
Deus sempre desejou se relacionar conosco. Ao criar o homem Deus lhe fez um jardim para que ali ele pudesse morar e se relacionar com ele. Mas quando o pecado entrou na história humana, o mais triste foi a quebra do relacionamento íntimo e pessoal entre Deus e o ser humano. Deus se entristeceu não porque uma fruta foi consumida sem a sua autorização, mas a sua tristeza se deu porque o pecado de nossos primeiros pais nos afastou dele.
Por cuidado, o Senhor tirou Adão e Eva do Jardim. O propósito era de que assim eles não comessem do fruto da árvore da vida e conseqüentemente vivessem para sempre distantes de Deus. Após aquele dia, Deus dá início ao resgate do relacionamento quebrado. Lucas 15 mostra a atitude intencional de Deus em trazer seus filhos de volta pra casa.
Vejamos Lucas 15 mais de perto.

Ao olhar para o capítulo das coisas perdidas precisamos antes de qualquer coisa entender o contexto em que Jesus contou estas três parábolas. Quem foram seus primeiros ouvintes e onde Jesus queria chegar com estas parábolas.
Os dois primeiros versículos nos dão conta de que Jesus estava em uma casa comendo com “pecadores e publicanos”. Os publicanos cobravam impostos injustos do povo judeu em nome do império Romano. Desta forma eram considerados pior do que pecadores, e exatamente por isso tratá-los com desprezo não era considerado pelos judeus um pecado.
Jesus estava participando de um grande banquete em companhia de publicanos e pecadores. Estavam presentes vários líderes religiosos judaicos com o intuito de apenas encontrar em Jesus algo que o pudesse condená-lo. Tais homens, por se acharem justos demais, não aceitavam assentar e participar do banquete junto com tais homens.
A um judeu temente a Deus não era permitido comer com esses homens. Isto porque essa prática era reservada apenas para amigos íntimos e de confiança. Ao verem Jesus comendo com tais pessoas, os líderes religiosos murmuravam entre si: “Este recebe pecadores e come com eles”. Ou seja, fazendo isso Jesus se igualava com os pecadores e publicanos e deveria ser desprezado por todos.
Aqui encontramos um exemplo clássico de como uma pessoa pode ser vítima de uma espiritualidade doentia. Pensam que por serem seguidoras de Deus são superiores aos outros. Olham para si com orgulho enquanto desprezam aos outros. O fato de você ter o privilégio de ser cristão não o coloca superior a ninguém. Isso apenas revela que a graça de Deus te alcançou e isso deve produzir em você atitudes de gratidão. Por se acharem justos, Jesus deixa claro que não são dignos de entrarem no Reino dos céus.

Diante da acusação covarde dos líderes religiosos, Jesus conta três parábolas. O motivo é mostrar o porquê ele come com pecadores.
Aqui nós temos três tipos de pessoas perdidas. A ovelha representa aquelas pessoas que estão perdidas, sabem que estão perdidas e não conhecem o caminho de volta pra casa. A moeda representa aqueles que estão perdidos, não sabem que estão perdidos, não sabem o caminho de volta pra casa. Por último, o filho representa aqueles que estão perdidos, sabem que estão perdidos, conhecem o caminho de volta pra casa, mas não tem forças para voltar.
É possível que nesta noite eu esteja falando para pessoas que se encaixam em uma destas três descrições. Você se encaixa em algum dessas três parábolas?
Na parábola da ovelha perdida, somos retratados como pessoas que estão afastadas de Deus por causa de nossa desatenção à sua Palavra. A ovelha normalmente se perdia por desviar-se do caminho e não dar a atenção devida à voz do pastor. Sozinha não sabia se defender. Era só esperar ser atacada por um lobo ou morrer de fome.
Já com a moeda, aprendemos que nos perdemos por insensibilidade. Uma moeda não pode sentir nada. Estar brilhando em cima de uma mesa, ou suja debaixo de um tapete não altera nada para ela. Da mesma forma, existem muitos que Deus é apenas uma história inventada para consolar pessoas fracas. Não temem a Deus, não desejam se relacionar com ele e muito menos estão dispostos a dedicar suas vidas a ele.
A parábola do filho perdido é diferente das outras duas. Nela o filho desobedece intencionalmente. Desfaz de seu pai e o considera como morto. Menospreza todo o cuidado recebido e não consegue perceber o quanto é amado pelo pai. Alguns dizem que só aprendemos a valorizar as coisas quando as perdemos. Esse é o caso.

Mas nem tudo está perdido. Em cada parábola há uma mensagem de esperança.
Na parábola da ovelha perdida, onde somos retratados como pessoas que cometem erros por não darmos ouvidos a voz do pastor, ela nos ensina também sobre o amor de Deus. Ele jamais nos deixaria morrer no deserto. Ele guarda as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu. Procura ATÉ ENCONTRÁ-LA. E ao encontrá-la faz a maior festa.
Na parábola da moeda, o Senhor é retratado pela mulher. Ela ao perceber a falta da moeda, passa o dia fazendo uma grande faxina, ATÉ ENCONTRÁ-LA. Muito trabalho e cansaço são necessários. Mas nada disso a impede de buscá-la e trazê-la de volta para o seu lugar em casa. Deus faz o mesmo conosco. Ele poderia ter destruído o mundo e criado outro. Mas, ele optou amar a mim e a você. Ele nos ama mais do que podemos imaginar. Por causa deste amor ele é capaz de dar sua própria vida na cruz para que pudéssemos voltar para casa.
A parábola do filho perdido, nos ensina que Deus deseja se relacionar conosco através do amor e não por força. O pai da parábola poderia ter impedido o filho de partir, ou pelo menos, partir de mãos vazias. Mas não, ele ama demais para forçá-lo a estar com ele. Deus faz o mesmo conosco. Ele convida você a voltar para casa, mas não usa a força. Ele optou conquistar você pelo coração.
E você deseja voltar para casa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário