domingo, 2 de janeiro de 2011

Somos o Templo do Espírito

O segredo que Deus guardou por muitos anos e revelou em Jesus foi: compartilhar conosco a vida eterna que a Trindade já experimentava antes da fundação do mundo. Vida eterna não está limitada a um tempo ou espaço físico, trata-se de relacionamentos eternos. Sendo assim, Deus deseja se relacionar conosco eternamente, bem como que vivamos uns com os outros através de relacionamentos eternos e saudáveis. Para exemplificar este tipo de vida Paulo faz uso de três figuras: O Corpo de Cristo (para falar de nosso serviço “uns aos outros”), a Família de Deus (nossa vida como irmãos em Cristo) e o Templo do Espírito (nossa proposta de hoje).

Apesar de Paulo fazer uso da figura de um templo, uma explanação bem mais detalhada sobre ser o edifício de Deus é feita por outro apóstolo, o apóstolo Pedro. Por isso, nossa meditação será baseada nos ensinos de Paulo e Pedro.

A figura que Paulo usa para fazer menção sobre a forma como devemos juntos servir a Deus é a figura de um edifício. “Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como sacerdotes dedicados a Deus. E isso para que, por meio de Jesus Cristo, ofereçam sacrifícios que Deus aceite”. 1 Pedro 2:5

Essa figura revela o desejo de Deus de habitar com os seus filhos como fazia no princípio com nossos primeiros pais. No Jardim do Éden Deus falava com nossos primeiros pais todo fim de tarde. Depois do pecado, Deus habitava entre o povo através do tabernáculo. Em Jesus ele caminhou entre nós como um ser humano. Agora, Deus está construindo um templo espiritual onde ele possa habitar e para essa construção está usando pedras vivas, ou seja, pessoas como eu e você. Deus não está interessado numa construção de alvenaria ou de pedra. Ele está interessado em um templo vivo onde possa habitar.

Mas esse templo só será possível com a união de todas essas pedras vivas. O texto diz “deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual”. Ou seja, um tijolo sozinho continua sendo só um tijolo. Um tijolo ligado a outros tijolos torna-se um edifício. Nesse sentido não pode haver lugar para a inveja ou espírito de competição no trabalho feito para o Senhor. A nossa desunião compromete o nosso relacionamento com Deus e o nossa missão. Paulo nos adverte: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.” Filipenses 2.3

Esse templo espiritual também tem a sua pedra principal. A pedra principal (ou fundamental) é a primeira pedra a ser colocada numa construção. Ela dá início à obra. Na formação de seu povo Jesus é apresentado como sendo essa pedra principal. Sem ele, sua vida e morte, esse templo espiritual não sairia do papel. Cristo tornou possível o restabelecimento do nosso relacionamento com Deus. As Escrituras Sagradas dizem: “Eu escolhi uma pedra de muito valor, que agora ponho em Sião como a pedra principal do alicerce. Quem crer nela não ficará desiludido.” 1 Pedro 2:6

“Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como SACERDOTES DEDICADOS A DEUS. E isso para que, por meio de Jesus Cristo, ofereçam sacrifícios que Deus aceite.” 1 Pedro 2:5

Aqui Pedro faz menção à figura do sacerdote. Tal figura nos remete ao Antigo Testamento. Os sacerdotes eram pessoas consagradas e dedicadas a Deus. Eles receberam de Deus a missão de ministrar a Palavra de Deus ao povo.

Pedro afirma que hoje todos os cristãos são chamados a ser sacerdotes de Deus. "Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz." 1 Pedro 2.9

Observe que Paulo disse que fomos chamados com uma responsabilidade: “Anunciar os atos poderosos de Deus”. Ministrar como sacerdotes para os cristãos é o mesmo que cumprir a missão deixada por Jesus aos seus discípulos: Ide, pregai o evangelho e dos que se converterem façam discípulos ensinando a viver tudo o que eu ensinei” (Marcos 16.15 e Mateus 28.18-20)

“Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de um templo espiritual onde vocês servirão como sacerdotes dedicados a Deus. E isso para que, por meio de Jesus Cristo, ofereçam SACRIFÍCIOS QUE DEUS ACEITE.” 1 Pedro 2:5

Um sacrifício só era e será aceito por Deus se atender a duas exigências: 1) Que aquele que sirva tenha uma vida santa, consagrada a Deus. 2) Que o seu trabalho seja feito com excelência, como Deus quer.

“Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus,” 1 Coríntios 6:19

Precisamos entender que fomos chamados a viver de forma exclusiva para Deus. Todo o nosso caminhar, nosso viver, falar, agir e serviço cristão deve ser feito diante do Senhor. Nossa tendência é fazer separação entre o nosso viver diário e o dia de reunião da Igreja. Contudo não pode haver separação entre espiritualidade e serviço cristão. Uma vida descomprometida com os princípios seguros da Palavra de Deus torna todo o nosso trabalho em algo detestável diante do Senhor.

Em segundo lugar, precisamos entender que servir a Deus é mais que um dever, é privilégio de poucos. Por isso, não devemos menosprezar o ministério dado por Deus a cada um de nós. Veja o que nos adverte Moisés e Paulo: “acaso, é para vós outros coisa de somenos que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de cumprirdes o serviço do tabernáculo do SENHOR e estardes perante a congregação para ministrar-lhe. Não te faças negligente para com o dom que há em ti.” (Números 16:9 e 1 Timóteo 4:14)

Por vezes podemos ficar desmotivados e desanimados com a Igreja. Faltar nos compromissos assumidos, fazer relaxadamente nosso trabalho são algumas pequenas demonstrações do que pode acontecer com um cristão desmotivado. Um sacerdote jamais poderia servir a Deus relaxadamente. Ele deveria sempre zelar para que seu trabalho fosse feito com zelo.

A exigência de Deus em relação àquilo que fazemos para ele é tão alta que se refletia nas ofertas que o povo trazia ao templo. Das plantações o povo devia trazer os melhores e primeiros frutos. Para os sacrifícios não era admitido trazer animal com defeito, ou velho, ou doente. Deus é um Deus zeloso e exige o mesmo de nós.

"Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!” Jeremias 48:10a

CONCLUSÃO

No seu Plano eterno Deus resolveu compartilhar conosco o privilégio do cuidado mútuo (como membros de um só corpo), o privilégio da comunhão (como acontece numa família), mas também da responsabilidade de servir com zelo a Deus que habita em nós pelo seu Espírito Santo (como um templo espiritual).

Paulo fala que vivendo assim o descrente que estiver entre nós, perceberá que há algo diferente em nós e então sairá de nossos encontros dizendo: “Deus verdadeiramente está no meio de vocês” (1 Co 14.25)

Que Deus nos abençoe.

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