Em Mateus 13 encontramos nas analogias que Jesus apresenta da “árvore que acolhe os pássaros cansados” e do “fermento que leveda toda a massa” duas interessantes estratégias missionária para a Igreja na cidade:
Depois da fundação da primeira igreja no Rio de Janeiro (1862) e da segunda em São Paulo (1865), o presbiterianismo brasileiro cresceu tanto nos seus primeiros 35 anos que levou a Igreja Presbiteriana ser, na virada do século, a maior Igreja Protestante no Brasil.
Alguns fatores contribuíram decisivamente para esta efetividade:
A proximidade da população.
Em 1872 apenas 5,9% da população brasileira estava nas cidades e sob a forte tutela do catolicismo romano. No entanto, mais de 94% da população era rural e marginalizada economicamente. Nesse contexto rural a IPB cresce oferecendo educação em seus templos e espaços comunitários.
A centralidade do trabalho leigo.
O trabalho contava com uma liderança capacitadora que contribuía para o surgimento e treinamento de liderança leiga. No leste de Minas, região onde o presbiterianismo mais cresce, líderes treinados e aprovados foram ordenados sem passarem pela educação teológica formal de um Seminário.
A flexibilidade estrutural.
Tão logo quanto se percebeu a receptividade da mensagem protestante entre a população rural, os esforços e estratégias missionárias foram alteradas. Devido às grandes distâncias, não era possível a organização de igrejas locais com toda estrutura convencional, por isso as comunidades contavam com um mínimo de estrutura e um máximo de relacionamentos.
Começando na década de 30, o Brasil vive um rápido processo de urbanização. Se em 1920 apenas 10,7% de sua população estava nas cidades, em 1991, chega a mais de 75%.
Interessante notar que durante o processo de urbanização do Brasil, o crescimento da IPB se apresenta inversamente proporcional a esta realidade. Como vemos no gráfico, enquanto na década de 1917 a 1927 o crescimento da IPB era superior a 80%, na década de 1947 a 1957 seu crescimento foi de aproximadamente 30%. Desde então, nunca mais a IPB alcançou o mesmo índice de crescimento.
Interessante destacar que o estilo do presbiterianismo urbano se torna justamente o oposto do perfil que levou a IPB a ser, na virada do século, a maior denominação de missão no Brasil. Além disso, as mesmas características abandonadas pela IPB na cidade, foram aquelas que levaram as Assembléias de Deus e as Igrejas Batistas ao rápido desenvolvimento nas áreas urbanas.
A tensão entre pastores nacionais e missionários estrangeiros contribuiu para uma falsa distinção entre os conceitos “igreja” e “missão”. Com a finalidade de amenizar as tensões entre nacionais e estrangeiros foi criado, em 1917, o Plano Brasil. De acordo com o plano, enquanto as “missões” eram responsáveis pela expansão em áreas distantes e pouco populosas, a “Igreja” era responsável pela manutenção dos trabalhos já estabelecidos nas cidades.
Desde então, a obra missionária foi sempre vista como algo a ser feito em lugares distantes. A relação da igreja local urbana com missões se restringe, quando muito, a orações, contribuições financeiras e envio de jovens aos “campos missionários”. Assim, a igreja urbana quase sempre se vê apenas como um suporte para aqueles que “fazem missão”, mas não como uma comunidade em missão.
Tendo em vista que o crescimento presbiteriano inicial se deu na região rural do país, por um lado, pouquíssimos homens correspondiam às exigências mínimas para adentrar num curso de formação teológica. Cerca de 85% da população era analfabeta. Por outro lado, para aqueles que vinham do interior para o Seminário, a formação teológica de nível superior tornava-se uma rota de ascensão social para a classe média minoritária brasileira.
Assim parece que treinar obreiros profunda e eficazmente sem que estes se tornem indivíduos profissionais do púlpito se caracteriza como um dos grandes desafios urbanos de nossos dias.
A árvore que acolhe os pássaros - ACOLHER
Cercada por pessoas cansadas e feridas, a igreja local deve assumir seu papel como lugar de restauração de forças físicas, emocionais e espirituais na cidade. Projetos variados podem ser criados em ordem de assistir às pessoas que vivem na cidade. O alvo destes projetos pode ser a assistência de grupos tais como Homens, mulheres e crianças de rua, Mães solteiras, Desempregados, Divorciados, Vítimas de violência, Viciados em drogas, Alcoólatras, Sem-terras, Deficientes, etc.
O fermento que leveda toda a massa - INFLUENCIAR
Este tipo de ação distingue a igreja local de qualquer instituição assistencial. Enquanto o “acolher” lida com os sintomas, o “influenciar” ataca as causas da opressão e injustiça presente na cidade. A igreja deve incentivar seus membros a se envolverem na sociedade com o firme propósito de serem ali LUZ e SAL. Jovens, homens e mulheres precisam ser conscientizados de que, onde quer que estejam eles estão ali como cidadãos do Reino.
Mas, como a Igreja Presbiteriana do Brasil tem se portado no decorrer da história?
