domingo, 29 de novembro de 2009

Um encontro com a vida


Lucas 7.11-17 apresenta duas multidões bem distintas que se encontram na porta da uma cidade chamada Naim. A primeira multidão estava entrando na cidade com muita alegria e felicidade, enquanto a outra, saindo da cidade, triste e cabisbaixa. Existe aqui uma semelhança muito grande com a vida das pessoas em nossos dias. Há sempre dois tipos de coração, um feliz e o outro angustiado. Existem dois tipos de pessoas, aquelas que se abatem, se definham, se desesperam diante dos problemas do dia a dia e aquelas que conseguem enfrentá-los, dar a volta por cima. Mas qual a razão destas duas multidões estarem com sentimentos tão opostos? Voltemos ao texto.



As multidões tinham muitos pontos em comum, viviam num mesmo país, comiam as mesmas coisas, tinham o mesmo estilo de vida, falavam o mesmo idioma e compartilhavam das mesmas crenças. A diferença entre elas não era que uma tinha mais dinheiro do que a outra, nem porque alguns gozavam de saúde e a outra não. O que as diferenciava naquele momento era aquele para o qual estavam olhando.

A multidão que saía de Naim estava infeliz porque estava contemplando um morto. Contemplava um defunto, tinha como razão para estarem juntos a morte, andavam numa estrada que terminava num túmulo, estavam caminhando para o cemitério.

Aquele garoto, filho da viúva de Naim, representa para nós todos, nestes dias, as esperanças que nós colocamos em coisas, projetos, pessoas ou sonhos que surpreendentemente desabam diante de nós.

Quantas pessoas casaram pensando que o casamento traria uma felicidade total, e agora vêem o casamento desmoronando diante delas. Outras apostaram alto num emprego e não conseguiram o sucesso desejado. Ainda outros vêem seus projetos indo por água abaixo porque a doença insiste em definhá-los. Existem aqueles que deixaram de viver porque a morte levou alguém que muito amava. Pessoas assim estão desalentadas porque a morte, o fracasso e o sofrimento roubaram-lhes o sono, a paz e a tranqüilidade. Tudo está desmoronando!

Mas havia ali uma segunda multidão, a daqueles que já havia encontrado o Senhor da vida. Esta multidão está feliz porque, apesar de todas as dificuldades, é capaz de olhar para Jesus.


Jesus está entrando na cidade de Naim acompanhado de uma multidão eufórica quando encontra com a outra multidão que segue o cortejo da morte, saindo da cidade em direção ao cemitério, sem esperanças, abatidos e silenciosos. O que Jesus faz quando olha para esta multidão sem esperança?

A primeira coisa que o texto diz que aconteceu, foi que Jesus olhou para aquela multidão sem esperança e sentiu compaixão. Certamente ele não podia aceitar o caminho do cemitério. No mundo que ele havia planejado não havia estrada da morte. Ele se importou com a tragédia daquele povo, com o drama daquela mulher. Jesus não estava e não está indiferente para com as dores do ser humano. Ele se importa comigo, se importa com você. Sempre foi assim.

Em seguida, Jesus se aproximou da viúva e disse: “Não chores”. Quem é esse que tem a ousadia de dizer a uma mãe enlutada que já perdera o marido e agora tem diante de si o filho morto? Somente Jesus pode dizer isso. Para ele a morte não é o fim, com ele a vida ainda não acabou. Tu não sabes o que pode acontecer? Ainda há esperança, pode existir consolo, pode acontecer algo na sua vida. Em Jesus encontramos consolo, esperança, mesmo quando a tragédia parece irreversível. Ele sempre nos surpreende.

Depois, houve uma intervenção de Jesus. Ele tocou no caixão, parou o enterro e a morte. Ele interferiu! Nós podemos dizer que Jesus tem poder de interferir na sua vida. Porque Deus se importa com você, e sente o seu drama. Ele tem o coração em você. O que dói em você, dói nele também. Ele tem sempre uma palavra de consolo, mas não só uma palavra, através de seu Espírito ele pode reconstruir sua vida, seu casamento, sua família, seu trabalho ou qualquer outro problema que o esteja afligindo. Ele pode preencher seu coração desabitado, o seu vazio, salvá-lo da morte, limpar seus pecados. Hoje pode haver algo novo da parte de Deus na sua vida.

