quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

8 marcas de qualidade (Parte 1)


Na semana passada dissemos que avaliar a quantidade de uma Igreja é muito fácil, é só olhar os relatórios financeiros, os relatórios das Sociedades Internas, da Escola Dominical, do Conselho e Junta Diaconal, e então teremos uma visão real do quanto crescemos ou não no último ano. Mas como avaliar a qualidade de uma Igreja? Isso já é bem mais trabalhoso.

Na pesquisa desenvolvida pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, nos 32 países nos cinco continentes revelou 8 marcas de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo, mas ausentes nas Igrejas que estão morrendo. Hoje e nas próximas 3 semanas veremos quais são estas marcas e analisaremos se as mesmas estão em acordo com a Palavra de Deus.


Na pesquisa realizada pelo IPI sobre DNI apontou que 70% das Igrejas em desenvolvimento tem sua liderança mais orientada para relacionamentos e ao trabalho de equipe. Já nas Igrejas que estão morrendo, a liderança é mais voltada para a manutenção das estruturas, é centralizadora e alto suficiente.

Ainda segundo o IPI, líderes, que se vêem como instrumentos para capacitar outros cristãos e levá-los à maturidade espiritual, descobrem como esse aspecto leva “por si mesmo” ao crescimento. Em vez de fazer a maior parte do trabalho, esses líderes investem a maior parte do seu tempo em capacitar através do discipulado, treinamento e multiplicação. Assim, a energia investida por eles pode se multiplicar quase infinitamente. Dessa forma, em vez de se tentar por em movimento a Igreja por meio de pressão e forças humanas, o poder de Deus é liberado.


Existe uma diferença muito grande em ser um líder capaz ou ser um líder capacitador. O líder capaz é aquele que sabe fazer tudo e é centralizador. Ele normalmente não se dedica ao discipulado, nem em ajudar as pessoas a descobrirem o seu lugar no Reino de Deus, não trabalha em equipe, não desenvolve relacionamentos saudáveis com seus liderados e muito menos se dedica ao trabalho de capacitá-los a servir com excelência. Já o líder capacitador é radicalmente diferente. Basta dar uma olhada no que a Bíblia diz sobre isso.

Veja o que Paulo fala aos líderes de Éfeso: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4.11-16)

Observe, que Paulo ao falar do trabalho da liderança ele diz que o papel principal do líder é aperfeiçoar os santos, o mesmo que capacitar, para alcançar alguns objetivos:

1) Melhor desempenho do serviço - Nesse aspecto o líder não deve ser necessariamente alguém capaz de fazer todas as coisas, de carregar sozinho todo o trabalho nas costas, ou mesmo de ser um centralizador. Pelo contrário, ele deve ser capaz de oferecer treinamento aos seus liderados para que possam servir com excelência no Reino de Deus.

2) Edificação do Corpo de Cristo – Neste texto edificar tem o mesmo sentido de discipular. O trabalho de aperfeiçoamento de um santo, certamente passa pelo ensinar a guardar todas as coisas que o Senhor nos ensinou. Trata-se de desenvolver um relacionamento real com Cristo na vida diária.

3) Ajustar e consolidar o Corpo de Cristo – O líder deve procurar conhecer seus liderados e respeitar o que Deus está fazendo na vida deles individualmente e coletivamente. Ajustar tem o sentido de colocar cada pessoa no seu lugar. Nessa perspectiva, o líder ajuda seus liderados a descobrir os dons espirituais dados por Deus e onde e como Deus deseja usá-lo no Reino de Deus.

4) Consolidar o Corpo de Cristo – Consolidar é o trabalho de oferecer o acompanhamento até que a pessoa tenha condições de ensinar a outro. Paulo fala a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” (2 Timóteo 2.2). Ou seja, o líder deve ser capacitador e não simplesmente capaz, ou centralizador.


A Pesquisa do IPI revelou que 73% dos membros das Igrejas em desenvolvimento estão trabalhando de acordo com seus dons espirituais. O que de certa forma explica a alegria e satisfação de seus membros em participar de forma ativa e prazerosa na vida destas Igrejas.

Já entre as que estão morrendo, a realidade é outra. Somente 20% dos membros trabalham (e na maioria dos casos exercem funções pelos quais não tem dons) e os demais simplesmente analisam o trabalho e normalmente dizem como as coisas deveriam ser feitas, sem, contudo se envolverem. O que causa grande desgaste físico, emocional e espiritual a todos.


Com base nessa marca de qualidade – ministérios orientados pelos dons – é possível entender claramente o que significa “desenvolvimento natural da Igreja”. A estratégia de trabalho, de acordo com os dons, se baseia na seguinte convicção: Deus mesmo determinou quais cristãos vão efetuar melhor determinados ministérios através dos dons espirituais dados por ele mesmo a cada um. O que estamos dizendo é que o objetivo da Igreja deve ser encontrar as pessoas certas, para servirem nos ministérios certos, pelas razões certas.

A Bíblia nos orienta sobre isso em 1 Pedro 4.10 quando diz: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” Dessa forma, pessoas bem normais podem fazer efetuar tarefas bem especiais.

Um outro resultado muito interessante revelado pela pesquisa do IPI é que cristãos que vivem de acordo com seus dons espirituais tem maior alegria e disposição em servir. Nenhum outro princípio de qualidade tem tanta influência sobre a vida pessoal e a vida na Igreja de cada membro, do que a questão da adequação dos dons ao trabalho que realiza.
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