quarta-feira, 8 de abril de 2009

8 marcas de qualidade (Parte 4)


Estamos estudando as 8 marcas de qualidade que estão presentes nas Igrejas que estão crescendo, mas ausentes nas Igrejas que estão morrendo apontados pela pesquisa realizada pelo IPI nas mais de 1000 Igrejas, nos 32 países nos cinco continentes.

Já apresentamos seis marcas de qualidade: 1) Liderança capacitadora, 2) Ministérios orientados pelos dons, 3) Espiritualidade contagiante, 4) Estruturas funcionais, 5) Culto inspirador e 6) Grupos pequenos. Hoje veremos as duas últimas marcas de desenvolvimento natural da Igreja e como temos feito até aqui analisaremos se os mesmos estão em conexão com a Palavra de Deus.


Existem duas idéias sobre a evangelização que hoje dominam a cabeça de muitas pessoas nas Igrejas. A primeira idéia é aquela que afirma que “grandes eventos evangelísticos” onde os não cristãos ouvem o Evangelho de Cristo e decidem se comprometer com ele é um princípio válido para o crescimento da Igreja. A segunda idéia é afirmar que cada cristão é um evangelista e como tal deve evangelizar todos os seus amigos e conhecidos.

Surpreendentemente, o Instituto de Pesquisa Internacional sobre o DNI constatou que 70% das Igrejas que crescem não desenvolvem “mega eventos evangelísticos” como meio de crescimento e nem contam com todos os seus membros praticando o evangelismo pessoal. Mas então, o que fazem essas Igrejas quanto à evangelização?

Primeiro vamos avaliar as razões porque as Igrejas que crescem não defendem tais idéias de evangelização:

1) Apesar dos “grandes eventos evangelísticos” atraírem muita gente, e dessa forma poder alcançar um bom número de convertidos, boa parte desse público acaba sendo de cristãos vindos de diversas Igrejas. Outro agravante é que quase nunca se encontra os novos convertidos freqüentando os cultos meses depois.

2) Quanto ao fato de que todos os membros da Igreja precisam fazer evangelismo pessoal o que se percebe é que, como a maioria dos cristãos (cerca de 90%) não tem o dom de evangelista, tal exigência acaba trazendo frustrações e desânimo a todos e uma forte sensação de fracasso tanto na liderança como nos membros, visto que por mais que se dedicam não conseguem desenvolver o trabalho proposto.

Agora vejamos o que as Igrejas que crescem estão fazendo:

1) Estimulam todos os membros a usarem seus dons para servir àqueles amigos não cristãos e engajar-se para que essas pessoas entrem em contato com a Igreja e ouçam o evangelho.

2) Treinam àqueles membros que tem o dom de evangelista para a prática do evangelismo pessoal. Normalmente estas pessoas trabalham na recepção das Igrejas, nos grupos pequenos e nos pequenos eventos desenvolvidos para os amigos não cristãos de todos os membros.

3) Desenvolve grupos pequenos onde se desenvolve a amizade, a comunhão e o cuidado. Tais grupos têm o objetivo de crescer e se multiplicar através dos relacionamentos.

4) Desenvolve “pequenos eventos” como cultos especiais, acampamentos, retiros, cursos de qualificação profissional, etc., de acordo com as necessidades compartilhadas pelos amigos dos membros. Em tais eventos o evangelho é apresentado de forma dinâmica e criativa como a melhor solução de Deus para todas as necessidades apresentadas.


O foco desta marca é apresentar as boas novas do Evangelho de acordo com as necessidades apresentadas pelos nossos amigos. Quando vamos pescar, nós não colocamos pizza como isca porque gostamos de pizza. Na verdade, a isca é colocada de acordo com o gosto do peixe que pretendemos pescar. Na evangelização acontece o mesmo. Devemos observar as necessidades de nossos amigos e usá-las como “isca” para apresentarmos o Evangelho. Jesus fez isso muito bem, vejamos:

1) Ele chama seus discípulos que estavam pescando a segui-lo prometendo-lhes fazer deles pescadores de homens. (Mateus 4.18-22)

2) Ele assemelha o reino dos céus a agricultura ao falar para um povo de região agrícola. (Mateus 13)

3) Ele ofereceu água viva para a mulher samaritana que estava junto ao Poço de Jacó tirando água para suas necessidades. (João 4)

4) Ele ofereceu cura a um paralítico que aguardava no “tanque de Betesda” a cura para sua paralisia. (João 5).

5) Ele ofereceu pão do céu, para a multidão que estava faminta. (João 6)

6) Ele oferece perdão para a mulher adúltera quando ela estava prestes a ser apedrejada. (João 8)

7) Ele se apresenta como o bom pastor usando a figura do pastor de ovelhas tão conhecida entre seus ouvintes. (João 10)

Deus certamente usa dificuldades como oportunidades de comunicar as boas novas. “Ao aflito livra por meio da sua aflição, e pela opressão lhe abre os ouvidos” Jó 36.15


O IPI comprovou que existe uma relação altíssima entre a capacidade de amar de uma Igreja e o seu potencial de crescimento. Cerca de 88% dos membros das Igrejas que crescem afirmaram que em suas Igrejas os relacionamentos são marcados pelo amor fraternal.

Para medir o nível com que o amor é vivido na Igreja foi levado em consideração algumas questões: Quanto tempo os membros da Igreja gastam com cristãos fora da atividade da Igreja? Com que freqüência eles se convidam para uma refeição ou para um cafezinho? Quanto eles elogiam uns aos outros na Igreja? Em que medida os líderes conhecem as necessidades de seus liderados? Quanto se ri na Igreja? Com base em questões como estas, o IPI concluiu que atrás destas práticas existem princípios fundamentais de crescimento da Igreja.

Amor de verdade dá à Igreja um brilho, produzido por Deus, muito maior do que programas evangelísticos, pois nestes a ênfase recai exclusivamente em modos verbais de transmissão. As pessoas sem Deus não precisam de discursos sobre amor; elas querem experimentar o amor cristão na prática do dia a dia. É interessante notar que enquanto que nas Igrejas pequenas que estão morrendo a comunhão (Koinonia) é deturpada (vira “koinonite”) por eu me tornar o centro das atenções e só querer ser servido, e nunca servir, nas Igrejas grandes, a tendência de apagar o amor fraternal é também um alto risco porque elas tendem a despersonalizar os membros e vê-los apenas como um número, por isso, ambas devem se preocupar em se multiplicar e não somente em crescer.


É comum nas Igrejas que estão morrendo encontrar pessoas que defendem que a prática de determinadas atividades são indispensáveis para a manutenção e crescimento da Igreja. O que tais pessoas não percebem é que ninguém fica numa Igreja se não tiver amigos verdadeiros nela. Todos nós temos uma necessidade grande de amar e de sermos amados. Até por isso, o próprio Jesus quando foi questionado sobe qual seria a maior tarefa, ou obrigação de um cristão fiel, ele não deixou dúvidas: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” Mateus 22:37-40.

Em diversos outros textos encontramos esta marca como algo indispensável para uma Igreja que leva a sério a sua missão, Vejamos:

João 15:12 O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

Romanos 13:8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.

1 Ts 4:9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;

1 João 3:23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
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