E por último, o Senhor Jesus ao interferir, restituiu a alegria. Ele olhou para aquele que estava morto, e disse: “Jovem eu te mando, levanta-te, erga-te, põe-te em pé”. Jesus restituiu o rapaz à sua mãe, àquela que chorava e que estava desiludida. Ele pegou o motivo de sua tristeza, e devolveu vivo, ressuscitado. Hoje, ele pode fazer o mesmo conosco. Ele quer restituir a alegria da salvação em você, a paz, uma vida limpa, quer restituir seu marido, seu filho, a esperança. Mas a interferência de Jesus causou um grande efeito na vida das duas multidões.

A multidão ficou deslumbrada com a ressurreição daquele rapaz e a alegria invadiu o coração de todos e o milagre lhes inundou as vidas. Eles se encheram do temor do Senhor e disseram: “Grande profeta se levantou entre nós, Deus visitou o seu povo”. Eles saíram dali juntos, agora como uma só multidão e divulgaram o poder de Jesus por toda a vizinhança. Não dava para ficar calados. A alegria proporcionada por Jesus nos leva a compartilhar com todos os feitos dele.


Em qual das duas multidões você está? Você faz parte daquele povo feliz que apesar das dificuldades louva a Deus e olha para frente? Ou faz parte da multidão dos desesperados? Daqueles que estão sem esperança, enlutados, que só enxergam a morte, que não conseguem ver a vida? Qual das multidões você pertence? Em nome do Senhor quero convidá-lo a trocar de multidão, a deixar de olhar para as coisas que não deram certo e olhar somente para Jesus.

Nós não podemos viver olhando apenas para a morte, andando apenas no curso da sepultura, senão a alma do homem se sente tragicamente só e infeliz.

O que faz Jesus quando olha para você que investiu toda a sua vida e futuro num projeto fracassado? O que ele é capaz de fazer quando olha para você e te vê com um enorme vazio na alma? Quando olha para você e vê um vivo morto, sem esperanças, caminhando para o cemitério, porque já desistiu da própria vida? Ele faz a mesma coisa que fez em Naim.

O que faz desta multidão que segue a Jesus, de nós que somos cristãos, diferentes daquela outra multidão desesperada seguindo um enterro, acompanhando a morte, é justamente o fato de estarmos olhando e seguindo a Jesus. Apenas ele pode fazer brotar felicidade e paz em meio as dificuldades que a vida nos apresenta.

Aqueles que fazem parte desta multidão podem andar com alegria porque há um túmulo vazio lá em Jerusalém, haja o que houver, faça chuva ou sol, aconteça o que acontecer, venha o que vier, podemos estar confiantes porque ele é o Senhor da vida, que venceu a morte e seu túmulo continua vazio.

Não estamos trabalhando apenas com as emoções, nem desanimados diante das dificuldades que nos apresentam, porque estamos olhando para Jesus. Jesus ressuscitou dentre os mortos, e quando amanhecemos cansados, desanimados, quando a depressão quer ser nossa companheira diária, podemos dizer, sai de mim porque o túmulo está vazio. Temos uma motivação para viver e para andar, não vamos atrás da multidão infeliz, desesperada, filhos do cemitério, andando para a sepultura, seguindo o culto da morte. Nascemos para a vida, para a esperança, para o céu, nasci para ser a felicidade encarnada em Jesus porque o túmulo está vazio. Eu e você podemos andar com alegria, embalados pelo louvor e pelo cântico de vitória.

