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domingo, 7 de março de 2010

10 anos em 4 horas (2ª Parte)


Parábola do Semeador

Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar; e grandes multidões se reuniram perto dele, de modo que entrou num barco e se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia:
Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram.
Outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se.
Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.
Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos {para ouvir} , ouça.
Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas? Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido. Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.
Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram. Atendei vós, pois, à parábola do semeador.
A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.
O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.

4 tipos de solo

A parábola do semeador nos ensina algumas verdades sobre o crescimento do Reino de Deus.

Observe que nos quatro tipos de terreno foi aplicada a mesma semente. Isso significa que o sucesso da semeadura não foi que sementes diferentes foram semeadas.

Nem tampouco, o sucesso ou não do empreendimento do semeador não foi porque em alguns não havia o elemento terra, em todos os solos havia terra.


O segredo da boa terra

O segredo do sucesso pode ser atribuído ao preparo do solo e o cuidado com a planta depois que ela brotou. Vejamos:

Preparada - A “boa terra” citada na parábola é descrita como aquela terra que recebeu todo o preparo para receber a semente. Desde o trabalho de um arado até a aplicação de adubo e água, proporcionando assim o nascimento do pequeno broto.

Semeadura - Aqui aprendemos que a Igreja foi feita para crescer, a semente é boa, mas precisamos estar atentos ao preparo do terreno (figura do coração humano nesta parábola) para que ao ser lançado a semente do evangelho o terreno possa produzir.

Cuidado com a muda (broto) - É preciso preparar o solo antes de efetuar a semeadura. A terra precisa ser afofada, retirar as pedras e os espinhos. Já quando ela nasce os cuidados continuam. É preciso continuar retirando tudo que possa prejudicar o seu crescimento. Alimentá-la com adubo e regá-la sempre com água é um trabalho que deverá ser feito com excelência.

Colheita – O texto diz que a semente lançada na boa terra produziu a 30, 60 e 100 por um. É interessante notar duas verdades: 1) Toda semente lançada na boa terra produziu e 2) Não podemos prever a capacidade de produção de cada semente. Por esta razão, o nosso trabalho não deve ser de estabelecer no fator quantidade, mas na qualidade.

O texto diz que toda semente plantada em boa terra produz. Se considerarmos a produção de 2 por 1 (bem abaixo do valor mínimo da parábola que é de 30 por 1), para cada dois anos (o dobro de tempo de uma planta), veja como poderemos crescer:




Todavia, devemos sempre nos lembrar que estamos apenas brincando com os números e que o nosso foco deve ser investir na qualidade do terreno onde pretendemos semear. Como fazer isso? Vamos as idéias sugeridas em nosso último encontro.















Tudo que fazemos como Igreja é para glória de Deus e, por isso, merece o melhor do que somos e do que temos – EXCELÊNCIA.

Como desenvolvemos a excelência?
Simples – Estabelecer e desenvolver alvos qualitativos. Como?



1) LIDERANÇA capacitadora e trabalho em harmonia e cumplicidade.
2) EQUIPES orientadas pelos dons dados por Deus a cada cristão.
3) ESPIRITUALIDADE contagiante que se desenvolve através dos relacionamentos saudáveis.
4) ESTRUTURAS funcionais, estabelecidas e moldadas a partir de ministérios existentes.

5) CULTO inspirador através da adoração informal, inclusiva, com pregação e música com integridade bíblica contextualizada.
6) GRUPOS de comunhão com ensino dinâmico e atual, com espaço para o cuidado mútuo intencional.
7) EVANGELIZAÇÃO criativa orientada para as necessidades dos não cristãos.
8) RELACIONAMENTOS marcados pelo amor fraternal traduzido em atitudes para com os que sofrem, através de orientação cristã, recursos financeiros e humanos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

10 anos em 4 horas (1ª Parte)


Desde o início do ano de 2009 temos sido desafiados a entender o claro chamado de Deus para sermos uma Igreja comprometida com Jesus e com sua missão.

A comissão de “ir” e “fazer discípulos” exige que estejamos andando em direção àqueles que ainda não conhecem o Evangelho.

Por isso, sob a orientação do Espírito Santo, queremos canalizar todos os nossos esforços para comunicar a Palavra de Deus de maneira fiel, de fácil compreensão e acolhida pelos não cristãos.

Para isso, é necessário um REPENSAR das estruturas, com alvos bem definidos e estratégias claras para alcançá-los.

Esse repensar precisa ser elaborado com a participação de todos, através de encontros, oração e sensibilidade à voz do Espírito, tornando-se um plano prático e funcional.

Sendo assim, esta Conferência sobre o futuro não é apenas um CONVITE para desenvolver algumas diretrizes do que será o nosso futuro, mas uma OPORTUNIDADE de participar de um novo processo, que trará grandes bênçãos para nossas vidas.


A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus em missão no mundo. Quando lemos as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos, em Mateus 28:19-20, não resta nenhuma dúvida de que a Igreja surge na história para ser uma comunidade dos discípulos de Cristo, comprometidos com a missão de fazer novos discípulos d’Ele.

Igrejas sob a real influência do Espírito Santo são movidas não ao isolamento, mas ao engajamento no mundo, para cumprir essa missão. Esse processo é caracterizado pelo rompimento de barreiras, a fim de que a mensagem de Jesus seja ouvida, compreendida e acolhida.

A tarefa essencial dos líderes dados por Deus a uma Igreja missionária é “preparar os santos” para o serviço da missão (Efésios 4:11-13). Os membros de nossa Igreja não podem ser os ALVOS do nosso serviço, mas a FONTE. Devemos nos colocar como discípulos de Cristo em missão no mundo.

O sucesso da Igreja é determinado pela maturidade dos seus membros. Na medida em que os cristãos amadurecem, ganham maior consciência de sua vocação e se tornam responsáveis pelo cuidado e desenvolvimento dos mais novos na caminhada da fé.

Por isso, precisamos urgentemente parar para DESENVOLVER UM PLANO DE AÇÃO INTENCIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA NOSSA MISSÃO, onde todas as atividades da Igreja precisam contribuir de maneira intencional para a missão.

A sua participação pode ser pequena, mas fará parte de um todo, que visa tão somente a cumprir a única missão que Cristo deixou à sua Igreja: ir e fazer discípulos – naturalmente.


• GANHAR

Amizade – Ninguém permanecerá em nossa Igreja se não tiver amigos nela. Antes de pensarmos em compartilhar as boas novas do evangelho, é preciso que primeiramente nos tornemos amigos das pessoas. Muito da rejeição e da má disposição de nos ouvir é resolvido através deste passo simples.

Evangelização – Após conquistarmos a amizade sincera das pessoas, ganhamos o direito de falar sobre assuntos pessoais sem parecer intrometidos. Todavia precisamos aprender a maneira certa de falar de Jesus com inteligência, sabedoria e unção.

• CONSOLIDAR

Grupo de apoio – O novo convertido precisará de muito apoio durante sua adaptação ao novo estilo de vida proposto pelo evangelho. Precisará de pessoas que aprofundam a amizade e o cuidado pastoral com ele, bem como o instrua na Palavra de Deus.

Batismo e Pública Profissão de Fé – O novo convertido precisará receber todas as orientações necessárias para tornar-se um membro da Igreja através da pública profissão de fé e do batismo.

• TREINAR

Após estar devidamente integrado à vida da Igreja, o novo convertido precisará ser treinado para servir no Reino de Deus na função para a qual Deus lhe deu os dons necessários.

• ENVIAR

Depois de ter sido treinado, o novo convertido agora é enviado a servir e se multiplicar treinando outros. Deste momento em diante ele deixa de ser o ALVO do nosso serviço e passa a ser a FONTE do mesmo.

CUMPLICIDADE

Para não perdermos de vista o objetivo principal de “ir e fazer discípulos”, nossas estruturas devem ser enxutas. As diversas Equipes devem ter uma atuação conjunta e coordenada, evitando o acúmulo de funções tanto de grupos como de membros.


Formaremos grupos mistos (diácono, músico, professor, intercessor, presbítero, Jovem, facilitador/eventos, etc...) onde procuraremos identificar e estabelecer as atividades e a relação das Equipes na missão da Igreja.

Equipe 1 – Luizinho (Templo)
Equipe 2 – Raoni (Sala Jovens)
Equipe 3 – Adilson (Pátio)
Equipe 4 – Edson (Sala grande)
Equipe 5 – Ulisses (Berçário)
Equipe 6 – Júlio (Escritório Pastoral)

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Propósito: Estabelecer as atividades e a relação das Equipes na missão da Igreja.

Para cada passo designar a(s) Equipe(s) responsável(is) e sugerir pelo menos uma atividade PRÁTICA E FUNCIONAL de como ela(s) poderá(ao) fazer o trabalho.

1º Passo: GANHAR (Aqui o desafio é aproximar as pessoas para um tempo de convívio com a Igreja. Através disso poderemos desenvolver novas amizades tendo como objetivo compartilhar com elas o evangelho de forma coletiva ou individual)

1) Qual ou quais Equipes poderão desenvolver este passo?
2) Dê um exemplo prático e funcional de uma atividade para cada Equipe citada.
3) Com qual ou quais Equipes cada uma das Equipes responsáveis por este passo deverão se relacionar? Dê um exemplo prático e funcional desta relação.

2º Passo: CONSOLIDAR (Os novos convertidos precisarão ser acolhidos por toda a Igreja com bastante amor. Todavia, precisarão de um grupo específico de irmãos que o assista em suas necessidades físicas e espirituais através da comunhão, oração e estudo da Palavra)

1) Qual ou quais Equipes poderão desenvolver este passo?
2) Dê um exemplo prático e funcional de uma atividade para cada Equipe citada.
3) Com qual ou quais Equipes cada uma das Equipes responsáveis por este passo deverão se relacionar? Dê um exemplo prático e funcional desta relação.

3º Passo: TREINAR (Nesse passo, o novo convertido deverá receber todo o apoio para descobrir seus dons e da forma como poderá colocá-los em prática. Ele deverá ser treinado para servir em uma Equipe específica na Igreja de acordo com seus dons)

1) Qual ou quais Equipes poderão desenvolver este passo?
2) Dê um exemplo prático e funcional de uma atividade para cada Equipe citada.
3) Com qual ou quais Equipes cada uma das Equipes responsáveis por este passo deverão se relacionar? Dê um exemplo prático e funcional desta relação.

4º Passo: ENVIAR (Aqui, o novo convertido deverá ser instruído e motivado a treinar outros na área em que ele está servindo buscando assim a expansão do Reino de Deus através da multiplicação)

1) Qual ou quais Equipes poderão desenvolver este passo?
2) Dê um exemplo prático e funcional de uma atividade para cada Equipe citada.
3) Com qual ou quais Equipes cada uma das Equipes responsáveis por este passo deverão se relacionar? Dê um exemplo prático e funcional desta relação.

Observação: Nenhuma Equipe deverá ficar de fora dos passos acima: Equipe de Música, Equipe de Eventos, Equipe de Ensino, Equipe de Diáconos, Equipe do Conselho, Equipe de Jovens, Equipe de Oração, Equipe do Culto, Outra Equipe sugerida pelo grupo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Conferência sobre o futuro


Qual deverá ser a característica e a aparência da nossa IP Betânia daqui a 10 anos, dentro da visão de Deus? Visualizar o futuro é uma experiência inspiradora. Saber onde quer chegar facilitará o nosso trabalho e nos poupará tempo, energia e recursos.

Uma Igreja que sabe onde quer chegar é uma Igreja que sabe porque existe, para quê Deus a chamou e que conhece a sua missão. Ela não se contenta em colocar no papel a sua missão, mas ela vive e comunica essa missão interna e externamente, e está constantemente realinhando seus objetivos. Falta de orientação e reflexão, coisas que esgotam qualquer trabalho, não são encontradas neste tipo de Igreja.

Numa Igreja que sabe onde quer chegar, tudo flui naturalmente e assim consegue adaptar-se continuamente ao mundo a sua volta em constante mudança sem todavia negociar seus princípios. A expressão "hierarquia" é substituída pela expressão "rede". A liderança da Igreja é exercida pela comunicação; os relacionamentos estão em primeiro lugar e caracterizam o ambiente. Os membros da Igreja se complementam mutuamente por meio de seus dons.

Você consegue se entusiasmar com esta visão? Então não deixe de participar da nossa Conferência sobre o futuro a ser realizada nos dias 28 de fevereiro e 7 de março de 2010 às 09hs.
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Palestra 1 - 10 anos em 4 horas - Parte 1 (28/02/2010)
Palestra 2 - 10 anos em 4 horas - Parte 2 (07/03/2010)

domingo, 15 de novembro de 2009

Perfil da Igreja - Novembro 2009


Quando realizamos nossa primeira pesquisa de qualidade em março deste ano o princípio de qualidade "Evangelização voltada para as necessidades" se revelou como sendo o fator mínimo. Naquela ocasião apenas dois princípios de qualidade (Culto inspirador e Espiritualidade Contagiante) ficaram acima dos 65% da pontuação.

Desta feita, a pesquisa trouxe dados bem mais animadores. Todas os princípios de qualidade ficaram acima dos 65% da pontuação. O princípio que mostrou maior desenvolvimento foi justamente a "Evangelização voltada para as necessidades" e já não é mais o nosso fator mínimo, que agora é "Ministérios orientado pelos dons espirituais".

A próxima pesquisa será realizada no mês de novembro do ano que vem. agora é colocar mãos à obra e trabalhar buscando desenvolver ainda mais cada princípio de qualidade.
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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Perfil da Igreja - Março 2009


Estudamos nas últimas semanas os 8 princípios de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo e ausentes nas Igrejas que estão morrendo apontados pela pesquisa realizada pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, em 32 países nos cinco continentes. São eles:

1) Liderança capacitadora
2) Ministérios orientados pelos dons
3) Espiritualidade contagiante
4) Estruturas funcionais
5) Culto inspirador
6) Grupos pequenos
7) Evangelização orientada para as necessidades
8) Relacionamentos marcados pelo amor

Na semana passada fizemos a pesquisa do nosso perfil. Vejamos os resultados.



O real desafio da nossa pesquisa é medir e comparar os oito princípios de qualidade, pois a importância desses princípios já tinha sido abordada nos estudos anteriores.

Devemos ter em mente, ao olhar para os resultados que, nenhum destes princípios podem produzir o crescimento natural e saudável de uma Igreja sozinho, mas somente a ação conjunta dos oito princípios poderá produzir tal crescimento.


Segundo o Instituto de Pesquisa Internacional sobre o DNI, em 99,4% das Igrejas pesquisadas estão com todas os oito princípios de qualidade acima de 65% dos pontos disponíveis em seu levantamento do perfil da Igreja.

Nestas Igrejas vemos que a liderança se comprometeu de corpo e alma com o crescimento da Igreja; que praticamente todos os membros usam seus dons para o bem estar da Igreja; que a fé da maioria é vivida e praticada com entusiasmo contagiante; que as estruturas dessas Igrejas são testadas e renovadas segundo o critério da funcionalidade; que a participação no culto é a experiência mais marcante para a maioria dos membros; que essas Igrejas tem grupos pequenos em que se experimenta o poder do amor e da cura na comunhão cristã; que cada membro dá, de acordo com seu dom, a sua contribuição para o cumprimento da grande comissão. Afinal, vemos que o amor de Jesus transpira em praticamente todas as atividades dessas Igrejas. Sendo assim, você não acha que é impossível uma Igreja dessas não crescer, ou perder membros?

Isso nos leva ao desafio de buscar de maneira prática o desenvolvimento de todos os princípios que estão abaixo deste índice. Quanto aqueles princípios que estão acima deste nível o desafio é usá-los para trabalhar em função daqueles que estão abaixo dos 65% dos pontos possíveis.


E agora? Diante de tantos princípios a ser trabalhado, por onde devemos começar? Uma vez feito o levantamento do perfil da Igreja, nosso trabalho deverá focar aquele princípio que alcançou o menor nível de pontuação, ou seja, o nosso fator mínimo. Isso não significa que não podemos trabalhar os demais princípios de qualidade, mas que o fator mínimo é aquele que terá nossa atenção especial.

Mas por que devemos investir nossos maiores e melhores esforços em nosso fator mínimo ao invés de explorar aqueles pontos que já sabemos serem nossos pontos fortes? Essa pergunta é fácil de responder. Imagine um barril com aduelas de diferentes tamanhos. Se você for enchê-lo d’água, qual será a aduela que limitará a sua capacidade de armazenar água? Claro, aquela que for menor! O mesmo acontece com a Igreja, o seu crescimento certamente será limitado pelo princípio que estiver menos desenvolvido. Por isso devemos focá-lo.
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

8 marcas de qualidade (Parte 4)


Estamos estudando as 8 marcas de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo, mas ausentes nas Igrejas que estão morrendo apontados pela pesquisa realizada pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, nos 32 países nos cinco continentes.

Já apresentamos seis marcas de qualidade: 1) Liderança capacitadora, 2) Ministérios orientados pelos dons, 3) Espiritualidade contagiante, 4) Estruturas funcionais, 5) Culto inspirador e 6) Grupos pequenos. Hoje veremos as duas últimas marcas de desenvolvimento natural da Igreja e como temos feito até aqui analisaremos se os mesmos estão em conexão com a Palavra de Deus.


Existem duas idéias sobre a evangelização que hoje dominam a cabeça de muitas pessoas nas Igrejas. A primeira idéia é aquela que afirma que “grandes eventos evangelísticos” onde os não cristãos ouvem o Evangelho de Cristo e decidem se comprometer com ele é um princípio válido para o crescimento da Igreja. A segunda idéia é afirmar que cada cristão é um evangelista e como tal deve evangelizar todos os seus amigos e conhecidos.

Surpreendentemente, o Instituto de Pesquisa Internacional sobre o DNI constatou que 70% das Igrejas que crescem não desenvolvem “mega eventos evangelísticos” como meio de crescimento e nem contam com todos os seus membros praticando o evangelismo pessoal. Mas então, o que fazem essas Igrejas quanto à evangelização?

Primeiro vamos avaliar as razões porque as Igrejas que crescem não defendem tais idéias de evangelização:

1) Apesar dos “grandes eventos evangelísticos” atraírem muita gente, e dessa forma poder alcançar um bom número de convertidos, boa parte desse público acaba sendo de cristãos vindos de diversas Igrejas. Outro agravante é que quase nunca se encontra os novos convertidos freqüentando os cultos meses depois.

2) Quanto ao fato de que todos os membros da Igreja precisam fazer evangelismo pessoal o que se percebe é que, como a maioria dos cristãos (cerca de 90%) não tem o dom de evangelista, tal exigência acaba trazendo frustrações e desânimo a todos e uma forte sensação de fracasso tanto na liderança como nos membros, visto que por mais que se dedicam não conseguem desenvolver o trabalho proposto.

Agora vejamos o que as Igrejas que crescem estão fazendo:

1) Estimulam todos os membros a usarem seus dons para servir àqueles amigos não cristãos e engajar-se para que essas pessoas entrem em contato com a Igreja e ouçam o evangelho.

2) Treinam àqueles membros que tem o dom de evangelista para a prática do evangelismo pessoal. Normalmente estas pessoas trabalham na recepção das Igrejas, nos grupos pequenos e nos pequenos eventos desenvolvidos para os amigos não cristãos de todos os membros.

3) Desenvolve grupos pequenos onde se desenvolve a amizade, a comunhão e o cuidado. Tais grupos têm o objetivo de crescer e se multiplicar através dos relacionamentos.

4) Desenvolve “pequenos eventos” como cultos especiais, acampamentos, retiros, cursos de qualificação profissional, etc., de acordo com as necessidades compartilhadas pelos amigos dos membros. Em tais eventos o evangelho é apresentado de forma dinâmica e criativa como a melhor solução de Deus para todas as necessidades apresentadas.


O foco desta marca é apresentar as boas novas do Evangelho de acordo com as necessidades apresentadas pelos nossos amigos. Quando vamos pescar, nós não colocamos pizza como isca porque gostamos de pizza. Na verdade, a isca é colocada de acordo com o gosto do peixe que pretendemos pescar. Na evangelização acontece o mesmo. Devemos observar as necessidades de nossos amigos e usá-las como “isca” para apresentarmos o Evangelho. Jesus fez isso muito bem, vejamos:

1) Ele chama seus discípulos que estavam pescando a segui-lo prometendo-lhes fazer deles pescadores de homens. (Mateus 4.18-22)

2) Ele assemelha o reino dos céus a agricultura ao falar para um povo de região agrícola. (Mateus 13)

3) Ele ofereceu água viva para a mulher samaritana que estava junto ao Poço de Jacó tirando água para suas necessidades. (João 4)

4) Ele ofereceu cura a um paralítico que aguardava no “tanque de Betesda” a cura para sua paralisia. (João 5).

5) Ele ofereceu pão do céu, para a multidão que estava faminta. (João 6)

6) Ele oferece perdão para a mulher adúltera quando ela estava prestes a ser apedrejada. (João 8)

7) Ele se apresenta como o bom pastor usando a figura do pastor de ovelhas tão conhecida entre seus ouvintes. (João 10)

Deus certamente usa dificuldades como oportunidades de comunicar as boas novas. “Ao aflito livra por meio da sua aflição, e pela opressão lhe abre os ouvidos” Jó 36.15


O IPI comprovou que existe uma relação altíssima entre a capacidade de amar de uma Igreja e o seu potencial de crescimento. Cerca de 88% dos membros das Igrejas que crescem afirmaram que em suas Igrejas os relacionamentos são marcados pelo amor fraternal.

Para medir o nível com que o amor é vivido na Igreja foi levado em consideração algumas questões: Quanto tempo os membros da Igreja gastam com cristãos fora da atividade da Igreja? Com que freqüência eles se convidam para uma refeição ou para um cafezinho? Quanto eles elogiam uns aos outros na Igreja? Em que medida os líderes conhecem as necessidades de seus liderados? Quanto se ri na Igreja? Com base em questões como estas, o IPI concluiu que atrás destas práticas existem princípios fundamentais de crescimento da Igreja.

Amor de verdade dá à Igreja um brilho, produzido por Deus, muito maior do que programas evangelísticos, pois nestes a ênfase recai exclusivamente em modos verbais de transmissão. As pessoas sem Deus não precisam de discursos sobre amor; elas querem experimentar o amor cristão na prática do dia a dia. É interessante notar que enquanto que nas Igrejas pequenas que estão morrendo a comunhão (Koinonia) é deturpada (vira “koinonite”) por eu me tornar o centro das atenções e só querer ser servido, e nunca servir, nas Igrejas grandes, a tendência de apagar o amor fraternal é também um alto risco porque elas tendem a despersonalizar os membros e vê-los apenas como um número, por isso, ambas devem se preocupar em se multiplicar e não somente em crescer.


É comum nas Igrejas que estão morrendo encontrar pessoas que defendem que a prática de determinadas atividades são indispensáveis para a manutenção e crescimento da Igreja. O que tais pessoas não percebem é que ninguém fica numa Igreja se não tiver amigos verdadeiros nela. Todos nós temos uma necessidade grande de amar e de sermos amados. Até por isso, o próprio Jesus quando foi questionado sobe qual seria a maior tarefa, ou obrigação de um cristão fiel, ele não deixou dúvidas: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” Mateus 22:37-40.

Em diversos outros textos encontramos esta marca como algo indispensável para uma Igreja que leva a sério a sua missão, Vejamos:

João 15:12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

Romanos 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.

1 Ts 4:9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;

1 João 3:23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
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segunda-feira, 6 de abril de 2009

8 marcas de qualidade (Parte 3)


Estamos estudando as 8 marcas de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo, mas ausentes nas Igrejas que estão morrendo apontados pela pesquisa realizada pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, nos 32 países nos cinco continentes.

Já apresentamos as quatro primeiras marcas: 1) Liderança capacitadora, 2) Ministérios orientados pelos dons, 3) Espiritualidade Contagiante e 4) Estruturas funcionais. Hoje veremos a quinta e sexta marca de desenvolvimento natural da Igreja e como temos feito até aqui analisaremos se as mesmas estão em conexão com a Palavra de Deus.


Qual será a diferença identificada nos cultos das Igrejas que crescem dos cultos das Igrejas que estão morrendo? Em outras palavras, que aspectos a Igreja que quer se desenvolver de maneira saudável deve levar em consideração quanto ao culto? Sobre esse assunto, muitos cristãos pensam que precisam adotar “modelos” de cultos de outras Igrejas, porque vêem neles um “princípio” de crescimento. Há também àqueles que acreditam que o culto voltado essencialmente para não cristãos seja um “princípio” de crescimento de Igreja. Mas, nessa discussão, quem está com a razão?

A pesquisa do IPI sobre o Desenvolvimento Natural da Igreja constatou que o culto voltado somente para não cristãos não é um princípio de crescimento da Igreja. Isso não quer dizer que os cultos para os visitantes não sejam uma ótima forma de evangelização. Até merece ser imitada. O que isso quer dizer é que por trás de um culto evangelístico não existe um “princípio” de crescimento de Igreja. Podemos direcionar os nossos cultos totalmente para cristãos, ou totalmente para não cristãos, podemos realizá-los na língua de “Canaã” ou em língua “secular”, podemos celebrá-los de forma litúrgica ou de forma livre, mas, tudo isso não é essencial para o desenvolvimento da Igreja. Decisivo é outro fator.

80% das pessoas que freqüentam as Igrejas que crescem afirmam que o culto é para elas uma experiência inspiradora. Aqui está uma marca de qualidade vista em todas as Igrejas que crescem. Será que a participação do culto é uma “experiência inspiradora” para quem dele participa? Com “inspiradora” nos referimos a inspiração que vem do Espírito de Deus. É óbvio que o Espírito Santo, quando age (e não só se diz que ele age), produz conseqüências evidentes sobre a organização do culto e sobre o clima perceptível dos participantes do culto. A conclusão dos participantes em cultos assim é que ele, o culto, foi “gostoso”! Estes cultos “por si mesmo” atraem as pessoas.

Diferentemente do culto inspirador, nas Igrejas que estão morrendo as pessoas encaram o culto como sendo uma obrigação cristã ou um favor ao pastor ou a Deus. Às vezes à esta idéia se acrescenta a suposição de que Deus abençoará a fidelidade e principalmente ao “sacrifício” de se participar de um culto que agrade a Deus e mais ninguém. Por esta razão, tais Igrejas não se preocupam com um templo bem arrumado, um ministério de recepção atuante, um culto moderado que concilia uma seqüência das partes do culto que tenha sentido com um ambiente livre, alegre e acolhedor.


Em se falando do culto, o próprio Jesus já nos advertia que o mesmo deve ser prestado apenas para Deus (Lucas 4.8). Nesse aspecto, é óbvio que não devemos buscar realizar um culto que não tenha em sua base a adoração exclusiva a Deus. Exatamente por isso, a Bíblia nos ensina que devemos realizar o culto buscando oferecer o que temos de melhor, como fez Davi ao organizar o culto de sua época, selecionou duzentos e oitenta e oito músicos, todos eles instruídos no canto do Senhor e mestres na música (1 Crônicas 25.7). Davi também colocou Quenanias como chefe dos levitas músicos, para ser aquele que ministraria os cânticos de louvor porque era perito nisso (1 Crônicas 15.22). Como podemos observar, Davi tomou o cuidado de oferecer culto a Deus com a melhor qualidade disponível.

Mas a pergunta que devemos fazer é: Um culto oferecido a Deus, com a melhor qualidade que podemos produzir, será um culto desagradável aos seus participantes? É óbvio que não. Na verdade, um culto assim nos inspirará tanto que não nos sobrará outra expressão para descrevê-lo como sendo um culto “gostoso”. Tanto é verdade, que no Salmo 42 os filhos de Corá, presos em uma nação estrangeira por causa da guerra, relatam aquilo que mais sentiam falta. Ouçamos o que dizem: “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está? Lembro-me destas coisas e dentro de mim se me derrama a alma, de como passava eu com a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em festa. Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” (Salmo 42.3-5)


A sexta marca de qualidade presente nas Igrejas que crescem, apontada pela pesquisa do IPI, é a presença de grupos de pequenos que se multiplicam. 78% das Igrejas que crescem há o estímulo consciente para que os grupos pequenos se multipliquem através da divisão. O fator decisivo para um grupo pequeno crescer e se multiplicar é que nele não só se estudam textos bíblicos, mas as verdades bíblicas são constantemente relacionadas a fatos concretos da vida diária dos participantes. Os participantes desses grupos têm a possibilidade de levar à comunhão do grupo questões que realmente mexem com eles no dia a dia, o que é impossível de acontecer num culto público.

Somente num grupo pequeno a pessoa, crente ou não, encontrará um ambiente acolhedor o suficiente para compartilhar sua vida, lutas e desafios. No ambiente do pequeno grupo a amizade é solidificada e isso contribui de maneira decisiva para o crescimento da Igreja visto que ninguém fica numa Igreja onde não tem amigos nela. Outro aspecto positivo encontrado nos grupos pequenos é que neles, cada participante tem a oportunidade de servir uns aos outros de acordo com seus dons. Ou seja, no grupo pequeno a pessoa pode ter sua maior necessidade assistida, a necessidade de amar e de ser amada em todos os momentos de sua vida de maneira prática.

Estes grupos precisam ser essencialmente pequenos porque grupos grandes, além de não crescerem mais, obstruem a comunhão tão presente nos grupos pequenos. Por isso, tais grupos estão em constante multiplicação. A multiplicação planejada desses grupos pequenos é facilitada pelo fato deles produzirem constantemente novos líderes. No contexto dos grupos pequenos acontece aquilo que está por trás do conceito “discipulado”: transferência de vida em vez do estudo de conceitos abstratos.


É interessante observar que a Bíblia não diz que deveríamos desenvolver a missão dada por Jesus à Igreja através das reuniões nos templos ou em grupos pequenos. Todavia, a missão de “ir e fazer discípulos ensinando a guardar todas as coisas que vos tenho ensinado” dificilmente será possível realizá-la através de encontros onde haja uma grande concentração de pessoas. É fato que em reuniões com um número grande de pessoas, conseguimos passar conceitos, ensinos, estímulos, mas jamais poderemos discipular, no sentido colocado anteriormente.

Mas, como é que a Igreja Primitiva desenvolveu de maneira eficiente a missão dada por Jesus? Olhando para textos como Atos 2.46; 5.42; 8.3 e 12.12, podemos perceber que apesar da Igreja crescer de maneira extraordinária, cerca de 8 mil pessoas em dois discursos de Pedro (Atos 2.41 e 4.4), a estratégia de se reunirem em pequenos grupos nos lares foi o meio de tornar o discipulado possível.

Por mais importante que seja o culto público, ele não tem como manter uma Igreja saudável sem o trabalho de discipulado desenvolvido em grupos pequenos. A necessidade de não ser visto apenas como um número numa Igreja grande como a Igreja Primitiva, de ser ouvido e de receber cuidado individual, de desenvolver amizade e de compartilhar minha vida, não podem ser supridas em reuniões públicas, mas somente em grupos pequenos, quer se reúnam em casas, salas de um shopping, debaixo de uma árvore ou numa chácara.
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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

8 marcas de qualidade (Parte 2)


Na semana passada dissemos que na pesquisa desenvolvida pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, nos 32 países nos cinco continentes revelou 8 marcas de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo, mas ausentes nas Igrejas que estão morrendo.

Naquela ocasião apresentamos os duas primeiras marcas: 1) Liderança capacitadora e 2) Ministérios orientados pelos dons. Hoje veremos a terceira e quarta marca de desenvolvimento natural da Igreja e como fizemos na semana passada analisaremos se as mesmas estão em acordo com a Palavra de Deus.


A pesquisa realizada pelo IPI sobre o desenvolvimento natural da Igreja revelou que as Igrejas saudáveis e que estão em crescimento contam com 76% de seus membros vivendo sua fé de forma entusiasmada e contagiante, diferente das Igrejas que estão morrendo.

Outra comprovação interessante sobre essa marca foi que a espiritualidade dos cristãos não depende do estilo piedoso (carismático ou não) nem de certas práticas espirituais (como por exemplo “guerra espiritual” ou orações litúrgicas), que são tidos como motivos do crescimento por vários grupos.

O aspecto que de fato diferencia Igrejas que crescem de Igrejas que não crescem é outro. O fator determinante é se os crentes de uma determinada Igreja vivem sua fé com dedicação, paixão e entusiasmo contagiante. Não estamos aqui referindo a quanto tempo uma pessoa passa em oração ou estudo da Palavra, que são dois dos diversos meios de se viver a espiritualidade. Na verdade é a qualidade da espiritualidade vivida pelos cristãos da Igreja que determina se ela é saudável ou não, e não necessariamente, a quantidade de tempo que um cristão passa em oração, jejum, comunhão ou leitura da Palavra.


