domingo, 13 de setembro de 2009

André, o discípulo das pequenas coisas


Temos aprendido sobre a vida dos doze homens comuns escolhidos por Jesus para formarem o seu grupo de discípulos que teriam a responsabilidade de liderar a Igreja de Cristo nos anos que se seguiram à sua morte e ressurreição.

Depois da introdução nós aprendemos sobre a personalidade, vida e ministério de alguns deles. Vimos: Tiago, o discípulo justo; Tiago, o discípulo menor; Filipe, o discípulo que fazia as contas; Natanael, o discípulo sincero; Judas, o discípulo com três nomes; Tomé, o discípulo incrédulo; E HOJE veremos André, o discípulo das pequenas coisas.


André era irmão de Pedro. Naturais de Betsaida, (Jo 1:44) residiam na região da Galiléia onde tocavam juntos um pequeno comércio de peixes. Em Cafarnaum conheceram outros dois irmãos, também pescadores, Tiago e João, os filhos de Zebedeu.

As Escrituras não relatam muita coisa a seu respeito. Quando o cita como indivíduo nunca o relaciona a qualquer desonra. Certamente, como participante do grupo de discípulos, André cometeu seus erros, mas como indivíduo é elogiado. Na maior parte das vezes em que seu nome é citado, vem acompanhado da frase “irmão de Pedro”, como se isso lhe conferisse importância.

Sempre que ele fala, o que é raro nas Escrituras, diz a coisa certa. Diferente de seu irmão, André era do tipo de pessoa que não fala muito, mas quando fala convence a todos. Ele era intenso naquilo que fazia e sempre disposto a pagar o preço pela sua fé.

André foi o primeiro discípulo a receber o chamado de Jesus para segui-lo (Jo 1:35-40). Isso aconteceu quando André começou a seguir João Batista e ouviu da boca dele, no deserto da Judéia, que Jesus era o Messias prometido. Naquela tarde André e seu amigo João, ao ver Jesus passar o perguntaram sobre o lugar onde ele estava morando. Segundo a narrativa de João, eles foram até onde Jesus estava morando e passaram a tarde conversando com ele.

Vejamos o que aconteceu com André após aquele encontro e o que podemos descobrir a respeito de sua personalidade.


Em se tratando de lidar com pessoas, André tinha um carinho especial. Quase todas as vezes que o vimos nas Escrituras, ele está ocupado levando alguém a Jesus. Por causa disso, até hoje, André é conhecido como aquele que leva amigos a Cristo e não multidões.

Basta olhar para o primeiro capítulo de João e você perceberá qual foi a primeira coisa que fez depois de ter passado uma tarde com ele. As Escrituras diz: “Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: Achamos o Messias (que quer dizer Cristo), e o levou a Jesus (vs. 41 e 42).

Ao estudar a vida destes dois irmãos, podemos perceber que ambos tinham o coração evangelista. Todavia eles são bem diferentes quanto ao método pelo qual apresentavam Jesus às pessoas. Enquanto Pedro era o evangelista das multidões (lembre-se que foi ele o pregador que levou mais de três mil pessoas a Cristo no dia da Festa de Pentecostes), André era do tipo que apresentava Jesus através do relacionamento pessoal. Ambos foram importantes para o estabelecimento da Igreja, mas qualquer líder de Igreja afirmará que o trabalho de alguém como André produz mais resultados a longo prazo do que o de Pedro. E nesse caso, basta lembrar que os mais de três mil foram convertidos porque André levou Pedro pessoalmente a conhecer Jesus.

Outro texto que cita André levando pessoas a Cristo é João 12. Aqui encontramos alguns gregos que vieram até Jerusalém para conhecer a Cristo. Estes procuram primeiro a Filipe, que se sente desconfortável em apresentá-los a Cristo. Naquele instante é bem provável que Filipe tenha pensado em uma solução. Olhando para as Escrituras não é difícil identificar qual foi essa “incrível solução” de Filipe para apresentar “gentios” a Jesus. Diz-nos o texto: “Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus.” (Jo 12:22).

André não ficava confuso quando alguém desejava ver Jesus. Ele simplesmente os levava ao Mestre. Ele entendia que Jesus gostava de conversar com pessoas que queriam conhecê-lo (Jo 6:37). Jamais se sentiu desconfortável em apresentar Jesus para alguém. Lembre-se que ele levou seu irmão Pedro a Jesus e se tornou o primeiro missionário, e aqui, ao levar os gregos a Jesus ele se torna o primeiro missionário internacional. Assim era André, costumava falar de Jesus aos seus amigos, um a um.


Em João 6 encontramos mais uma vez o discípulo André em ação. Depois de um dia exausto, Jesus se encontra diante de uma multidão faminta. Ao ver aquela situação os discípulos o chama a parte e o aconselha a despedir a multidão para que cada um pudesse buscar o que comer nas cidades vizinhas. Diante disso eles são desafiados pelo Mestre que disse “daí-lhes vós mesmo de comer” (Lucas 9).

Naquele momento encontramos Filipe, o discípulo que fazia as contas, calculando quanto seria necessário enquanto os demais certamente murmuravam, como de costume. Todavia, é nesse instante que encontramos André dizendo algo importante. Vejamos o texto: “Um de seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, informou a Jesus: Está aí um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?” (João 6:8 e 9)

Num primeiro momento somos tentados a pensar que André expressa um certo pessimismo, mas não se engane. O texto revela que André, diferente dos demais percebera que mais alguém, além dos doze, estava disposto a contribuir nem que fosse com uma dádiva pequena. Tratava-se de um menino que possuía cinco pães e dois peixinhos.

A pergunta que ele faz é uma pergunta retórica, ou seja, pergunta que por si só já é a resposta. É claro que André sabia que aquela pequena dádiva não podia resolver o problema da fome da multidão, mas ao levar o garoto a Jesus ele estava dando a entender que uma dádiva, até pode ser pequena, mas nas mãos de Deus pode ser usada de forma grandiosa. André não pensa duas vezes para levar diante de Jesus aquele menino. Lá no fundo, ele sabia que Jesus era capaz de fazer algo com aquela pequena contribuição.

André preparou o caminho para o milagre. Naquela tarde mais de cinco mil pessoas foram alimentadas e ainda sobraram doze cestos cheios. É claro que Jesus não precisava da oferta daquele menino para alimentar a multidão. Todavia esse episódio nos revela que Deus tem prazer em usar dádivas insignificantes para realizar coisas monumentais. E André sabia disso.

CONCLUSÃO

Tanto quanto sabemos, André jamais pregou para multidões. Seu ministério foi restrito a apresentar Jesus através de relacionamento pessoal. O livro de Atos não fala nada a seu respeito e não temos nem mesmo uma pequena carta escrita por ele nas escrituras. Todavia, o historiador Eusébio diz-nos que ele anunciou o evangelho até onde hoje é a Rússia.

André falou de Cristo a esposa de um imperador romano que enfurecido mandou crucificá-lo. Ele foi amarrado numa cruz durante dois dias e enquanto estava ali, falava de Jesus a todos que por ele passavam. Teve uma vida inteira dedicada a falar de Jesus a pessoas através do relacionamento pessoal motivando e desafiando a todos a servir a Deus com o que tinha em mãos.

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