
Por que tantos cristãos quando ouvem falar sobre crescimento da Igreja ficam desconfiados? Será que é porque já participaram de tantas “fórmulas”, cursos e métodos de crescimento de Igrejas que na prática não funcionaram? Ou, ainda, não acreditam que o cristão sincero pode fazer alguma coisa para que a Igreja de Jesus cresça de forma saudável?
É verdade que quando o assunto é o crescimento da Igreja sempre encontramos pessoas pensando que podem fazer, com as próprias forças, aquilo que só Deus pode fazer. Todavia, acreditamos numa maneira diferente.
UMA MANEIRA DIFERENTE DE PENSAR

O que significa, no entanto, crescimento de Igreja pelas próprias forças? Observe o desenho e responda: Se perguntarmos aos dois homens do quadro acima o porquê da dificuldade, quais seriam as prováveis respostas? É bem provável que os dois responderiam: “O vento contra está muito forte”, ou “Estamos empurrando o carro morro acima” ou ainda, “só somos nós dois para empurrar o carro, ninguém mais quis ajudar”. Em muitos casos estas respostas estão corretas, mas este não é o motivo principal pelo qual o trabalho que executam ser tão cansativo, vagaroso e frustrante.
Permita-me outra pergunta: Existe alguma relação entre a figura do quadro acima e o trabalho da Igreja de nossos dias? Para mim, esse quadro é uma descrição real da situação de muitas áreas da Igreja de Jesus de nossos dias. Muitas vezes, na realidade da Igreja, o vento contrário é muito forte, e o caminho que muitas vezes a Igreja precisa trilhar é íngreme. Mas, o quadro nos ajuda a entender que esse não é o problema principal. As dificuldades continuariam mesmo que as condições externas fossem mais favoráveis.
Deus colocou a nossa disposição todos os meios para a edificação da Igreja desde o início da mesma. O problema consiste em não usarmos as ferramentas que Deus nos deu, e assim tentamos empurrar e puxar o carro com as nossas próprias ferramentas. No nosso exemplo, o fato do trabalho não está sendo bem desenvolvido, não significa que os dois homens não sejam pessoas boas e bem intencionadas. Também, não significa que o objetivo de colocar a Igreja em movimento esteja errado. Significa, simplesmente, que o método com que querem alcançar esse objetivo não é satisfatório.

O crescimento da Igreja é algo que faz parte de seu desenvolvimento natural. Vamos pensar um pouco: Olhando para a figura acima, porque a grama cresce? Por ter o objetivo: “no próximo ano preciso crescer 30 centímetros?” Creio que não. É impossível achar a resposta apropriada enquanto não dermos o devido valor à realidade daquilo que está abaixo da superfície do solo. E é exatamente aí que se concentra o desenvolvimento natural da Igreja.
Muitos “métodos” de crescimento de Igreja só se fixam nos frutos, mas não levam em conta as raízes que, de fato, contribuem para produção desses frutos.É interessante notar a freqüência com que Jesus usou a natureza, principalmente a agricultura para explicar as leis que regem o reino de Deus: os lírios do campo, os quatro tipos de solo, a árvores com os seu frutos...
Muitos até acreditam que ele fez isso porque os seus ouvintes eram agricultores. Mas acredito que se Jesus fosse ensinar as pessoas do nosso mundo não usaria uma linguagem do mundo da informática porque uma máquina não tem o poder de nascer, crescer e produzir vida como uma planta. E o reino de Deus produz vida!

Na linguagem científica potencial natural refere-se a “capacidade inerente de um organismo se multiplicar e se reproduzir” e isso faz toda a diferença entre uma máquina e uma planta. Esse é um princípio que o próprio Deus colocou na natureza. É o segredo da vida. O mesmo princípio vale para o crescimento da Igreja. A nossa tarefa portanto, não é estabelecer o quanto a Igreja vai crescer, mas concentrarmos nossos esforços na qualidade do terreno, do adubo e da água que vão oferecer à Igreja as condições necessárias para ela crescer naturalmente. E Deus fará o que Paulo comprovou n sua própria experiência. (1 Coríntios 3.5-10)
Surgem algumas perguntas: “O que podemos fazer para liberar o potencial natural da Igreja? Quais são os recursos dados por Deus para que a Igreja se desenvolva naturalmente? Para respondermos tais perguntas precisamos fazer o que Jesus disse em Mateus 6.28: “Considerai como crescem os lírios do campo”. A palavra ‘considerai’ significa “aprender cuidadosamente”, “examinar com precisão”, “pesquisar com toda dedicação”.E o que devemos pesquisar com tanto zelo? É claro que não é a beleza dos lírios, mas os seus mecanismos de crescimento, o “como crescem”.
Esses mecanismos devem ser estudados, examinados para aprendermos melhor as leis do crescimento do reino de Deus. Todavia, nem tudo o que encontramos na natureza são princípios que podem ser aplicados ao desenvolvimento natural da Igreja. Também aqui precisamos, com base na Bíblia, analisar cuidadosamente e distinguir entre o que é teologicamente correto e legítimo.

Em Marcos 4.26-29 lemos: “Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.”Aqui lemos claramente sobre qual é a função do homem e o que não é: ele pode e deve semear, ele pode e deve ceifar, ele pode e deve ‘dormir e levantar’. O que ele não pode fazer é produzir o fruto.
Diz o texto que, de maneira misteriosa, a terra produz ‘por si mesma’. De acordo com a maioria dos comentários bíblicos, a expressão ‘por si mesma’ é a chave para a compreensão desta parábola. Mas o que significa esta expressão? O termo ‘por-si-mesmo’ no tempo de Jesus significava simplesmente “sem razão conhecida” e para o judeu que acreditava em Deus estava sempre a verdade: “algo feito, ocasionado pelo próprio Deus”. É exatamente isso que queremos dizer quando falamos de desenvolvimento ‘natural’ da Igreja.
Este é o segredo do crescimento da Igreja. Deus é o criador e o principal responsável por fazer a Igreja crescer e se desenvolver. Todavia, como já dissemos, cabe a nós tirar tudo aquilo que impede a Igreja de frutificar e se multiplicar. Não é a toa que a Bíblia diz que nós somos “cooperadores de Deus” nessa obra tão importante (1 Coríntios 3.9).
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