Não importa as circunstâncias adversas em que encontra nossa vida. Ainda que hoje eu esteja no processo de velório, como estava na casa daquela viúva na noite anterior ao encontro de Jesus, mas devemos continuar com os nossos olhos fixos nele, na certeza de que na hora certa ele vai interferir na nossa história, nos colocar de pé e restaurar completamente a nossa alegria.

domingo, 22 de novembro de 2009

Demora surpreendente


Existem dois ensinos bíblicos que dificilmente conciliam-se na vida das pessoas. O primeiro afirma que Deus cuida e zela de seus filhos e nenhum bem sonega a eles. É possível ficarmos com a sensação de que Deus na realidade, jamais tarda, jamais falta, jamais falha em hipótese alguma em nossa vida. E não são poucos os textos da Palavra de Deus que nos trazem esta convicção e que nos colocam na mente esta certeza.

Por outro lado, somos às vezes confrontados com um segundo ensino bíblico, aparentemente divergente. É aquele que diz que o cuidado de Deus para conosco não nos isenta da dor, do sofrimento, dos problemas e das lutas. Aí surge a dúvida: Como é que Deus pode me proteger, e protegido por ele eu posso ser chicoteado na vida? Como é que Deus pode me proteger e ao mesmo tempo eu posso ser vítima de uma enfermidade, de uma luta, de uma dor?

Ainda que você já tenha conseguido resolver esse aparente conflito do ensino bíblico, ainda assim fica difícil, na maioria das vezes, praticarmos a confiança em Deus quando a luta vem, e aquelas coisas contrárias que deveriam cooperar para o nosso bem, parecem vestidas de luto, ou de medo, ou de pânico, ou de destruição, de doença, de falência, de perda, de tragédia, e chegam sem pedir licença e se instalam na nossa vida sem a menor pressa de ir embora e pior, Deus simplesmente deixa-nos com a sensação de que ele está ausente e chegará atrasado.

Mas por que será que Deus freqüentemente nos coloca nessas situações nas quais ele se apresenta como alguém que não chegou na hora certa? Por que será que, vez por outra, Deus permite que nos surja essa impressão de que o relógio divino está atrasado se comparado com o nosso?


Quando Deus nos deixa a impressão de que está atrasado em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar a liberdade dele.

O texto de João nos diz que o sol se pusera, a noite estava chegando, quando os discípulos entraram num barco orientados pelo próprio Jesus, e dirigiram-se ao outro lado do mar da Galiléia que é um lago com vinte e um quilômetros de comprimento por doze de largura rumo a Cafarnaum. Eles fariam essa travessia porque Jesus lhes prometera ir ao encontro deles mais depois. Eles tinham uma promessa de Jesus.

Mas antes de saírem, eles tomaram o cuidado de deixar um barquinho para Jesus remar. Era esse o veículo pelo qual ele deveria se apresentar. É como se dissessem: “Senhor, Nós já estamos indo viu? Veja, estamos deixando esse outro barco para o Senhor. Estamos deixando também o mapa, o plano de navegação, a rota a seguir e a bússola para o Senhor não se perder, ok?”. E foram. Até aquele dia, não havia porque duvidar das coisas que Jesus dissesse, mas de repente parece que começa a surgir um atraso no relógio divino.

A noite se cobre de uma escuridão absoluta, o vento começa a soprar forte, as ondas se tumultuam, o horizonte vai ficando invisível a ponto deles perderem a noção exata da hora e do caminho. O perigo lhes ameaça! O risco ronda o barco! O medo surge como resultado da razão fria que pesa os prós, os contras e julga que há mais contras do que prós.

Diante de tais circunstâncias começam a atribuir características humanas a Deus. “Parece que ele perdeu a hora. Deve ter ficado preso atendendo a multidão, ou se retirado para o monte para orar e acabou se esquecendo de nós, miseráveis humanos aqui no meio do mar. Ou quem sabe, a escuridão esteja tão grande que ele não nos acha. Deus não nos vê no escuro. Deve ter desistido de vir por causa do mal tempo. Amanhã ele nos procurará, pena que será tarde demais.”

Em meio a tantas dúvidas eles olham pra frente e são surpreendidos por Jesus. Ele se apresenta andando por sobre o mar, pensam que é um fantasma e entram em pânico porque o Deus deles só viria ao seu encontro num barquinho, como haviam determinado em suas mentes que ele viesse. O problema não era o de esperar ou não a intervenção divina. O problema era de condicionar o modo pelo qual Deus chegaria, e como procuravam um barco no horizonte se apavoraram quando viram Jesus andando sobre as águas.

Sabe o que de fato havia na mente desses discípulos? O condicionamento da vontade de Deus. Às vezes corremos o risco de fazer o mesmo. Dizemos como Deus tem de chegar, a hora certa, quantas batidas ele tem que dar, que sinais ele deve fazer para que o identifiquemos. A gente chega quase a ensiná-lo como ser Deus, especialmente o tipo de Deus que ele precisa ser na nossa vida.

“Cura para mim só se for através de um milagre, não aceito ser curado através da medicina.”; “Sustento divino em momento de crise? Só se os corvos trouxerem à minha porta”; “Ajuda para problemas conjugais, só se for com unção com óleo”. E assim damos um manual, uma cartilha para Deus operar. Se você está vivendo hoje esta situação, por favor, dê chance a Deus de ser Deus e deixe-o agir como quiser, quando quiser, fazendo o que quiser.


Quando Deus nos coloca nessa situação de aparente atraso em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar a ter esperança.

“Já se fazia escuro e Jesus AINDA não viera ter com eles”. Qual a palavra que fala da esperança aqui? Ainda! Está escuro, mas o Senhor ainda virá! João escreveu isso já velhinho. Se ele tivesse escrito logo depois do acontecimento, talvez não colocasse esse “ainda”. É possível que ele tenha pensado sobre o fato de que por muitas vezes a vida ficara escura na vida dele, mas em todas elas Jesus viera lhe ajudar. E assim foi aprendendo que fica escuro, mas Jesus sempre vem!

Provavelmente João se lembrasse de Lázaro, da filha de Jairo e dos longos três dias de espera da ressurreição de Jesus depois de sua morte na cruz.

Por que é que para nos ensinar a ter esperança Deus se atrasa no momento mais crítico de nossas vidas? Por uma razão simples. Porque a esperança é filha do atraso. A esperança de hora marcada não é esperança. “Já faz muito tempo que eu oro pelo meu marido e ele não se converteu” Não é assim que você diz? Coloque um “AINDA” aí. Vai fazer um bem enorme à sua alma. “Faz muito tempo que eu oro pelo meu marido e ele “AINDA” não se converteu”. Significa que ele vai, que o futuro não será escuro como o presente. “Já faz muito tempo que eu oro mas... meu emprego AINDA não veio, minha filha AINDA não amadureceu, meu filho AINDA não abandonou o mundo das drogas. AINDA... AINDA...


Quando Deus nos coloca nessa situação de aparente atraso em relação à nossa vida é porque ele quer nos ensinar que o tempo está nas mãos dele. Não há atraso para quem corre pela eternidade. Só há atraso para seres humanos. Mas para aquele que corre pela eternidade, um dia são como mil anos, mil anos são como um dia, o passado ainda será, e o futuro já foi. Deus não raciocina com essas categorias de presente, passado e futuro. Tudo está presente há um só tempo diante dele.

Os discípulos entram em pânico e Jesus chega dizendo: “Não, eu não sou um fantasma, não sou Gasparzinho, sou eu mesmo, Deus convosco, o Emanuel. Estou aqui.” Pedro entra em dúvida. Era um homem impulsivo. “Só acredito se sentir na pele. Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas.” E Jesus diz: “Vem.” O homem foi, mas entrou em crise no terceiro passo e quase não dá mais passo nenhum. O Senhor o ergueu, e entraram juntos no barco. Os discípulos então o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente, este é o Filho de Deus”.

Se Jesus fosse mesquinho como nós, poderia dizer: “Até que enfim, heim! Era preciso tudo isso?”. Mas fantástico é o que diz o vs. 21: “Então eles, de bom grado, o receberam e logo o barco chegou ao seu destino”. Logo! A aparente perda de tempo foi superada. Logo! Isso porque o Senhor pode imprimir uma velocidade nova em nossas vidas. Quando Deus nos dá essa sensação de atraso, saiba que, quando ele chega, desconta o atraso. No fim, você vai ter chegado na hora certa, no lugar certo.

E o que importa realmente, não são as minhas sensações da pontualidade divina conforme o calendário dos meus caprichos e desejos. O que importa, é se no fim de tudo, Deus me pôs aonde eu devia estar. O tempo está na mãos de Deus. Às vezes, a gente se debate, entra em pânico, parece que o tempo é algo que foge das mãos de Deus tanto quanto foge das nossas, mas ele tem a maneira divina própria de interferir na nossa vida, e de nos conduzir na direção correta, conforme a sua boa vontade.

Você não tem que naufragar. Deixe o Senhor entrar em sua vida. Quando o Senhor vem, sempre há a chance e o tempo de se recuperar as horas perdidas, os meses perdidos, os anos perdidos, e mesmo na velhice isso é possível. Receba-o de bom grado e o barco vai chegar ao seu destino.

domingo, 15 de novembro de 2009

Perfil da Igreja - Novembro 2009


Quando realizamos nossa primeira pesquisa de qualidade em março deste ano o princípio de qualidade "Evangelização voltada para as necessidades" se revelou como sendo o fator mínimo. Naquela ocasião apenas dois princípios de qualidade (Culto inspirador e Espiritualidade Contagiante) ficaram acima dos 65% da pontuação.

Desta feita, a pesquisa trouxe dados bem mais animadores. Todas os princípios de qualidade ficaram acima dos 65% da pontuação. O princípio que mostrou maior desenvolvimento foi justamente a "Evangelização voltada para as necessidades" e já não é mais o nosso fator mínimo, que agora é "Ministérios orientado pelos dons espirituais".

A próxima pesquisa será realizada no mês de novembro do ano que vem. agora é colocar mãos à obra e trabalhar buscando desenvolver ainda mais cada princípio de qualidade.
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Surpreendido pela fé


Qual a diferença entre os fracassados e os vitoriosos? Existe um denominador comum, ao qual se possam reduzir todos os vitoriosos ou todos os fracassados? Parece que a separação entre uns e outros é feita pela fé. Vitoriosos são aqueles que acreditam, que têm fé, que avançam baseados na confiança. Fracassados são os que vão ficando para trás, andando em círculos em torno de si próprios, sem ânimo, sem coragem, sem certeza de coisa alguma.

A fé estabelece diferença entre os que triunfam e os que são derrotados. Se você se considera um fracasso, exerça sua fé em Jesus e certamente você será surpreendido por ele e sairá vitorioso. Mas atenção. Ouvir falar sobre o valor da fé pode ser muito interessante, mas entre palavras bonitas sobre a fé e a prática da mesma, vai uma grande distância.
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Que se deve fazer para ter fé? Que medidas drásticas serão necessárias para desenvolvê-la? Hoje veremos que não é preciso modificar coisa alguma nem sair do lugar, para dar início ao exercício da fé. Quase sempre, a fé começa a ser despertada por uma necessidade. Um problema difícil, que não podemos resolver por nós mesmos e que precisa ser atendido com urgência, uma doença séria, morte na família, ou uma insatisfação crescente conosco mesmos. Esses fatores de opressão, que parecem organizados para nos destruir, constituem, muitas vezes, a nossa grande oportunidade de sermos surpreendidos com a fé que existe dentro de nós esperando o nosso cultivo para se manifestar.

Uma das maneiras mais fáceis de se compreender isso, é através da história do homem que foi pedir a Cristo para curar o seu filho em Marcos 9.17-27: “E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo; e este, onde quer que o apanha, lança-o por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. Então, Jesus lhes disse: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé! Vendo Jesus que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste jovem e nunca mais tornes a ele. E ele, clamando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem: Morreu. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.”

Aqui está o caso de um homem que precisava resolver um grande problema. Ele não foi procurar Jesus porque desejava ter fé. Não era um sonhador, à procura de uma ideologia, nem um interessado em acompanhar um sistema difundido de crença, mas um pai, defrontando a realidade brutal de um filho enfermo.

Pelo que se deduz da narrativa, ele não vivia submisso ao destino, esperando que acontecesse um milagre. Um homem que procura os discípulos, e depois que esses fracassam, continua a sua procura, buscando o próprio Cristo, não é um conformista, não vive tranqüilo, aceitando uma situação desesperadora. É possível que antes de procurar os discípulos, ele tivesse procurado todos os possíveis curadores credenciados de sua nação. A doença do filho não lhe parecia lógica, e ele não estava disposto a aceitá-la de braços cruzados, sem uma reação positiva e definida.

Pode ser que no seu espírito, muito mais forte do que a esperança de cura do filho, permanecessem várias dúvidas. Curá-lo como? Era muito bem sabido que não havia remédios para aquele tipo de aflição. Pensando nisso, o homem talvez tivesse vontade de desanimar, de desistir, de deixar que as coisas seguissem o seu rumo. Não era essa a vontade de Deus?

Mas, à primeira tentativa de acomodação, vinha um novo ataque, o filho novamente atirando-se ao chão, contorcendo-se, sofrendo. Não. Enquanto ele fosse vivo, teria de lutar para descobrir uma cura, embora crendo que tal cura não existisse. E novamente voltava a procurar por toda a parte, alguém que pudesse salvar o seu filho. De fracasso em fracasso, foram se acumulando mais e mais dúvidas. Mas enquanto lhe restasse um fio de vida, continuaria a luta, a procura.


Certo dia lhe contaram dos milagres que Jesus e seus discípulos vinham fazendo, então ele se preparou para procurá-lo também. É de se supor que, depois de tantas e prováveis experiências sem resultado, as suas esperanças fossem quase nulas. Mas o dever de pai o impulsionava a tentar tudo. E ele talvez pensasse que, correndo de um lado para o outro, com o seu menino doente, estivesse fazendo tudo o que podia fazer, e recebendo tudo o que lhe poderiam dar de alívio, isto é, nada.

Havia agora mais uma obrigação a cumprir, procurar esse Jesus, que fazia milagres. Mas e se começassem as perguntas? Diziam que Jesus era um homem religioso, que falava muito em perdão de pecados na hora das curas. E se ele resolvesse relacionar a doença da criança com os pecados dos pais? Se lhe perguntasse a história da sua vida e dos seus erros? Essa história talvez, não pudesse ser contada em público. Talvez por isso, seria melhor procurar os discípulos, que, menos experientes, talvez passassem por cima dessas coisas. De qualquer modo, ele se dirigiu primeiro aos discípulos que nada puderam fazer pelo menino.


Novamente atribulado, provavelmente debatendo-se entre o senso de culpa, e o medo do olhar de Cristo de um lado e o sofrimento do filho do outro, ele decide por procurar a Cristo. Quando começa a contar a sua história, expondo a incapacidade dos discípulos de curar o filho, Jesus interrompe com uma censura: “Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?”

Pode ser que, diante disso, o homem tivesse tido vontade de sair correndo. Será que “a geração incrédula” de que Jesus falava era ele? Seria por causa de sua incredulidade que o menino não fora curado ainda? Mas, antes que houvesse tempo de pensar em retirada, Jesus acrescentou: “Trazei-mo”. Não havia mais nada a fazer do que esperar. Esperar o interrogatório e se preparar para ouvir mais censuras, e talvez até para oferecer sacrifícios acima de suas posses. Mas nada disso tinha importância, se o menino ficasse bom.

Não foi preciso entrar em detalhes sobre a doença. Tomado de novo ataque, o menino caiu no chão, deixando claro qual a natureza do mal que o afligia. Agora, naturalmente, viriam as perguntas: “Há quanto tempo lhe sucede isso?”. “Desde a infância” respondeu o pai. “Muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o destruir. Mas se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”.

Quem sabe se o homem esperava agora mais perguntas do tipo: “Você observa os princípios da lei? Guarda os mandamentos? Quem na família pecou para que esse menino seja doente?”. Mas nada disso Jesus quis saber. A única pergunta feita, referia-se à duração do sofrimento de ambos, única resposta em que Jesus estava interessado. Há quanto tempo padeciam eles. Nada mais. Nem o nome ele perguntou. Nem do pai, nem do filho, pois diante do sofrimento, que importância teriam essas informações?

O problema estava ali, real, cruel, diante dos olhos, um menino surdo-mudo, se contorcendo no chão e o pedido urgente do pai: “Se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós”. O pai fora procurar ajuda para o filho, mas o motivo da sua petição estava tão à flor da pele que, na hora de suplicar pelo menino, ele se expressa no plural: “tem compaixão de nós”. É quase sempre assim. As causas que nos levam a descobrir a fé são geralmente inseparáveis de nós mesmos. Do contrário, seria provável que nunca nos movêssemos à procura de uma solução para o nosso problema da descrença.
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Mais curioso é a dúvida expressa em seu pedido: “SE TU PODES”. Ele nem sabia se Cristo podia. Era apenas mais uma tentativa. A resposta foi dada ao pé da letra. Ao “se tu podes fazer”, Jesus responde: “Se tu podes crer... tudo é possível ao que crê”. A questão não era se Jesus podia fazer, mas sim se o pai podia crer. O pobre homem que provavelmente pensasse que, correndo de médico em médico, estava fazendo tudo que podia pelo filho, talvez ficasse paralisado diante dessa condição. Se tu podes crer! Crer? Como? Se toda a vida do filho fora uma sucessão de frustrações, à procura de alívio!? Crer em algo que nunca lhe acontecera, e que talvez nunca viesse a acontecer?

Era isso que Jesus exigia dele? Com evidências se acumulando, pela vida afora, de que cada nova crença redundava em nova desilusão? Por mais que desejasse crer, ele não conseguiria mesmo. Não podia crer, porque as provas eram todas contra ele, porque a crença que vai de encontro à realidade dos fatos é uma alucinação. As lágrimas começaram a lhe correr pelo rosto. Se a cura do menino dependesse de carregá-lo nas costas, até o cume da mais alta montanha, de passar noites acordado para vigiá-lo nos seus acessos, de vender tudo o que tinha, para comprar-lhe a saúde, ele o faria de bom grado. Mas crer! Crer como?

Entre o desespero e as lágrimas, uma idéia lhe brilhou na mente. Então, por que é que você anda com esse menino de um lado para outro, procurando quem o cure? Se você não crê mesmo que ele possa ficar bom, porque não se conformou ainda com o sofrimento? Que força o conserva em ação contínua, procurando a cura? Que nome você dá a isso? Ansiedade? Obrigação? Revolta? Não conformismo? Não. Isso não é nada mais do que fé. Você não desistiu, não se entregou, não foi vencido. É a fé que continua a movimentá-lo. Você crê. De maneira pequena, indefinida, insuficiente, sem saber no que, nem como, nem por que, mas você acredita em alguma coisa diferente da sua miséria.

Lançado mão desse pequeno raio de luz que lhe viera à mente, ele clamou: “Senhor, eu creio!” E logo em seguida, sufocado de novo pelo peso das evidências, pela confusão e pela dúvida: “ajuda a minha incredulidade”. Foi o que bastou. Jesus não lhe perguntou mais nada. Nem no que ele cria, nem quanto cria, nem como cria, mas passou logo a ajudá-lo.

Na sua falta de fé, o pai suplicara apenas: “se tu podes fazer ALGUMA COISA”. Qualquer auxílio bastava, para o seu coração amargurado. Mas Jesus atendeu seu pedido. O menino ficou bom, e além disso o maior milagre se operou no pai. Ele se aproximara de Jesus com uma dúvida e um pedido por ele e pelo filho – “se tu podes... ajuda-nos”, e se separou dele com uma afirmação e uma súplica por si mesmo: “Eu creio, ajuda a minha incredulidade”. Foi a doença do filho que o levou a descobrir a sua necessidade de crer. E foi a condição exigida por Cristo que o fez compreender que cria.

CONCLUSÃO

Descobertas como essa ocorrem, quando nos servimos do instrumento que nos tortura, e procuramos uma solução para as nossas aflições. O problema em si, como foi o caso do menino, pode facilmente ser confiado a Cristo. Mas o mal verdadeiro, aquele para o qual precisamos de assistência e que está dentro de nós mesmos, é o medo de não podermos crer. Cristo nos chama a atenção imediata para o fato, mostrando-nos que a crença se revela também pela persistência da dúvida, pela insatisfação, pela angústia e pelo vazio que nos causa a falta de fé, quando só o que podemos dizer é “Senhor eu creio. Ajuda a minha incredulidade”.

Quais são os seus problemas? Quais os seus sofrimentos? Quais as suas aflições? Quando eles o atormentam, a sua fé está clamando por uma oportunidade para ser ativada, e para libertá-lo, juntamente com o seu mal, da insatisfação que não lhe dá tréguas. Reúna tudo que o atormenta e clame ao seu Deus: “Senhor, eu creio! Eu creio que ao encontrar-me contigo serei surpreendido por sua graça e bondade. Creio que nada em suas mãos se torna um caso impossível. Todavia, ajuda-me na minha fé pequena”.

Quando você vai à procura de Deus ele também vem ao seu encontro porque foi ele mesmo que iniciou a necessidade dessa procura por meio da sua inquietação. Não hesite em importunar a Deus com a sua súplica. Afirme sua crença, embora sabendo ser ela, inicialmente, pouco mais do que uma grande dúvida. Deus o auxiliará, sem pedir credenciais, nem currículo exemplar. Ele sabe que você está enfrentando uma realidade dolorosa, e quer libertá-lo, de seu sofrimento resultante da falta de fé. Ele o ajudará não apenas fazendo alguma coisa, não tratando só do caso que o leva à sua presença, mas cuidando de tudo que precisa ser feito para que você alcance vitória na vida.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Feriadão

Coisas de família
Rômulo e Rosélia
Toda família tem um - a nossa tem dois!
Jéferson e Rafael
A bela e o lírio
Gente feliz é assim
Aqui só tem homem - vai encarar?
E não é dentadura
Rosélia e Cida
Toma a bênção aí
A mais velha e o mais novo
O mais alto e o baixinho
Pode beijar - tá solteira mesmo!
Parece atores de novela né?
Sorriso amarelo é assim...
Um ama tirar fotografia, o outro faz a gentileza.
É isso mesmo - 23 horas e 40 minutos.
A turma do barulho
Rosélia, Rony, Ronaldo e Rosimar
Os motoqueiros fantasma da família
Rômulo e Rony
Amigos, parentes, companheiros, etc...
Isso porque somos pobres
Dodo, Rafael e Ronaldo
Tiago
Deixa o Dércio ver isso!
Pensando na morte da bezerra
Ele ama fazer isso - então deixa!
Rony e Dodo
Eita sofá forte!Eu não falei?
Acabaram de soltar um pum...
Cyntia e Kleber
Udson e eu
Nós somos assim
É nóis di novo
Xodó do papai
Quase acabou o ar...
Que cheirinho ruim...
Mãe e filha - cara de uma, fucinho de outra
O que Deus uniu...
Um gordinho, e o outro também.
Corinthianos fiéis
Alô! Jeremias... eu quero vc meu bem.
Nosso bando
Compra-se dente
Kelly e Jéferson
Só zuera
Vai encarar?
A gente até se esforça
Udson e Ismael
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