Cercada por pessoas cansadas e feridas, a igreja local deve assumir seu papel como lugar de restauração de forças físicas, emocionais e espirituais na cidade. Projetos variados podem ser criados em ordem de assistir às pessoas que vivem na cidade. O alvo destes projetos pode ser a assistência de grupos tais como Homens, mulheres e crianças de rua, Mães solteiras, Desempregados, Divorciados, Vítimas de violência, Viciados em drogas, Alcoólatras, Sem-terras, Deficientes, etc.
O fermento que leveda toda a massa - INFLUENCIAR
Este tipo de ação distingue a igreja local de qualquer instituição assistencial. Enquanto o “acolher” lida com os sintomas, o “influenciar” ataca as causas da opressão e injustiça presente na cidade. A igreja deve incentivar seus membros a se envolverem na sociedade com o firme propósito de serem ali LUZ e SAL. Jovens, homens e mulheres precisam ser conscientizados de que, onde quer que estejam eles estão ali como cidadãos do Reino.
Mas, como a Igreja Presbiteriana do Brasil tem se portado no decorrer da história?
Depois da fundação da primeira igreja no Rio de Janeiro (1862) e da segunda em São Paulo (1865), o presbiterianismo brasileiro cresceu tanto nos seus primeiros 35 anos que levou a Igreja Presbiteriana ser, na virada do século, a maior Igreja Protestante no Brasil.
Alguns fatores contribuíram decisivamente para esta efetividade:
A proximidade da população.
Em 1872 apenas 5,9% da população brasileira estava nas cidades e sob a forte tutela do catolicismo romano. No entanto, mais de 94% da população era rural e marginalizada economicamente. Nesse contexto rural a IPB cresce oferecendo educação em seus templos e espaços comunitários.
A centralidade do trabalho leigo.
O trabalho contava com uma liderança capacitadora que contribuía para o surgimento e treinamento de liderança leiga. No leste de Minas, região onde o presbiterianismo mais cresce, líderes treinados e aprovados foram ordenados sem passarem pela educação teológica formal de um Seminário.
A flexibilidade estrutural.
Tão logo quanto se percebeu a receptividade da mensagem protestante entre a população rural, os esforços e estratégias missionárias foram alteradas. Devido às grandes distâncias, não era possível a organização de igrejas locais com toda estrutura convencional, por isso as comunidades contavam com um mínimo de estrutura e um máximo de relacionamentos.
Começando na década de 30, o Brasil vive um rápido processo de urbanização. Se em 1920 apenas 10,7% de sua população estava nas cidades, em 1991, chega a mais de 75%.
Interessante notar que durante o processo de urbanização do Brasil, o crescimento da IPB se apresenta inversamente proporcional a esta realidade. Como vemos no gráfico, enquanto na década de 1917 a 1927 o crescimento da IPB era superior a 80%, na década de 1947 a 1957 seu crescimento foi de aproximadamente 30%. Desde então, nunca mais a IPB alcançou o mesmo índice de crescimento.
Interessante destacar que o estilo do presbiterianismo urbano se torna justamente o oposto do perfil que levou a IPB a ser, na virada do século, a maior denominação de missão no Brasil. Além disso, as mesmas características abandonadas pela IPB na cidade, foram aquelas que levaram as Assembléias de Deus e as Igrejas Batistas ao rápido desenvolvimento nas áreas urbanas.
A tensão entre pastores nacionais e missionários estrangeiros contribuiu para uma falsa distinção entre os conceitos “igreja” e “missão”. Com a finalidade de amenizar as tensões entre nacionais e estrangeiros foi criado, em 1917, o Plano Brasil. De acordo com o plano, enquanto as “missões” eram responsáveis pela expansão em áreas distantes e pouco populosas, a “Igreja” era responsável pela manutenção dos trabalhos já estabelecidos nas cidades.
Desde então, a obra missionária foi sempre vista como algo a ser feito em lugares distantes. A relação da igreja local urbana com missões se restringe, quando muito, a orações, contribuições financeiras e envio de jovens aos “campos missionários”. Assim, a igreja urbana quase sempre se vê apenas como um suporte para aqueles que “fazem missão”, mas não como uma comunidade em missão.
Tendo em vista que o crescimento presbiteriano inicial se deu na região rural do país, por um lado, pouquíssimos homens correspondiam às exigências mínimas para adentrar num curso de formação teológica. Cerca de 85% da população era analfabeta. Por outro lado, para aqueles que vinham do interior para o Seminário, a formação teológica de nível superior tornava-se uma rota de ascensão social para a classe média minoritária brasileira.
Assim parece que treinar obreiros profunda e eficazmente sem que estes se tornem indivíduos profissionais do púlpito se caracteriza como um dos grandes desafios urbanos de nossos dias.
Falar em rápido crescimento da taxa de urbanização do Brasil durante as últimas décadas é também falar do aumento de taxas relacionadas a criminalidade, violência, prostituição, desemprego, miséria, abandono de crianças, desabrigados, epidemias e doenças emocionais.
Na cidade, o pecado humano se torna mais visível e a corrupção da sociedade mais presente. Assim, a missão da igreja urbana deve gerar não só a conversão dos cidadãos, mas também produzir a transformação das estruturas de opressão e de injustiça que os envolvem.
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