações contrárias, é justamente o noivado com José. Certamente ele não aceitaria se casar com uma moça grávida de outro, e para piorar, ele poderia até denunciá-la diante das autoridades o que a levaria ao julgamento e por conseqüência seria apedrejada.

A Bíblia não relata nada sobre o encontro que Maria tivera com José depois da conversa que ela tivera com o anjo Gabriel. Talvez ela não teve coragem de contá-lo de imediato, não sabemos. O certo é que de alguma forma ele fica sabendo da gravidez indesejada. A notícia causa-lhe sérios problemas.

José amava muito a Maria. Como ela, ele também tinha planos e sonhos a se realizar ao lado de sua noiva. Como carpinteiro é provável que ele mesmo estava fazendo pessoalmente todos os móveis de sua futura casa. Desde a escolha da madeira ao acabamento, sua cabeça não pensava em outra coisa – casar-se com Maria, ter filhos e ser muito feliz. Mas agora, com aquela notícia tudo estava acabado. Quase todos os móveis já estavam prontos, mas agora, tudo parecia perdido.

Ao ouvir a má notícia, José dá a maior demonstração de amor para com a sua noiva. A Bíblia diz que ele sendo justo e não querendo a expor precipitadamente, resolve deixá-la secretamente. Volta para casa, entra em seu quarto e com o coração acelerado não consegue dormir. Tarde da noite, lá está ele, virando pela centésima vez na cama sem conseguir pregar os olhos. Chora muito tentando entender o porquê Maria o traiu. “Ela dissera que sua gravidez era obra do Espírito Santo”, sussurra ele, “me poupe vá”, conclui. Sem entender nada, entre soluços e dúvidas, é vencido pelo sono, afinal de contas estava exausto depois de um dia de muito trabalho e de problemas ainda maiores.


Ao dormir, José tem um sonho. Um anjo lhe aparece com uma mensagem um tanto quanto perturbadora. Disse o anjo do Senhor: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: ‘Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).

Para entendermos melhor a razão do nascimento de Jesus precisaremos voltar nossos olhos para o antigo testamento. Ali encontramos nossos primeiros pais recém saídos das mãos do Criador. Eles receberam uma palavra de advertência: “O dia em que pecarem, certamente morrereis.” Bem sabemos o que aconteceu. Eles pecaram e desde então a morte tornou-se uma realidade na experiência humana. O pior do pecado é que ele cortou todo o nosso relacionamento com o Criador, causando muitos problemas e infelicidade.

De lá para cá, toda vez que alguém cometia um pecado, era necessário oferecer um sacrifício de sangue inocente como pagamento pelo pecado. Todavia, o sacrifício de animais servia apenas para fazer lembrar que um dia, Deus enviaria seu Filho para morrer, derramando seu sangue inocente em sacrifício pelos pecados de toda a humanidade. Agora, o referido Filho de Deus, estava sendo gerado em Maria! Aquele menino nasceria com uma missão estranha, mas divina: Morrer no lugar dos pecadores. Essa será a única chance de reconciliação da humanidade com Deus. Criar aquele menino, sem sombras de dúvidas, seria um grande privilégio que ele não deixaria passar.

Você já parou para pensar no propósito de vida de Jesus? Pode soar estranho, mas ele de fato nasceu para morrer. Não haveria nenhuma chance para cada um de nós, se ele não oferecesse seu sangue como pagamento pelos nossos pecados. Para entender um pouco melhor isso, me permita uma ilustração: Imagine que este livro em minhas mãos contenha o registro de todos os pecados de sua vida. Permita-me que minha mão esquerda represente você. E tudo isso está sobre você. Imagine que a mão direita represente Jesus. Veja, o que é que separa você de poder entrar num relacionamento com Deus.

Isso mesmo. A Bíblia diz que “os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus”. Foi para resolver este problema que O Senhor Deus fez cair sobre Jesus todos os nossos pecados (neste ponto transfira o livro de uma mão para outra). Na cruz Jesus suportou o peso de nossos pecados. Os homens o maltrataram, cuspiram nEle, colocaram uma coroa de espinhos sobre Sua cabeça e açoitaram-no. Finalmente, quando o último pecado foi pago, Jesus disse: "está pago". Com o Seu sofrimento e morte Jesus pagou o preço do nosso pecado. Eu jamais vou entender o porque Ele me amou tanto. Três dias depois Ele ressuscitou como diz o texto que segue. Joana, você pode ler para mim?

Ele ressuscitou dentre os mortos. ...Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos...” (1 Coríntios 15:3-6).


O dia desponta no horizonte e os primeiros raios de sol já podem ser vistos na pequena cidade de Nazaré, quando José abre os olhos e se dá conta do sonho que tivera. Levanta rapidamente, lava o rosto para ter certeza de que está acordado. Se lembra do sonho com detalhes e fica perplexo com a boa notícia. Agora compreende que tudo quanto lhe falara Maria era verdade. Estava então diante de uma decisão muito importante, mas bem difícil. Aceitar Maria grávida de outro traria para si uma desonra muito maior do que de denunciá-la. Talvez sequer tivesse a aprovação de sua própria família e amigos. Não sabia ao certo se a notícia da gravidez de Maria havia se espalhado na cidade ou não. E agora, o que fazer? Aceitar Maria como sendo sua esposa, aceitar criar um filho que não era seu, ou denunciá-la?

Ele puxa o banquinho, se debruça sobre a mesa e começa a pensar nas palavras do anjo. “Ele dissera que este menino é filho do Espírito Santo! Meu Deus! Disse ainda que ele salvará o nosso povo dos pecados deles!”. Ao pensar nisso talvez José desse um pulo e dissesse: “É isso! Esse menino é o Filho de Deus prometido desde os tempos de Abraão, ele irá nascer tendo como propósito de vida morrer pelos nossos pecados” Diante disso, José não tem mais dúvidas, era um privilégio poder receber aquela criança e criá-lo como seu filho adotivo. Se levanta, vai até a casa de Maria e a recebe como sua esposa.

Ao olharmos para a experiência de José somos desafiados a imitá-lo em sua obediência a uma ordem desafiadora. José abre mão de sua própria “honra” e aceita correr os “riscos” de se obedecer a Deus. Desta forma, ele só tinha uma certeza, ao obedecer a Deus, ele estaria cooperando com a missão de Jesus em salvar homens e mulheres. Aprendemos que nossa vida deve buscar cooperar para que Deus se torne conhecido de todos os nossos amigos, vizinhos e família. Que possamos de fato ser ousados na obediência e no envolvimento missionário como foi José.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Verde - O preço da esperança


Quando olhamos para a história do primeiro natal, de maneira mais específica para Maria, temos a tendência de não perceber as dificuldades que ela certamente enfrentou ao ser escolhida como aquela que daria à luz ao salvador do mundo.

Muitos cristãos defendem que ela aceitou facilmente a gravidez porque de certa forma já esperava por isso. Sendo assim, quando o anjo Gabriel lhe traz a notícia de sua gravidez, na cabeça destes cristãos, Maria certamente age com alegria e obediência absoluta.

Já outros cristãos, atribuem a Maria um demérito conflitante. Por perceberem que alguns adotaram Maria como uma deusa, mais especificamente a partir do concílio de Éfeso que tornou Maria um objeto de adoração, acabam por desprezar a importância de Maria nos planos de Deus, bem como o seu exemplo de vida digno de ser imitado.

Sendo assim, convido você a olhar novamente para Lucas 1.26-38, e juntamente comigo calçar as sandálias de um morador Galileu, andar pelas estradas empoeiradas de Nazaré, sentir a esperança roubada de toda uma nação, o coração palpitando de uma jovem noiva diante da visita de um anjo com uma proposta estranha, para de maneira simples, sem um pré-julgamento, sem atribuir-lhe característica divina e também sem desmerecê-la como uma grande serva do Senhor, aprender com essa jovem que tem muito a nos ensinar.


O texto dá início dizendo que o anúncio do anjo Gabriel se deu nos dias de Herodes, rei da Judéia. Nesse tempo o povo de Israel era dominado pelo Império Romano, que estabelecia o governo de Israel sem interferir na vida religiosa. Todavia, cobravam altos impostos e roubavam o direito de sonhar com o progresso e de uma vida melhor de toda a nação.

Ao olhar para as instruções divinas dadas ao povo através de Moisés, o povo sabia que o domínio romano se devia ao fato de terem abandonado o seu Deus. Todavia, aguardavam com grande expectativa a vinda do prometido Messias para libertá-los e assim cumprir as profecias de que ele estabeleceria um reino de paz e sem fim. Mais do que ter a necessidade de um salvador de seus pecados, Israel precisava e esperava o surgimento de um salvador que os livrasse com mão poderosa do império romano.

As profecias davam conta de que o Messias (enviado de Deus), o Salvador, o Rei dos reis, seria descendente de Davi, o maior rei que Israel conhecera. Talvez por isso, todos esperavam que ele nascesse como filho de um rei cercado de todo o cuidado de um nobre. Jamais imaginaram que ele nasceria em meio à ralé, numa estrebaria, sem os holofotes da corte real. Desta forma, as moças sabiam que àquela que tivesse a honra de dar à luz ao Messias, além da honra de ser a mãe dele, receberia também toda a honra, reconhecimento e conforto que um palácio pode oferecer.

Naquele tempo, morava em Nazaré uma família, que tinha uma filha recém saída da adolescência e que se chamava Maria. Tinha ela um noivo que muito a amava e a respeitava. Eles se preparavam com alegria para o casamento. Maria, como qualquer jovem de sua época contava nos dedos os dias e horas para a cerimônia. Tinha muitos sonhos e casar com José era um deles. Todavia, entre enxovais e receitas para a festa ela recebe a visita inesperada do anjo Gabriel que coloca em risco tudo o que estava planejando.

Diz-nos o texto que Gabriel aparece de repente com uma saudação que deixou Maria conturbada. “Alegra-te muito favorecida, o Senhor é contigo” disse o anjo. Assustada, com medo e ao mesmo tempo sem entender o que estava acontecendo, ouviu do mensageiro: “Maria, não tenha medo; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.

Se Maria já estava perturbada com aquela saudação, imagine agora com a notícia bombástica de ficar grávida fora do contexto do casamento? Era bem sabido que nestes casos, a grávida era apedrejada em público sem dó e nem piedade. Aceitar aquela proposta representava não somente o fim de um sonho, mas também a perda do noivo, a desonra da família e a própria morte. O preço de ser a resposta para a esperança de Israel era muito alto. E agora?

Diante de uma decisão tão importante, precisaria de mais tempo. Mas o anjo tinha pressa. Ela então sufoca o seu medo e perplexidade e pergunta: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” Ao que o anjo respondeu: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”.

Diante de tal informação, Maria agora sabe que ela foi a escolhida para gerar o Messias em seu ventre. A esperança de todo o seu povo, de ter um salvador, um rei justo, repousava sobre ela. A notícia de fato era muito boa, mas certamente traria muitos problemas, o preço a pagar por tamanho privilégio era por demais alto. Perder o grande amor de sua vida, ser a causa de tanto desconforto para sua família, ser chamada de mulher da vida e pior, iria a julgamento e correria o risco de ser condenada a morte por apedrejamento. Pareciam problemas impossíveis de serem resolvidos. Como falar com José, a família e amigos que estava grávida? Do Espírito Santo? E que seu filho era o Messias? Tudo isso pesava contra.


Em meio a tantas dúvidas, o anjo diz algo que tranqüiliza o seu coração: “para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. Ao ouvir tais palavras, Maria é convencida de que sendo a vontade de Deus, ele cuidaria de tudo para que o seu Filho fosse gerado em paz, afinal de contas essa era a vontade de Deus. Então sem hesitar ela diz algo que me espanta. Ela diz: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.

Maria abre mão de seus sonhos e aceita correr o risco de perder seu noivo, sua família, sua dignidade e sua própria vida, para poder fazer a vontade de Deus e dar à luz ao Messias, tão esperado pelo seu povo. Ela não pensa em si, ela não coloca condições, ela não exige provas de ser aquela notícia uma mensagem realmente vinda dos céus. Ela simplesmente se submete a vontade de Deus na certeza de que ele cuidará dela e de seu filho, e isso lhe bastava. Magnífico! Tremendo! Maravilhoso! Como não admirar uma atitude como essa?

Ao olhar para tudo isso, somos desafiados a repensar nossa própria história e perceber o agir de Deus. Não estamos aqui simplesmente para correr atrás de nossos sonhos e projetos. Como Maria também temos um salvador para apresentá-lo às pessoas que nos cercam. Existe uma mensagem de esperança que precisa alcançar corações desiludidos. Mas isso tem um preço a considerar. Só será possível tornar o Salvador conhecido a partir do momento em que nos dispormos como Maria dizendo “Aqui está a(o) serva(o) do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

As cores do natal

O natal é diferente de todos os feriados no ano. Nele as pessoas ficam mais solidárias, a vida em família tem novos sabores, os amigos ficam mais próximos e a música apresenta uma melodia que toca o coração.

Novas cores invadem nossos comércios, casas, ruas e cidades inteiras. É maravilhoso passear nesse período do ano. Mas, o que de fato o verdadeiro natal tem a ver com tudo isso? Diante de tantos enfeites, luzes e cores, podemos de fato conhecer o verdadeiro sentido do natal?

A série “As cores do natal” tem como objetivo resgatar a história do primeiro natal através das cores. Você é o meu convidado especial para vestir os calçados das personagens, andar por suas ruas empoeiradas, sentir na pele suas dificuldades, enfrentar seus medos, abraçar seus desafios e certamente aprender com suas experiências. Há muito a caminhar, você vem comigo?

1ª Mensagem: Verde – O preço da esperança (06/12)
2ª Mensagem: Vermelho – Nascido para morrer (13/12)
3ª Mensagem: Branco – Paz na terra (20/12)
4ª Mensagem: Amarelo – E o seu presente? (27/12)