Algumas pessoas pensam que essa “paixão espiritual” não pode ser uma das marcas de crescimento porque dependendo da sua doutrina, ela até pode ser contagiante, mas não fará bem a uma Igreja séria. Isso é verdade. Precisamos de fato nos preocupar com os ensinos seguros da Palavra de Deus e com base neles desenvolvermos a nossa espiritualidade. O problema é quando em nome de uma “fidelidade bíblica teológica”, deixamos de viver a nossa espiritualidade com paixão e entusiasmo a tal ponto de contagiarmos as pessoas que estão ao nosso lado. Passamos a vida como Nicodemos, com muito conhecimento bíblico e teológico, mas sem nenhuma paixão por Jesus. Servimos por “obrigação” ou por “tradição” e não por amor. Vejamos um exemplo bíblico do que estamos falando

Em Atos 2.42-47 lemos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”

No texto acima fica evidente que o segredo da Igreja Primitiva não estava no conhecimento que tinham da Palavra, mas na vivência da mesma. Eles também não viviam sem considerar as instruções seguras da doutrina ensinada pelos apóstolos. Na verdade, eles conseguiram equilibrar conhecimento bíblico teológico com a prática apaixonada das verdades aprendidas, em outras palavras, praticavam a espiritualidade contagiante, a tal ponto que o Dr. Lucas nos informa que as pessoas fora da Igreja também foram contagiadas com essa espiritualidade e acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.


É interessante observar que na pesquisa do IPI o princípio “estruturas funcionais” revelou que 85% das Igrejas que crescem fazem avaliação anual das estruturas quanto a sua funcionalidade. Já as Igrejas que estão morrendo quase que na sua totalidade demonstraram que suas estruturas são mantidas há anos por causa da tradição. Não é de admirar que essa marca seja o que causa maior polêmica como sendo uma marca de desenvolvimento natural da Igreja. Isso provavelmente, se deve à visão deturpada que muitos cristãos têm a respeito desta marca.

Alguns cristãos levantam suspeita de que as estruturas não são verdadeiramente espirituais. Para eles as estruturas de uma Igreja mais atrapalham o desenvolvimento da mesma, e por isso devem ser evitadas. Esse grupo detesta qualquer tipo de planejamento ou organização. Para eles as coisas “espirituais” (culto, programas, EBD, grupos pequenos) devem ser dirigidos conforme o “vento do Espírito”. Não aceitam liturgia, planejamentos e regras. Alguns chegam a não ter uma liderança estabelecida, como um pastor, por que isso os leva a idéia de estrutura. E toda e qualquer estrutura deve ser evitada porque, segundo eles, elas não são nada funcionais e engessam o povo de Deus e os impede de ser tocados pelo Espírito Santo.

Em contrapartida outros cristãos identificam as estruturas como sendo a essência da Igreja. Tais defensores encontram problemas com essa marca não por causa da palavra “estruturas”, mas por causa do adjetivo “funcionais”. Isso porque eles não estão dispostos a abrir mão de uma estrutura (templo, bancos, púlpitos, estilo do culto, grupos pequenos, EBD, papel de um líder...) porque ela deixou de ser funcional. O critério de se manter uma estrutura é a tradição, ou seja, as “estruturas” não podem mudar porque “sempre foi feito assim”. Por isso, sendo funcionais ou não, devem ser mantidas. Nesse exemplo, o novo sempre é visto como algo ruim e ameaçador. Mas e a Bíblia, o que diz?


É evidente de que quando Jesus enviou seus discípulos a cumprir a missão da Igreja (Mt 28.16-20) ele não disse nada sobre estruturas funcionais. Mas isso não significa que ele não previa que a Igreja precisaria de se organizar com estruturas para que a missão fosse desenvolvida com sucesso.

Com o desenvolver da missão, os discípulos se viram forçados a estabelecer uma estrutura que fosse funcional para que a Igreja pudesse caminhar. Em Atos 6.1-7 lemos sobre uma dificuldade enfrentada pela Igreja e o estabelecimento de uma estrutura funcional para solucionar tal dificuldade, leiamos: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” Desta forma, a Igreja ia se estruturando, sempre buscando suprir suas necessidades.

Outra passagem interessante sobre isso é Atos 15.22-29 que diz: “Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, escrevendo, por mão deles: Os irmãos, tanto os apóstolos como os presbíteros, aos irmãos de entre os gentios em Antioquia, {Antioquia: capital da Síria} Síria e Cilícia, saudações. Visto sabermos que alguns que saíram de entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm perturbado com palavras, transtornando a vossa alma, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, eleger alguns homens e enviá-los a vós outros com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que têm exposto a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais pessoalmente vos dirão também estas coisas. Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde.”

Neste texto percebemos que a Igreja de Jerusalém teve o cuidado em não colocar sobre a Igreja de Antioquia nenhuma estrutura não funcional, a não ser “as coisas essenciais”. Precisamos estar atentos a isso. Analisando a Bíblia podemos afirmar que Deus não planejou uma Igreja isenta de estruturas e muito menos com estruturas enrijecidas. Na verdade as estruturas devem servir ao crescimento natural e saudável da Igreja e não o contrário.
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