domingo, 27 de junho de 2010

Feridas no coração de Deus

Desde o início desta série temos falado sobre feridas em nossos corações causadas por escolhas pessoais erradas, ou por atitudes impróprias de amigos e inimigos. Em todas as mensagens, fomos apresentados como sendo as vítimas. Hoje, gostaria que nos colocássemos como os causadores de feridas no coração de Deus. Mas isso é possível? Leiamos Jeremias 18.1-17.


O contexto desta passagem apresenta uma crise no relacionamento entre Deus e o povo de Israel. Deus se revela como sendo alguém que está sofrendo porque ama muito o seu povo, mas não é amado por Israel.

Como uma declaração de amor, o Senhor faz um paralelo dizendo que assim como o oleiro fizera um vaso do barro, ele também fizera de Judá o seu povo particular. Esse paralelo não era algo novo na história do povo de Deus. Isaias, cerca de 100 anos antes, já havia sido portador de uma mensagem parecida: “Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.” Isaías 64:8

Judá teve o privilégio de ter sido escolhido para ser o povo particular de Deus dentre todas as nações. Deus deu valor a um povo que não tinha valor. Assim como o oleiro deu valor ao barro ao torná-lo em um vaso.

Por que Deus escolheu Judá e não um dos outros povos? O texto de Deuteronômio 7:6-8 nos dá a resposta: “O SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhes fosse o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava...”

É certo que como o povo de Judá fora escolhido por Deus, assim também nós fomos escolhidos para sermos filhos de Deus em Jesus. Lemos em João 15:16ª a seguinte expressão: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça...”

Sim queridos, não somos um acaso, fomos escolhidos em amor por Deus.


O texto nos diz que o vaso que o oleiro fazia, por um motivo não identificado no texto, estragou-se nas suas mãos. A mensagem aqui ganha dramaticidade, ou seja, Deus advertiu o povo dizendo que o vaso quebrou, ou seja, Judá está em pecado. Podemos confirmar isso lendo o vs.15 quando diz: “Contudo, todos os do meu povo se têm esquecido de mim, queimando incenso aos ídolos”.

O contexto histórico deste texto nos esclarece que o povo, sem abrir mão da sua fé em Deus, havia abraçado e serviam a outros deuses. Começaram a viver um amor dividido. O que Deus nunca admitiu. Por causa do pecado de Judá, a mensagem advertia que o povo estava preste a ser levado como cativos para a Babilônia, nação cruel que bem de perto os ameaçava.

Amor dividido não cai bem em lugar algum. Deus deseja que o sirvamos por amor. Podemos ser tentados a dividir o nosso amor com a fama, o dinheiro e os prazeres. Mas quando a isso cedermos, seremos como um vaso quebrado, sem utilidade. E pior, estaremos ferindo o coração amoroso do nosso Pai Celeste.

O texto de Isaías 59:2 nos adverte: “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”



Apesar do pecado de Judá, a mensagem de Deus também era de esperança. Se o povo se convertesse Deus perdoaria o seu povo e o pouparia do exílio babilônico. Assim diz o SENHOR: convertei-vos, pois, agora, cada um do seu mau proceder e emendai os vossos caminhos e as vossas ações. (Vs. 11)

A mensagem mostra que Deus tem o poder para “arrancar, derribar e destruir”, todavia, ele preferiu dar a Judá a oportunidade de se converter e então assim ele “edificaria e plantaria,” um novo Judá. Um povo vencedor.

Se por um instante em nossas vidas tudo ao nosso redor estiver quebrado, o animo esgotado, o trabalho for perdido, por causa de nossos pecados, devemos nos lembrar de Provérbios 28:13 que diz: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.”

Deus certamente nos socorrerá pois nas suas mãos, do vaso quebrado poderá surgir um novo vaso, que glorificará o seu nome.

CONCLUSÃO

O povo de Judá (reino do sul) mesmo depois de receberem a mensagem de Deus continuou firme em sua infidelidade andando em caminhos perversos e servindo a outros deuses. Pouco tempo depois, foram levados cativos para a Babilônia.

E quanto a nós? Imitaremos Israel quando estivermos como o vaso quebrado? Que Deus nos de a graça de não cairmos, mas se cairmos, lembrarmos que ele tem nas mãos o poder de fazer de novo não somente um ministério, mas a vida de quem que reconhecendo suas faltas busque nele socorro.

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